Ao lado de Bélgica e Luxemburgo, a Holanda faz parte dos Países Baixos, como convencionou-se a chamar aquela região. Porém, oficialmente, a Holanda é que se chama “Países Baixos”, possui grande parte de seu território com altitude abaixo do nível do mar, o que gerou a necessidade do desenvolvimento de um complexo sistema de diques e barragens, com o intuito de impedir sua inundação.

Sua população aproximada é de 17 milhões de habitantes, a religião mais praticada é o cristianismo, o idioma oficial é o holandês, porém devido à proximidade e divisa com a Alemanha, o alemão é muito difundido no país. A expectativa de vida é de quase 80 anos, e a moeda oficial é o euro.
A economia do país é uma das mais desenvolvidas da Europa e tem sua base na agricultura. A capital, Amsterdã, é um dos berços da civilização europeia, em um país que tem uma rica história, inclusive tendo sido muito afetado com a Segunda Guerra Mundial.
Quando o assunto é Heavy Metal, fica quase impossível não citarmos o Dynamo Open Air, um dos mais tradicionais festivais verão europeu. A primeira edição ocorreu em 1986, e a última ocorreu em 2005, com shows inesquecíveis dos principais nomes da cena Metal, desde Metallica e Iron Maiden, até inúmeras bandas da cena underground. Em 2015, o festival voltou à ativa sob a alcunha de Dynamo Metal Fest. Este ano, devido à pandemia, o festival acontecerá de forma diferenciada com apenas 250 pessoas na audiência local, além obviamente, da transmissão via streaming. Tudo isso comprova a força do Metal naquele país.

Abaixo citamos algumas das principais bandas deste pequeno, porém rico e aconchegante país.
The Devil’s Blood
Para começar nossa lista, uma banda que une psicodelismo com o típico Hard Rock setentista. Formada em 2006 pelos irmãos Selim (guitarrista e compositor) e Farida Lemouchi (vocal), a banda encerrou suas atividades logo após Selim cometer suicídio em 2013. Com 3 trabalhos de estúdio lançados, dá pra imaginar que a banda teria muito tempo de vida pois sua música era algo não muito comum na Holanda, portanto, eram únicos. O último dos 3 discos, “III: Tabula Rasa or Death and the Seven Pillars” é uma coleção de demos inacabadas e outras raridades. Destaque para o trabalho de estreia, o ótimo “The Time of No Time Evermore”.
Officium Triste
Da escola do Doom Metal atmosférico, essa clássica banda tem 6 trabalhos de estúdio. Sua música é densa e complexa, digna de ser seguidora e influenciada por bandas como My Dying Bride, contrastada pelos urros desesperados do vocalista Pim Blankenstein. Destaco seu mais recente trabalho, “The Death of Gaia”, um dos melhores registros de 2019. Fortemente indicada àqueles que curtem um som perturbador e sombrio.
Pestilence
Verdadeira bandeira do Death Metal holandês, sua música é impactante pois experimenta até demasiadamente por vezes, algo que não é tão bem quisto entre os bangers. Fundada em 1986, a banda entrou em hiato após o álbum “Spheres” que foi seu trabalho mais experimental, com levadas progressivas e arrastadas. Em 2006 voltaram a ativa e de lá pra cá, focaram-se no bom e velho Death Metal sem maiores invencionices. Destacamos o seu 2º trabalho, “Consuming Impulse” (1992), com clara inspiração na banda do lendário Chuck Schuldiner, o Death.
Occult / Legion of the Damned
Surgida nos anos 90, a banda é a minha favorita deste país. O Occult após 5 trabalhos de estúdio, resolveu mudar de nome para Legion of the Damned para dar uma espécie de ‘marco zero’ na carreira. O mal relacionamento entre os integrantes que resultou na saída da vocalista Rachel Heyzer, que foi para o Sinister em 2001, foi o estopim para que os integrantes que permaneceram dessem a banda, a sua própria cara e identidade, com um novo nome, mas uma proposta similar: a de fazer Death/Thrash Metal. Destaco aqui o último registro sob o nome Occult, “Elegy for the Weak” (2003), um verdadeiro soco nos tímpanos do ouvinte.
Sinister
Com mais de 30 anos de atividades quase ininterruptas, a banda é talvez a maior bandeira do metal extremo holandês. Mesmo com um alto números de mudanças no lineup, a banda nunca perdeu sua efetividade, essência e a brutalidade ao longo de seus 14 trabalhos de estúdio. Com a saída de Rachel Heyzer em 2003, o então baterista Aad Kloosterwaard assumiu os microfones e de lá não saiu mais, sendo ele o único integrante original. Death Metal Old School que remetem a bandas como Vader, Malevolent Creation e Deicide. Destacamos aqui, o primeiro trabalho com Aad nos vocais, o excepcional “Afterburner” (2006).
Asphyx / Soulburn
Talvez a primeira banda de Death Metal do país, o Asphyx firmou parceria com a Century Media Records e todos os seus discos saíram por esta gravadora. Com pitadas de Doom Metal aqui e ali, a banda moldou uma carreira sólida apesar da breve mudança de nome. Em 1993, após a saída de dois dos fundadores da banda, Martin van Drunen e Bob Bagchus, respectivamente vocalista e baterista, o guitarrista Eric Daniels fundou o Soulburn e naquele momento, o Asphyx deixou de existir. Após idas e vindas, o Asphyx retornou pra valer em 2009, assim como o Soulburn que voltou em 2013 e ambas seguem na ativa. Uma história complicada com certeza! Destacamos nos vídeos abaixo, trabalhos mais recentes de ambos.
Within Temptation
Quando surgiu na década de 90, o Within Temptation era uma espécie de discípula de bandas como The Gathering e Theatre of Tragedy. Seus dois primeiros trabalhos foram dignos de figurarem na lista de melhores álbuns de Symphonic Metal da história. Aos poucos, a banda foi mudando as características de sua música, e hoje, a banda liderada pela vocalista Sharon del Adel nem de longe pode ser chamada de Heavy Metal. A banda virou pop rock e mesmo assim, é um nome que ainda é associado ao Heavy Metal graças a seu passado. Destacamos aqui, o trabalho de estreia, o fantástico “Enter” (1996) em que Sharon divide os microfones com o guitarrista (e também seu marido) Robert Westerholt.
After Forever
Seria muito injusto lembrar do After Forever apenas por ser a primeira banda da atual frontwoman do Nightwish, Floor Jansen. A banda que encerrou suas atividades em 2009, tinha uma pegada gótica misturada com riffs poderosos do guitarrista/vocalista Sander Gommans. Com o fim da banda, cada músico foi para o seu lado e Floor antes de entrar no Nightwish, fundou a banda ReVamp que chegou a gravar 2 álbuns até o inevitável fim. Destacamos aqui uma faixa do 5º e último álbum da banda, auto intitulado lançado em 2007. “Cry with a Smile” caberia em qualquer trabalho mais recente do Nightwish e com isso, fica fácil compreender o porquê Tuomas Holopainen a escolheu para a vaga.
Delain
Fundada pelo então ex Within Temptation, Martijn Westerholt, o Delain lançou 6 trabalhos de estúdio e ajudou a manter a tradição holandesa em bandas de Metal sinfônico com mulheres a frente dos microfones. Charlotte Wessels é outra grande cantora! Seu mais recente trabalho, “Apocalypse & Chill” foi lançado neste ano, porém, o single “Burning Bridges” foi lançado 5 meses antes juntamente com um videoclipe muito bem produzido.
Epica
Acredito que o Epica seja o nome mais popular do Metal holandês. Mark Jansen, guitarrista e fundador, deixou o After Forever por questões musicais e fundou o Sahara Dust que em seguida, mudou seu nome para Epica. Quando a meio-soprano Simone Simons se juntou à banda em 2003, o Epica iniciou sua trajetória como uma das mais vitoriosas bandas do estilo. As grandes inserções e influências de música clássica, fazem do Epica uma banda única. Destacamos o trabalho de estreia, “The Phantom Agony” (2003) com lindas interpretações de Simons.
Apesar de poucos nomes no chamado mainstream da música pesada, pudemos notar com estas menções, que o país é muito forte na cena. Grandes nomes em conjunto com um dos mais tradicionais festivais europeus, fazem da Holanda um país obrigatório para amantes do Heavy Metal. Outros nomes importantes como God Dethroned, Gorefest e The Gathering por exemplo, também vêm daquele país.
No próximo dia 17 tem mais “Heavy Metal Pelo Mundo”. Até lá!