Pensar e escrever sobre a Bósnia e Herzegovina pode ser algo meio confuso, tendo em vista os detalhes geográficos do país e demais pormenores. Para tentar encurtar a história, mas ao mesmo tempo fornecer um breve apanhado geral aos nossos leitores, vamos a algumas informações básicas antes de conhecermos um pouco sobre o seu cenário musical pesado.

Sendo uma nação independente desde 1992, o que se conhece atualmente por Bósnia e Herzegovina (Босна и Херцеговина) é o resultado da dissolução da antiga Jugoslávia. Com população estimada em 3.301.000 (até 2019), o país balcãnico é dividido administrativamente entre duas entidades politicamente autônomas: a Federação da Bósnia e Herzegovina  e a República Sérvia, e sua moeda é o Marco Conversível. Por idioma, são aceitos três: a língua bósnia, o sérvio e o croata, sendo o alfabeto cirílico utilizado pela maioria da população. Por fim, sua capital Sarajevo, serviu tragicamente de cenário para o início do que se tornaria a Primeira Guerra Mundial, com o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa Sofia, pelo jovem Gavrilo Princip, em 28 de junho de 1914.

Com um cenário relativamente (e aparentemente) bem movimentado, o país oferece um bom número de bandas, que se aventuram por alguns gêneros do Heavy Metal. Mas, é interessante notar também o alto número de bandas e projetos voltados ao Black Metal e algumas de suas vertentes, com diversas representantes. Aliás, guardadas as proporções, o mesmo acontece com o Death Metal e seus derivados, no que se diz respeito a praticantes. Em relação a festivais, o país oferece o Demofest, que apesar de ser mais voltado ao som alternativo/pop e com predominância de atrações locais, já recebeu em seus palcos atrações internacionais como Therapy? e Eagles of Death Metal.

Abaixo, selecionei sete nomes, de diferentes vertentes do estilo. Confira:

BRAINSWITCH

Vindo da sexta maior cidade do país, Mostar, o Brainswitch iniciou suas atividades no ano de 2010 e possui dois álbuns oficiais, lançados entre 2015 e 2020, onde busca constantemente juntar elementos do Doom e do Post-Metal/Rock.

CONTUSIO

Para quem deseja curtir um Death Metal com generosos toque “old school’, o Contusio é uma boa opção. Tendo lançado em 2019 o seu álbum de estréia, ‘Unrest in Piece’, a banda iniciou sua trajetória em 2007, quando inseria elementos Thrash em sua sonoridade.

EMIR HOT

Mas, se você não quer algo tão brutal assim, fique tranqüilo que o Progressive/Heavy do guitarrista Emir Hot pode lhe descer melhor. Também tendo iniciado sua carreira em 2007, já são dois discos oficiais, sendo o mais recente ‘Beyond Rock’, de 2018.

VATRENI POLJUBAC

Agora, se o assunto for banda clássica de Hard’n’Heavy, é claro o país oferece o Valtreni Poljubac, que já soma mais de quarenta anos de história! Do debut ‘Oh, što te volim, joj!’ (1978) a banda seguiu até ‘100% Rock’n’Roll’ (1986), retornando com duas compilações em 1997 e dois anos depois soltando ‘Sve će jednom proć’ samo neće nikad rock ‘n’ roll’. Mais de dez anos se passariam até que a banda retornasse outra vez, lançando em 2011 o seu nono álbum completo ‘Kad svira rock’n’roll’, com o trio Milić Vukašinović (vocal e guitarras), Srđan Đule Đukić (baixo) e Vladimir Ćopić (bateria).

SILENT KINGDOM

Outra banda que iniciou suas atividades praticando determinado estilo e ao longo dos anos mudou (ou evoluiu, se achar mais delicado) é o Silent Kingdom, que do Melodic Death Metal, foi para o Progressive Rock/Metal! Com uma discografia de seis álbuns e um EP (uma das pouquíssimas a alcançar essa dádiva, até o momento, diga-se), o seu ultimo trabalho é o disco ‘Where Secrets Meet’, de 2017. Confira as duas fases!

SHACKLES OF HYPERION

Agora, se o leitor quer algo novo (literalmente) então que se divirta com o Metalcore do Shackles of Hyperion, que vem da capital mas que ainda não lançou seu debut… No entanto, conta com o EP homônimo do ano passado – além de alguns singles, liberados entre 2018 e 2019.

ZVIJER

Chegando ao fim de nossa matéria, me despeço ao som do Black Metal do Zvijer! Em sete anos de profanação astral, o vocalista e fundador Knjaz e o multi-instrumentista Insanus entregaram aos apreciadores do estilo dois discos: ‘Vječnost truleži’ (2017) e ‘Navia (Zadah jalovog svijeta)’ (2020).

Me despeço por aqui, em mais um Heavy Metal Pelo Mundo, onde tivemos a chance de conhecer um pouquinho de mais um país, cujo seu cenário musical ainda é bem desconhecido para nós, aqui do Brasil. Obrigado pela companhia e até a próxima aventura!

Stari Most (Ponte Velha), em Mostar
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