Senhoras e senhores, viajantes do Mundo chamado Heavy Metal, essa comandante, que vos escreve, convida-os para embarcarem em mais uma viagem. Nesta minha primeira escala de 2021, a visita será à República da Áustria, país centro-europeu, que faz fronteira com a Alemanha, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Eslovênia, Itália, Suíça e Lieschtenstein. Mesmo tendo tantos vizinhos, tem um território pequeno, abrangendo pouco mais de 83 mil quilômetros quadrados, tendo cerca de 9 milhões de habitantes, que vivem em uma região de clima temperado e alpino. O terreno austríaco é muito montanhoso, devido aos alpes, onde apenas 32% do solo está abaixo dos 500 metros e o ponto mais alto alcançando quase 4 mil metros acima do nível do mar. A língua oficial do país é o alemão, sendo falado pela maioria da população.
A origem do país remonta ao Império Romano, quando este conquistou o Império Nórdico, de origem celta, por volta de 15AC. O cristianismo foi introduzido pelo rei Carlos Magno, por volta de 788DC. Ao longo dos anos, a Áustria se tornou uma das grandes potências europeias, desmoronando-se, porém ao final da Primeira Guerra Mundial. Entre as duas grandes guerras, a Áustria passou a ser controlada pelo Império Nazista, recuperando a sua soberania em 1955, com a promulgação do Tratado do Estado Austríaco.
Atualmente, a Áustria é uma democracia parlamentar, composta por 9 estados federais, tendo como capital a famosa cidade de Viena. O país é um dos mais ricos do mundo e é um dos membros da União Europeia, cujo Euro é a moeda oficial. O nome alemão do país, Österreich, significava Reino Oriental. A palavra é provavelmente uma latinização do termo germânico supracitado.
Devido a sua geografia montanhosa, a população do país concentra-se nos vales entre os rios, tendo o Danúbio, como o principal deles. Por ser uma das potências do continente, a Áustria gerou uma grande contribuição para a cultura mundial, em diversas formas de arte, principalmente na música. Desde o fim do século XVIII, a cidade de Viena era considerada a segunda capital cultural da Europa, ficando atrás apenas de Paris, capital da França. Alguns dos compositores eruditos mais famosos da história, como Wolfgang Amadeus Mozart, Franz Schubert e a família Strauss nasceram no território austríaco. O ritmo popular mais associado à Áustria é a valsa. Na ciência, o país também tem muitos destaques internacionais. Cerca de 20 austríacos já foram laureados com o Prêmio Nobel. A medicina e a psicologia sempre foram uma marca registrada do país, sendo o local de nascimento do famoso psicanalista Sigmund Freud e do médico Karl Landsteiner, criador da classificação sanguínea do sistema ABO e do fator Rh. O tricampeão mundial de Fórmula 1, Niki Lauda também é nascido na Áustria. Dentre os atores mais conhecidos estão os vencedores do Oscar Maximilian Schell e Christoph Waltz, bem como Arnold Schwarzenegger e Danny Nucci. Também podemos citar o famoso cantor oitentista Falco.
Bem, você deve estar-se perguntando, Jenny você já falou muitas coisas interessantes sobre a Áustria, mas a nossa viagem não é para falar sobre o rock e o metal? O que você pode nos dizer sobre o rock e metal austríacos? Vocês estão certos em me perguntar sobre isso, então vamos ao que realmente nos interessa. Há muitos nomes que poderiam figurar em nossa lista, alguns até bem mais destacados e conhecidos. Porém, não dá pra citar tudo, então vamos dar uma boa enxugada e diversificar as indicações:
CROSSING EDGE
Quinteto originário da cidade de Wels, formado em 2011. A banda pratica um metalcore, lançando seu debut (Of Ghosts and Enemies) em 2012. O segundo trabalho (Breakout) foi lançado em 2015. A banda traz Bernhard Klausner, nos vocais, Stefan Griesinger e Thomas Mayrhofer, nas guitarras, Roman Mayrhofer, no baixo e Sebastian Letzbor, na bateria.
DIRT DEFLECTOR
Grilli (vocais e guitarra barítona) e Hasi (bateria), da cidade de Linz, fazem o duo por trás do Dirt Deflector, que trás um som calcado no sludge/doom. Apesar de já terem 10 anos de estrada, seus trabalhos se resumem ao álbum de estreia “Road to Nowhere” (2011) e o EP “Dirt Deflector (2012).
EDENBRIDGE
Também da cidade de Linz vem a gigante Edenbridge, com mais de 20 anos de estrada e 11 álbuns no currículo. A banda pratica o chamado metal sinfônico com vocal feminino, aos cuidados de Sabine Edelsbacher, desde o ínicio, 1998. O último trabalho lançado pelo quinteto foi “Dynamind” (2019). Deste trabalho foi gerado o single “Tauerngold”, lançado em 2020. Exatamente na data de hoje está sendo lançada a compilação “The Chronicles of Eden Part 2”, em álbum duplo, via Steamhammer.
INSANIT ALERT
Naturais da cidade de Innsbruck, a Insanit Alert pratica o crossover. Foi formada em 2011 e já lançou 3 álbuns cheios, além do EP de estreia. O último trabalho “666-Pack” data de 2019. No ano passado lançaram o single “Shredator”, que não faz parte do último álbum. O quarteto é formado pelo vocalista Heavy Kevy, pelo guitarrista The Dave of Death, o baixista MC Brownnose e o baterista Don Melanzani.
WINTER’S BREATH
Proveniente de Viena e identificado apenas pela alcunha BL e responsável tanto pelos vocais, quanto por todos os instrumentos, fez sua estreia com o EP “Rising storm”, lançado em 20 de setembro de 2020, de forma independente. Nesta semana chegou o single “Desperate soul”, que traz a faixa-título e a instrumental “Dreamland”, também de forma independente. O som é atmospheric black metal.
SEXTIGER
Formada na cidade de Viena, a Sextiger mistura hard rock com metal tradicional, desde a sua criação em 1983. Apesar do longo tempo de atividade, lançaram somente 4 álbuns cheios, sendo o último “Kill the Bunny”, em 2013, via Rocktiger, mas ainda estão em atividade.
IN SOMNIA
Quinteto de melodic death metal, da cidade de Linz, formada em 2013, lançaram 2 trabalhos, a estreia, “Whitered-Frozen-Perished”, de 2014 e “For the Harvest”, de 2017.
LOLITA KOMPLEX
Originários de Viena, desde 2008, a Lolita KompleX é um sexteto de gothic metal/rock, com 2 vocalistas. A estreia foi com o álbum “Le Cabinet des Marionnettes” (2011). De lá pra cá, lançaram mais 2 álbuns cheios, sendo o último “Escapism” (2019) e um EP.
Assim chegamos ao final de mais uma viagem pelo mundo do heavy metal, desta vez, conhecendo um pouco da história da Áustria e a sua relação com rock e o heavy metal. Na próxima semana uma nova história será contada através de uma nova viagem no quadro Heavy Metal pelo Mundo. Obrigada por sua companhia.