Essa é uma edição especial da coluna, pois finalmente, agora que estamos apresentando um representante da Guiana, conseguimos incluir todos os países do continente em nosso roteiro.
VERMIFORME – URUGUAI
É sempre gratificante encontrar o trabalho de bandas que estão trabalhando sério e entregando produtos com produções elaboradas, não apenas musical, mas englobando a parte visual, do show, da mística de uma apresentação ao vivo. O Vermiforme faz seu Doom Metal, com inclusão de muitas passagens de Sludge, e resulta numa música assustadora, reforçando essa impressão com a produção de palco que envolve máscaras e mantos, e que pode ser conferida em seu último trabalho, o disco ao vivo “Riitualiis”, que ganhou também uma versão em DVD.
LIBELLULA – BOLIVIA
O Symphonic Metal praticado pela Libellula é bastante variado e agradável de ouvir. Ressalte-se que, ao contrário de tantas bandas do estilo, que mesclam o vocal lírico feminino com uma voz gutural masculina, a banda boliviana optou por utilizar duas cantoras de voz suave, alternando-se na interpretação das faixas. Alguns toques de Power Metal poderão ser percebidos, além de passagens mais calcadas em Iron Maiden, como na faixa “Vera”. Outros destaques são a condução com escalas árabes em “Liberty” e a melodia mais acentuada em “Créditos Finales Para Un Asesino Serial”.
OPPRESSUS – COLOMBIA
Thrash Metal é, atualmente, um dos estilos mais difíceis de serem desenvolvidos com novas idéias. O álbum “Humanidad In Vitro”, da banda colombiana Oppressus não vai apresentar inovações, mas isso não faz dele um trabalho que não mereça ser curtido. A banda investe no Thrash com forte pegada Hardcore, numa linha que lembra mais a escola alemã do estilo, verificada no trabalho de grupos como Assassin, Tankard dos primeiros anos ou até mesmo Kreator, na fase do disco “Cause For Conflict”.
INFERNAL DOOM – CHILE
O Death Metal que o Infernal Doom pratica é do tipo que você se sentirá instigado a escutar mais de uma vez, para poder capturar todas as variações e os detalhes em sua música. A banda está ativa desde 1999 e acabou de divulgar o lançamento de seu quarto álbum, intitulado “Freedom By Death”. O trabalho desses chilenos é permeado de passagens que remetem ao Black Metal, chegado, às vezes, a se assemelhar a algo como um Mercyful Fate com blast beats.
FEED THE FLAMES – GUIANA
Até essa edição, a coluna sobre o Metal na América do Sul prosseguia com a mácula de, entre todos os países do continente, nunca ter conseguido incluir uma banda da Guiana. Graças ao Feed The Flames, essa pendência foi resolvida, pois ela vem representar sua nação, com o recém lançado álbum de estreia “Kyk-Over-Al”, fazendo um Death Metal melódico que apresenta boas idéias, a serem melhor desenvolvidas no futuro, mas que desde já ostentam orgulhosamente a bandeira do cenário metálico de um país sem muita tradição no estilo.