O blog Warriors Of The Metal publicou nesta terça-feira (08/02) uma interessante entrevista com Danilo “Marreta” Souza, guitarrista da Hagbard, banda de Pagan Folk Metal situada em Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais. Na ocasião, o entrevistador Walker Marques indagou Danilo sobre diferentes assuntos concernentes à banda, tais como a sensação de tocar em uma banda de estilo tão diferente no Brasil, o novo álbum “Vortex To An Iron Age” – que está para ser lançado em breve -, além de também ter aberto espaço para questões mais descontraídas!
Confira um pouco do que rolou:
WOTM: Primeiramente, Danilo, obrigado pelo seu tempo!
Conta pra gente: como é a sensação de fazer Pagan Folk Metal em um país como o Brasil? Não é muito comum vermos bandas com esse calibre mais épico por aqui.
DANILO: Queria abrir essa entrevista agradecendo pelo espaço cedido para expormos nossas ideias. Muitas pessoas que nos contatam dizem ter nos conhecido através do Warriors Of The Metal! Somos muito gratos por tudo que vocês fizeram pela Hagbard!
Realmente o som que tocamos não é muito comum no nosso país, apesar de mais bandas estarem aparecendo a cada dia. É claro que existem lados bons e ruins em tudo, mas a sensação de tocar Folk Metal por aqui é muito boa, pois na maioria das vezes temos uma sonoridade diferente do que muitas bandas têm apresentado no Brasil, e de certa forma isso acaba atraindo mais pessoas ao nosso trabalho. Outro fator de relevância a favor do estilo é que o mesmo nos traz maior liberdade para compor músicas e letras, pois o Folk Metal engloba várias temáticas musicais e líricas.
WOTM: Vocês certamente já se depararam com alguns comentários mais tradicionalistas defendendo que banda brasileira “não pode” fazer Folk Metal inspirado em outras culturas, pois implica na desvalorização da cultura indígena da nossa terra, correto? Como vocês reagem diante dessas ideias?
DANILO: Infelizmente sim, pela internet. Esse assunto é bem complexo. Respeito a opinião de quem pensa assim, porém isso não me impede de discordar. As reações dentro da Hagbard não são homogêneas quanto a esse tipo de pensamento. Alguns de nós não dão a mínima para isso, sendo sincero. Eu particularmente já perdi meu tempo tentando argumentar com algumas pessoas. Muitas das grandes bandas de Folk Metal abordam temas que não são relacionados à sua cultura, sequer cantam no idioma local e não acho que isso seja problema. Só para dar um exemplo, o Turisas no seu último álbum escreveu uma música baseada em histórias de “As Mil E Uma Noites”, obra que possui contos populares do Oriente Médio e Ásia. Claro que citei somente uma música dentre as várias produzidas pelo Turisas, mas a ideia aqui é: o artista tem a liberdade de falar sobre o que o inspirar. Se quisermos fazer músicas englobando elementos da nossa terra, o faremos, mas certamente não pela “politização” da arte nacional, ou por querermos utilizar a cultura local como um meio de chamar atenção. Em contrapartida, se uma banda vai contra as suas ideias, nem você, nem ninguém é obrigado a ouvir essa banda.
WOTM: Recentemente vocês revelaram no Facebook uma informação, ainda sem maiores detalhes, de que um novo álbum de estúdio está para chegar. Revelam apenas que o nome será “Vortex To An Iron Age”. O título dá alguma pista sobre o tema abordado nas novas músicas?
DANILO: De certa forma. “Vortex To An Iron Age” talvez seja mais relacionado à obra como um todo. Ao ouvir o disco, a ideia é inspirar valores de eras antigas, de um mundo onde a força e o ferro eram aliados ao orgulho e a honra. Sobre os temas do álbum, diria que são independentes. Existem novos elementos líricos. O material está bem rico!
WOTM: Quais são as expectativas em relação ao novo trabalho? Vocês se sentem mais maduros? Sentem que as músicas têm mais desenvoltura e que a recepção do público e mídia será positiva? Como foi a criação?
DANILO: As expectativas são as melhores possíveis. Nos sentimos sim mais maduros, apesar de termos a consciência de que somos ainda uma banda qualquer do interior e que podemos melhorar em várias coisas. Continuamos a evolução mostrada em “Tales of Frost and Flames”. As músicas possuem mais elementos e o material foi muito pensado. Tentamos ser honestos com o que fazemos, e trabalhamos duro, mas não criamos ilusões. Sei que a recepção de um trabalho depende de muitas coisas e o quanto isso é difícil.
Nosso processo de criação flui muito bem. Musicalmente temos uma mente criativa principal que é o [tecladista] Gabriel Soares. Quando ele não cria as músicas, ele as estrutura e cria toda a parte melódica. Mas claro, tudo é bem democrático e aberto a todos. Liricamente todos nós contribuímos com ideias de temas e escrevendo as letras. Temos muitas músicas e ideias já prontas, então para este disco escolhemos onze delas e fizemos o álbum.
Para conferir a entrevista na íntegra, basta clicar aqui e conferir no Warriors Of The Metal!