O metal é mesmo um estilo que canaliza muitas emoções, mas também pode ser fio condutor para as mesmas. Dentre as várias situações, fãs desta vertente, no geral, são pessoas com pensamento crítico formado e não prezam pela futilidade. Passando para o lado do compositor, o metal é como um pano de fundo que se abre para a consolidação de várias ideias. Sentimentalmente ou conotativamente, o peso, melodia, arranjos e agressividade se transformam em arte nas mãos de pessoas como o multi-instrumentista Gus Defelice que, há poucos dias, lançou o single “Luring Depths”. Vamos falar mais um pouco sobre este trabalho.
O italiano Gus, que também é produtor, lançou no passado obras como “Reborn” (2017) que mostrou o seu talento para a música pesada. Já neste ano, os singles “Starlight” e “Desert Dunes” inseriram mais identidade ao seu estilo. Além do contexto musical, inspirações existencialistas de cunho pessoal também fazem parte deste conglomerado, como conflitos familiares etc. Mas por enquanto não falaremos sobre isso. É importante notar que o perfil criativo de Gus recai sobre um tipo de metal mais pomposo, embora violento. Fãs de bandas cujos temas envolvem ocultismo ou mesmo psicodelismo gostarão, mas também o pessoal thrasher pode vibrar.
Agora sim, vamos nos aprofundar em “Luring Depths”. De longe, esta é a música mais pesada que Gus já publicou, até o momento. Sua guitarra, que sempre assumiu um papel mais virtuoso com belos acordes formando bases para solos virtuosos, aqui se mostra pesada com riffs matadores. O clima da canção nos remete a uma forte emoção interior, que o próprio músico explica: “Cada nota conta um pedaço da minha história emocional, capturando a confusão e o confronto que senti ao lidar com o caos emocional, causado por um relacionamento complexo com um membro da família”, revela o artista.
Com uma carreira instrumental, talvez Gus não possa a se equipará a nomes como Joe Satriani e Yngwie Malmsteen. No entanto, sua linha mais enxuta e direta pode abrir portas a um pioneirismo que, tão logo, possa sair do underground. Até agora, como guitarrista de som mais extremo, quem se aventurou a lançar álbuns solos instrumentais foi Alex Skolnick do Testament, ainda assim em estilos verdadeiramente contrários ao thrash metal de sua banda. No caso em que se relaciona Gus, esse pode virar uma história genuína. O que podemos fazer é esperar por mais deslanchar dessa história, e que Gus possa encontrar sempre inspirações.
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