Grunge Entrevista é um quadro criado por mim, Helton Grunge, para entrevistar bandas e artistas do Rock e do Metal. Tudo feito de uma forma direta e descontraída, tentando abrir espaço para que o artista fale sobre seu trabalho. Hoje no Grunge Entrevista você confere um papo com a banda Laika!
Laika é uma banda de Rock Progressivo Experimental que lançou no último dia 16 seu primeiro álbum. O nome do trabalho é Expressões e Emoções dos Animais Terrestres (2021) e trabalho já pode ser conferido nas plataformas digitais.
Então sem mais enrolação, vamos à entrevista!
Helton Grunge – E aí, galera, tudo bem? Acho legal agora para o início vocês falarem um pouco sobre o projeto de vocês: como surgiu a ideia da banda? Quando e onde? Qual a proposta da banda?
A Laika nasceu em meados de 2019, um pouco antes da pandemia! Mas foi gestada ao longo de muitos anos. Foi a materialização de muitas ideias que o Rafael vinha criando e não conseguia realizar. E muito por causa de uma espécie de delimitação do que é o Rock. Eram formatos e conceitos que não cabiam dentro de um gênero. Daí veio a Laika, a cachorrinha que saiu da nossa atmosfera!
Essa liberdade criativa, de não se limitar aos moldes de qualquer gênero, é a proposta da Laika.
Helton Grunge – Sim, entendi! A proposta é justamente fugir de rótulos que possam vir a prender a sonoridade de vocês. Vocês lançaram recentemente o primeiro álbum de vocês, então falem para o público sobre o que se trata este trabalho.
Expressões e Emoções dos Animais Terrestres (2021) é como um diário de bordo. O álbum é uma observação, uma expedição científica pelo confins da alma humana. A gente aborda temas íntimos e temas amplos – partícula e onda – como se estivéssemos de fora.
Temos músicas sobre a humanidade, sobre o amor, sobre as relações sociais e por aí vai.
Helton Grunge – Entendi, muito legal ver que uma banda apresenta ideias inovadoras assim. Mas, agora com o álbum lançado, qual o próximo passo? Pretendem fazer videoclipes?
Na verdade, todas as músicas do álbum têm um material audiovisual próprio. Cada uma delas foi lançada como single e cada uma delas tem um videoclipe. Todos feitos por nós mesmos, em isolamento.
Helton Grunge – Muito bom saber disto! Com certeza o público vai se interessar e querer conhecer mais a fundo o trabalho de vocês. Já que o álbum é recente, fale um pouco sobre cada música deste trabalho.
A faixa-título, Expressões e Emoções do Animais Terrestres, é uma abertura do álbum. Ela começa com um clima de descoberta, de “awesomeness”, de aventura, e traz elementos de todas as faixas que vem depois.
Mai é uma história de amor moderna. Um conto sobre as fases de um relacionamento amoroso atual, que começa num flerte virtual, uma paquera online, que é um espaço de socialização importantíssimo hoje. Como qualquer história de amor, ela passa por diversos territórios e momentos, e a música é como a trilha sonora dessa história. Não tinha como passar por toda essa diversidade mantendo um só tema ou um só clima. Daí, música tem uma construção inspirada em óperas e acabou tendo 12 minutos, que foi o tempo necessário pra desenvolver todas essas nuances.
Revolução Pangaré é uma metáfora da desigualdade e do exclusivismo, da luta por oportunidades e de inserção nos espaços. Então, é sobre um cavalo sem raça, um pangaré, que sai do sertão e quer tentar realizar seu sonho de correr no jóquei clube e mostrar seu valor. Uma metáfora da luta de classes como “luta de raças”.
Gravidade é sobre atração. Sobre pessoas e sobre corpos que se atraem inevitavelmente, inexoravelmente. E da resistência infrutífera contra essas forças fundamentais da natureza.
Nonada, pegando emprestado o termo criado por Guimarães Rosa, é um lugar qualquer, indefinido, ou um não-lugar. É onde observamos a maioria de nós, que vai se deixando levar e se vê em um lugar qualquer, totalmente passivo diante da vida.
Pálido Ponto Azul, que encerra o álbum, é o conjunto da nossa aventura terrestre. Inspirada no texto do físico Carl Sagan, a canção é traz as perspectivas da nossa história, de dentro e de fora do planeta. Tudo o que parece tão incrível e tão grandioso, –os grandes feitos, conquistas e descobertas –, quando visto de fora, dos confins do sistema solar, ocorreu apenas naquele pequenino ponto, “uma poeira suspensa em um raio de luz”, como disse Sagan.
Helton Grunge – Muito legal esta explicação! Com certeza ajudará muito o público a entender a proposta de cada faixa e a proposta do álbum como um todo. Vamos falar de planos para o futuro agora: Aonde a banda quer chegar? Quais os planos?
A Laika quer ultrapassar a estratosfera e alcançar o cosmo. Queremos ir até os confins do universo, mesmo!
Nós nos compreendemos como mais do que uma banda, mais do que criadores e intérpretes de músicas. Até aqui, criamos peças artísticas em diversos formatos – pinturas, desenhos, esculturas, animações e filmes, além de música, é claro! E nosso plano é continuar produzindo arte com essa liberdade, seja de estilo ou até mesmo de mídias para isso.
Já temos em andamento uma fase de experimentações até o final do ano, com parcerias de outros estilos, Hard Rock, Eletrônico, Rap, Guitarrada, que com certeza vai nos dar novas perspectivas e influenciar nosso próximo álbum, que vai ser produzido ao longo de 2022.
Helton Grunge – Muito legal ver esta versatilidade de vocês e saber que querem fazer coisas diferentes. Agora falem um pouco sobre os integrantes: quem são? O que fazem na banda e fora dela?
Rafael Lago é guitarrista e compositor. Publicitário, escritor e artista plástico, tem feitos as animações, artes e os clipes da Laika.
Gui Costa é o baixista e produtor musical, também fez as mixagens do nosso álbum. Músico experiente, produtor altamente conceituado em Brasília.
Gus Leles, nosso vocalista, é estudioso e experimentalista das artes telemáticas, produção e composição.
Helton Grunge – Depois de se apresentarem, agora vamos falar um pouco sobre a sonoridade da banda: qual é o diferencial? Quais destas características têm destaque neste álbum?
Nosso som é bastante influenciado pelo Rock Progressivo dos anos 60/70. Principalmente os conceitos de composição, a liberdade conceitual. Nosso som é bastante cênico, imagético.
Alguns timbres daquela época entraram naturalmente, mas procuramos soar como uma banda atual, ao invés de tentar parecer como uma gravação de 50 anos encontrada em algum baú.
Helton Grunge – Bom, galera, o papo foi ótimo e acho que deu para o público entender bem a proposta da banda e deste trabalho em específico. Para encerrar, vou pedir para que deixem uma mensagem para o público.
A música pode ser muito mais que o som ambiente, que o ritmo de alguma outra coisa. Um prazer que foi meio perdido nesse dia-a-dia corrido, apenas escutar o som e se deixar levar por ele pode ser tão divertido quanto assistir a um filme. Ou até mais! Finalizando, segue a Laika nas redes sociais, no Instagram, Facebook, Youtube. Também estamos em todas as plataformas de streaming, como Spotify, Deezer e Apple Music.
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