Grunge Entrevista é um quadro criado por mim, Helton Grunge, para entrevistar bandas e artistas do Rock e do Metal. Tudo feito de uma forma direta e descontraída, tentando abrir espaço para que o artista fale sobre seu trabalho. Hoje no Grunge Entrevista você confere um papo com Nouvella.
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1- Primeiramente é um imenso prazer entrevista-los. Como para vocês é fazer um trabalho de Rock clássico/psicodélico em uma cidade praiana como Florianópolis?
Olá pessoal, prazer é todo nosso primeiramente, sempre muito bom estar levando aí a palavra da Nouvella pelo Brasil e todos os portais possíveis. “Como é fazer um Rock Clássico, Psicodélico, em uma cidade praiana como Florianópolis”? Bom, como tudo na vida, no início tudo é muito desafiador, mas acredito que o Rock sempre teve muito presente na essência do surf, do Skate, que são duas vertentes de esporte muito presentes aqui na ilha. Então, não foi muito difícil conquistar essa galera aí com o Rock, e aos poucos foi disseminando nosso som através de muito surf, muito skate. No começo era bastante esse nosso público.
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2- Recentemente vocês lançaram o EP: Love Cirkus Pt. 2. A banda tem os circos como algum tipo de inspiração? Conte para nós um pouco sobre esse álbum.
De uma forma talvez indireta. A ideia do Love Cirkus é transmitir um pouco da vida como um circo, não do circo como a vida. A vida como um circo quer dizer muito sobre a possibilidade de a gente ser o palhaço protagonista dos nossos próprios shows da vida, poder fazer um drama, poder dar uma risada, fazer acrobacias ao longo da vida com seus obstáculos e felicidades, segurando a boca do leão, que esse sistema neoliberal não nos deixa escapar. Acredito que a gente pode trazer muitos elementos da vida e aplicar no circo como teoria para poder lidar com a vivência e a existência do planeta de uma forma mais leve, mais divertida. E as nossas músicas, partindo desse ideal, são justamente essa cama de diversão e romance. Então, acredito que tudo isso esteja um pouco atrelado nesse sentido, com a ideia de circo. Por isso veio Love Cirkus.
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3- Nouvella tem sido um grande destaque, vocês tem se apresentado em vários festivais. Como tem sido essa experiência pra vocês?
Isso faz parte, é um marco temporal muito importante no caminho de qualquer banda independente, né? Porque são esses festivais que realmente abrem mais portas por conta de juntar vários públicos de vários artistas diferentes. Então, os festivais têm esse poder de propagar bandas independentes, porque existe uma fé no trabalho daqueles que fogem do Pop, no sentido popular mesmo, da ideia de “famoso”. É claro que existem festivais com grandes nomes, inclusive geralmente é o que acontece, né? Poder tocar em festivais que possuem grandes nomes no line-up, como banda independente, é uma porta muito grande e é muito bom poder estar entrando por essas portas.
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4- Vocês são uma das apresentações para o dia mais aguardado do Lollapalooza. Como está a ansiedade e a expectativa para esse show?
Então, é muito louco porque a ansiedade, ela se revela no momento de poucos minutos antes do show, né? É claro que imaginar o Lolla, por exemplo, eu, Yasmin, vocalista, nunca tive no Lolla, então não tenho nenhuma dimensão para poder mensurar um pouco quanta ansiedade posso vir a sentir, né? Então eu acredito muito nessa borbulhação que acontece pré show, independente se é no “Boteco da Esquina”, se é no Lollapalooza, porque é isso que movimenta essa ânsia de estar no palco. Mas com certeza uma sensação de “semi-desmaio” vai rolar ali perto da hora do nosso show do Lollapalooza.
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É um papel muito, muito grande, muito incrível na nossa carreira! A gente está muito feliz, muito, muito feliz mesmo! A principal expectativa, eu diria, é ser quem a gente realmente é. Não é porque o Lollapalooza que a gente vai tentar ser algo maior, porque a gente já é muito, muito grande na nossa alma, então a gente entrega isso, independente de onde a gente estiver tocando. A expectativa é continuar fazendo o que a gente sabe fazer mesmo, que é tocar de coração aberto no âmago do Rock’n’roll.
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5- Vocês têm uma parceria muito gostosa com a Letrux. Como surgiu essa amizade?
Realmente é uma parceria muito gostosa. A Letrux é uma pessoa extremamente maravilhosa e humilde. E foi isso que possibilitou essa parceria: a humildade dela. Isso porque ela é uma artista muito, muito grandiosa, com um trabalho muito importante para a música brasileira como um todo. A humildade dela foi o que possibilitou esse contato e o convite para eu participar do show dela aqui em Florianópolis em 2021.
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Foi um grande catalisador para essa relação, porque dali em diante começou muita troca. Inclusive foi também o que veio criar esse vínculo para a gente ter tocado junto aqui também no Desgosto. E eu espero aí, quem sabe num futuro nem tão distante, poder tocar com ela novamente juntos e até quem sabe gravar alguma coisa maluca. Ela é uma grande, grande inspiração para a banda como um todo, mas para mim pessoalmente mais ainda como artista e como mulher na produção de música brasileira.
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E performance, né? Acho que rola uma grande inspiração ali. Então é muito gostoso mesmo poder estar em contato direto com o seu contemporâneo ali, que parece ser um sonho mesmo, né? Poder estar como fã e como inspiração, estar em contato direto com uma artista como ela!
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6- O que podemos esperar da Nouvella agora em 2024? Quais os próximos passos?
Em 2024 a gente espera aí uma grande explosão, poder tocar em outros lugares do Brasil, para além de Rio de Janeiro e São Paulo, mas também conquistar todos os espaços possíveis, que todas as portas se abram pra gente, e que a gente possa cada vez mais entregar o Rock para quem tiver de peito aberto. É isso que a gente quer entregar para as pessoas: a nossa música, nossa arte, porque a gente cria isso de um lugar muito verdadeiro então a gente espera que essas portas que vêm se abrindo se abram cada vez mais.
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E eu acredito que isso depende muito também não só de nós, mas também que realmente o mercado da música esteja cada vez mais aberto para os artistas independentes e de música autoral, então é uma via de mão dupla, né? Acredito que a gente tem muito para dar e eu gostaria que o mercado também aprendesse cada vez mais que tem muito o que receber. E é isso galera, a gente agradece muito a oportunidade e vamos disseminar aí a música e a arte cada vez mais. Valeu, um grande abraço!
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