Grunge Entrevista #20: Difuse “Em geral, me inspiro em músicas reflexivas ou ligadas à determinação, coragem, enfrentamento e liberdade, coisas fáceis de se achar no Rock”

Grunge Entrevista é um quadro criado por mim, Helton Grunge, para entrevistar bandas e artistas do Rock e do Metal. Tudo feito de uma forma direta e descontraída, tentando abrir espaço para que o artista fale sobre seu trabalho. Hoje no Grunge Entrevista você confere um papo com Difuse.

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Primeiramente, parabéns pelo trabalho. Vocês trabalham em formato de duo, contendo baixo, voz e batera. Por que apostar num formato enxuto assim? Qual a proposta da banda soando assim?

Obrigado! Esse formato é realmente incomum, mas não uma aposta. Existem bandas relevantes hoje que funcionam assim. Royal Blood e Death From Above, por exemplo. Com o tempo percebi que a música não precisa ter muitos elementos para ser boa. Acho que esse formato enxuto aumenta a proximidade com o público, com riffs, ritmos e letras marcantes.

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Na música “O fim do mundo” traz um refrão bem melódico e você coloca a frase “só sobrou nos dois”. É uma referência ao formato duo?

É uma interpretação válida, com certeza! Muitos também pensam que a motivação dessa letra é a pandemia, mas na verdade eu escrevi ela antes. Eu queria passar uma ideia de realidade paralela, onde magicamente ficamos em um cenário perfeito com uma pessoa que gostaríamos de ficar a sós, protegidos do mundo distópico que vivemos.

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O trabalho de vocês traz muitas reflexões sobre a vida, questionamentos muito bem colocados. Qual a mensagem que quiseram trazer nesse álbum “Referência Circular”?

Esse álbum fala sobre como a nossa vida dá voltas, sobre a relação entre o passado e presente. Uma referência circular ocorre quando você se define por outra pessoa e essa se define por você, criando um laço onde ninguém mais consegue entender o próprio valor, qualidades e defeitos. Percebam que as músicas do álbum ficam alternando entre um presente caótico e um passado nostálgico. No fim, eu apresento uma tese que associa o pensamento reacionário como uma manifestação de saudade por algo que ficou pra trás.

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A sonoridade do projeto traz influências de Post Rock, de Rock Psicodélico e de Rock Alternativo. Quais são as referências de vocês para criarem uma sonoridade própria?

É isso mesmo! A Difuse também tem influências de Brit Pop e Stoner. Algumas bandas: Queens Of The Stone Age, Pink Floyd, Radiohead, Rage Against The Machine e Papa Roach, além das que comentei antes, são algumas delas. Em geral, me inspiro em músicas reflexivas ou ligadas à determinação, coragem, enfrentamento e liberdade, coisas fáceis de se achar no Rock. Sobre as letras, não sei dizer ao certo. Já escrevi tanto que acho que estou numa referência circular comigo mesmo!

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As letras de vocês trazem conteúdo e vão na contra-mão do que tem ganhado destaque no mainstream da música com letras vazias. Como é para vocês isso? Conseguem atingir bem o público com suas letras? Como tem sido a resposta?

Meu objetivo com a música é nos conectar com a vida, mesmo que com suas dores, angústias e questionamentos. Quero promover a felicidade por meio do autoconhecimento. O sucesso, muitas vezes, reflete o que uma grande quantidade de pessoas quer ouvir. Para mim, sucesso é ter o suficiente pra continuar vivendo, sonhando, cuidando de quem depende de mim e fazendo música. Ainda é cedo pra dizer muita coisa, mas os sentimentos e comentários que voltam pra mim são gratificantes.

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Você chegam com letras provocativas e questionadoras, sem medo de se expressarem. Num mundo cada vez mais onde as pessoas são parecidas, como é para vocês se colocarem como diferentes e apresentarem um projeto que traz boas letras e um formato não convencional?

Eu realmente não tenho medo de me expressar. A música tem o poder de alterar o nosso estado de espírito e acredito que muitas pessoas escutam músicas que falam de coisas boas para se sentirem melhor, como um remédio pra melancolia. Não sei se estamos todos parecidos ou só anestesiados por excesso de estímulos. Mas tudo bem se eu for diferente. Existe um propósito maior para o que eu faço.

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Falem um pouco do duo: aonde querem chegar? Quais as referências de vocês? Quais os próximos passos?

Queremos ser uma referência nacional no Rock, queremos inspirar a criação de outras bandas, queremos ser aquela música que você escuta de manhã para acreditar em você mesma(o) e começar o dia com tudo. Nossas referências são diversos artistas, de diferentes gêneros, que nos provocam esse sentimento também. Estamos gravando novas músicas e fechando um repertório para shows.

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Comentem sobre um show marcante que vocês fizeram e o que fez dele especial.

Como o projeto nasceu na pandemia e é muito recente, só fizemos alguns ensaios abertos. Mas de experiência anteriores, um dos momentos mais marcantes pra mim foi quando recebi um depoimento após um show. Foi de um rapaz que sofreu um acidente e perdeu o movimento das pernas, mas a minha música foi um grande motivador para ele seguir em frente.

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Deixem uma mensagem para o público!

Obrigado por terem chegado até aqui e conhecido um pouco da história e dos planos de um cara sonhador! Sejamos sempre sonhadores e corajosos para serem um pouco melhor a cada dia. Vocês sabem o que será de vocês daqui 5 anos? Vocês sentem que o mundo está rápido demais? Se sentem perdidos às vezes? Pois é, eu também. Mas nesse exato momento, tudo o que vocês têm sou eu… E tudo o que eu tenho são vocês! Espero vocês no instagram @bandadifuse !

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