Grunge Entrevista é um quadro criado por mim, Helton Grunge, para entrevistar bandas e artistas do Rock e do Metal. Tudo feito de uma forma direta e descontraída, tentando abrir espaço para que o artista fale sobre seu trabalho. Hoje no Grunge Entrevista você confere um papo com a banda Seu Roque. Para acompanhar as outras entrevistas do quadro basta CLICAR AQUI.
Seu Roque é uma banda de Hard Rock/Rock Clássico formada no Rio de Janeiro – RJ em 2009. A sonoridade da banda se inspira em trabalhos como Cream, Deep Purple, Black Sabbath e Jimi Hendrix.
A formação atual da banda conta com:
Flávio D’anunciação – voz e Baixo
Neube Brigagão – guitarra
Diego Denucci – bateria
Victor Hugo Santos – teclado
A banda já possui quatro álbuns lançados que podem ser conferidos nas plataformas digitais, são eles:
À primeira Vista (2014)
Queria te Contar (2014)
Visceral (2017)
Esquizofrenia (2021)
Sem mais enrolações, vamos à entrevista!
E aí, galera da Seu Roque, tudo bem? Obrigado pela entrevista. Vamos começar do começo: quando cada integrante se interessou por música? Qual foi o primeiro contato?
Neube: Começei a despertar para a música com o lançamento do Thriller (1982) do Michael Jackson. Nessa mesma época eu comecei a me interessar por Ultrage a Rigor, Blitz…Quando passava férias com meu pai, acabava ouvindo Santana, Creedence Clearwater Revival…O Rock in Rio 1 também me abriu a cabeça para artistas como James Taylor. O Rock mais pesado chegou em 88 com o lançamento do Seventh Son of a Seventh Son (1988) do Iron Maiden. Depois de um mergulho nesse universo acabei me apaixonando pelo Deep Purple o pelo Classic Rock.
Flavio: Eu nasci no meio. Meu era pai músico, tios músicos. Um piano em casa, onde ficava direto após a escola. Meu irmão mais velho participou de varias bandas do underground carioca como baterista e eu ia junto tocar teclado. O contrabaixo veio anos depois na primeira banda que tive com o Neube.
Diego: O interesse pela música vem desde moleque, acredito que esteja no sangue pois apesar de não ter músicos na minha família, minha mãe é uma pessoal extremamente musical, deve vir dela, eu acho! Mas meu primeiro contato com o Rock foi por volta dos 10 anos de idade, assistindo aos ensaios da banda de Rock de um vizinho, lá eu descobri meu interesse pela bateria e desde então não parei mais.
Victor: Meu interesse por música acho que sempre existiu, desde bem criança, mas já ali na época do saudoso Mamonas Assassinas eu já dava meus primeiros passos para o Rock and Roll, entre tantas k7’s e vinis certamente era a fita que eu mais ouvia, até pq era a única coisa que eu me assemelhava ouvindo, os outros discos eram pagode 90, axé, discos de grupos e personagens infantis da TV brasileira, enfim, aquela fita era minha salvação. Por volta dos 10/11 anos surgiram os primeiros contatos com as bandas mais clássicas do Rock: Beatles, Queen, Engenheiros do Hawaii, Legião Urbana. Mas Mamonas tem lugar cativo na história do surgimento do Rock na minha vida, ouvi aquela fitinha k7 por anos.
Como a Seu Roque começou? Falem um pouco do início da banda e a proposta inicial.
Neube: A banda começou quando resolvi criar uma banda onde eu tivesse a palavra final sobre tudo. Depois de muitas experiências ruins com uma democracia plena, decidi iniciar um projeto onde a democracia existiria mas diante de impasses eu tomaria as decisões. A partir daí pensamos na proposta de uma sonoridade Rock que aceitasse bem misturas com outros ritmos e que fosse acessível para maior parte das pessoas.
Falem um pouco sobre a proposta sonora da banda. Quais as principais influências e que som querem apresentar para o público?
Flavio: Seu Roque foi criado como uma banda pra tocar Blues Rock, mas ficou mais pesado com o tempo o que me agrada bastante. Tem muito de Deep Purple, Sabbath, algo de Rock Progressivo também. A gente costuma misturar tudo e sai essa salada Hard Rock cantada em português.
O que a banda já lançou até aqui? Pretendem lançar coisa nova quando?
Flavio: Temos 4 álbuns de estúdio, contando com o último lançamento Esquizofrenia (2021). Estamos trabalhando agora em dois singles que ficaram de fora, por divergir da proposta do álbum, mas ainda não temos data pra isso. Estamos focados em divulgar Esquizofrenia (2021).
Como é o processo de composição da banda?
Flavio: Neube traz as letras e os riff’s e a gente trabalha as músicas juntos. As vezes eu apareço com uma música ou outra pronta, pra mim é mais fácil fazer tudo de uma vez e ajustar com a galera depois.
Neube: De fato é mais produtivo quando a ideia já chega para banda com alguma definição. A partir daí cada um compõe suas próprias partes e vamos arranjando da forma que a música vai nos pedindo. Respeitamos muito essa “necessidade” que a música tem, que muitas vezes vai contra tudo que o mercado gostaria. Tudo é feito pelo bem maior da canção.
Aonde a banda pretende chegar? Quais os passos que pretendem dar para isto?
Flavio: Queremos ser ouvidos e acho que no final das contas, essa é a meta de toda banda. Criamos as músicas pra isso. É muito gratificante quando a galera curte.
Neube: De fato todo artista tenta se comunicar através de sua obra e uma boa recepção é a consagração desse esforço. Mas a integridade é essencial e não abrimos mão disso. Nosso lançamento recente é uma prova disso. Fizemos tudo exatamente como NÃO manda o figurino. Lançamos o álbum antes do single porque entendemos que a experiência do álbum é bem maior e melhor do que a de uma música isolada.
Qual a música preferida da Seu Roque de cada um? Por quê?
Flavio: Aí tu pegou pesado. Ultimamente todas do álbum Esquizofrenia (2021). Não tem uma só, não tem como!
Neube: Acho que Esquizofrenia (2021) é o melhor álbum que fizemos e o conjunto de músicas é imbatível. Isoladamente eu acho que Visceral é a melhor música que já fizemos.
Diego: Difícil essa hein! Isso varia muito de tempos em tempos, agora é Só Por Hoje, por motivos óbvios! Não tem como não gostar do nosso último álbum!
Victor: pergunta difícil hein, meu parceiro. Vamos a lista: do nosso último álbum,
Só por Hoje certamente é uma das minhas preferidas, já que se trata de uma realidade que já vivi o suficiente e vi bem de perto. Acredito que ela fale com muitos “loucos”. ‘Só por hoje‘ fala diretamente com meus vícios e sigo bem a risca os conselhos embutidos dentro dessa canção. Afinal ‘Só por hoje’ é o lema do NA, e que seja um dia de cada vez. Tem mais outras dos outros discos que também são verdadeiras obras do Rock Nacional como: Reflexo, Contra o tempo, Queria te contar. Mas minha preferida mesmo ainda não foi lançada. “Spoiler alert” que é ‘Verdade‘
Fale um pouco sobre a banda no geral: integrantes, sonoridade, trabalhos lançados, proposta e o que mais quiserem.
Neube: Atualmente somos um quarteto. Flávio D’Anunciação (voz e baixo), Neube Brigagão (guitarra), Diego Denucci (bateria) e Victor Hugo santos (teclado). Temos quatro álbuns lançados – À Primeira Vista (2014), Queria te Contar (2014), Visceral (2017) e Esquizofrenia (2021). Nosso som é muito enraizado no Classic Rock do Deep Purple, Black Sabbath mas somos apaixonados por progressivo então tentamos sempre buscar um pouco de referência no gênero. Sou um ouvinte compulsivo de todo tipo de música e todo tipo de Rock (exceto metal extremo) então tenho sempre manter algum frescor nas composições seja pelo efeito de guitarra ou buscando referência em bandas mais modernas. É curioso porque às vezes faço canções pensando em sons mais próximos de bandas como Rage Agains the Machine ou algo do tipo mas quando a galera ouve invariavelmente associa a Deep Purple. Ou eu estou preso nesse universo ou a expectativa das pessoas molda a forma como elas ouvem. Vai saber…
Qual(is) a(s) referência(s) maior de cada músico em seu instrumento?
Flavio: Eu não tenho nem como esconder, aprendi a tocar baixo copiando o Steve Harris do Iron Maiden.
Neube: Ritchie Blackmore, Adrian Smith, Alex Lifeson, Steve Vai. Muito embora eu tenha esses e muitos outros ídolos, acho que Adrian Smith tem um lance de frases, de solos divididos em partes, que me agrada muito e que faço bastante.
Diego: Bonzo! Sem a menor dúvida!
Victor: O Ed Roth é o cara que grava os teclados do Seu Roque, depois eu só tenho o trabalho da porra de tirar os arranjos que ele fez. Então certamente ele é a principal referência. Gosto do John Novello com Niacin, Jordan Rudess e o saudoso Jon Lord.
Falem sobre um show inesquecível da banda e o porquê.
Flavio: Todo show do Seu Roque é inesquecível, mas estar no palco abrindo o show da turnê de 30 anos do álbum Vivid do Living Coulour no Circo Voador foi fora do comum. Fizemos a nossa gig, os caras subiram no palco e ficamos Neube e eu no backstage. Na hora do solo de bateria, o guitarra, Vernon Reid saiu pra tomar uma água, dar uma relaxada, nos viu e veio falar que tinha curtido o show da nossa banda. Fiquei sem saber o que falar, Neube deve ter agradecido, eu fiquei só repetindo “Cool! Great!“. Tu não imagina que um dos maiores guitarristas do planeta vai ter esse tipo de postura com uma banda de abertura.
Neube: De fato…esse show com Living Colour foi inesquecível e um dos que mais curti. Mas a primeira vez que toquei no Circo foi emocionante demais. Sempre foi meu palco mais querido e estivemos ali abrindo para Glenn Hughes que é um ídolo gigantesco e hoje um amigo. Sem dúvida um momento mágico pra mim.
Diego: Um show inesquecível foi abrir pro Glenn Hughes pela segunda vez! Circo Voador lotado, as pessoas vibraram nas nossas músicas, muitos seguidores após o show, foi uma noite mágica!
Por que decidiram fazer música autoral?
Flavio: No meu entender o intuito de um artista é criar e é isso que fazemos bem. Lembro que fizemos uma versão de White Room do Cream em um show no Teatro Rival abrindo pro Glenn Hughes e uma critica se destacou. O jovem falava que tínhamos errado o andamento da música! “Porra bicho..é uma versão mais rápida, mais pesada, nossa interpretação da canção”. Fazendo autoral esse tipo de merda não acontece.
Neube: Eu nunca cogitei fazer algo que não fosse autoral. O sentido da arte é criar. Para o público a diversão é o que importa e ao vivo tentamos fazer concessões porque entendemos que aquele momento não é só nosso, é um momento de troca. Mas fora do palco a única coisa que faz sentido pra mim é aquilo que posso expressar através do meu instrumento e minhas letras. O autoral é uma extensão do artista, é nossa vida, nossa visão do mundo.
Deixem uma mensagem para o público, principalmente
Flavio: Pra quem curte Rock, o Seu Roque está aí e várias outras bandas muito maneiras na cena. Essas bandas são muito mais acessíveis que as que estão no mainstream e acompanhar essa galera é ver o processo acontecendo. Mandem mensagens, sigam as redes sociais, vão aos shows. Podem perguntar sobre pedais, timbragem, equipamento, essas paradas. A gente curte muito trocar essas ideias com a galera que está começando.
Neube: É muito bacana essa proximidade que as redes sociais criaram entre o artista e o público. Estamos muito abertos em todos os canais. Vem pro Roque!
Para saber mais sobre a banda Seu Roque e ouvir seus trabalhos basta clicar nos links abaixo. Para saber mais sobre as notícias do Rock basta também acompanhar o Blog do Helton Grunge.
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