Grunge Entrevista é uma entrevista feita por mim, Helton Grunge, aqui no site da Roadie Metal. Aqui é um bate papo informal onde o músico apresenta um pouco de seus trabalhos, fala sobre sua carreira, fala sobre os momentos marcantes que teve até agora e sobre os planos para seu futuro na música. O entrevistado de hoje é o músico Marco Populin, baterista da banda de Rock chamada Mr.Dam.
Mr.Dam é uma banda de Rock formada em Ribeirão Preto – SP em 2012.
Vamos começar do início: Como surgiu a ideia de formar a banda e quando começaram?
Em 2012, janeiro, todos estavam muito desgostosos com seus respectivos projetos, pois é sempre difícil achar pessoas pra integrar o time que queiram realmente ir pra frente, que não tenham medo etc.
Com isso resolvemos sair desses projetos e montar esta banda, que no começo, quase chegou a se chamar Lottus, Sunset, Gta (sim, isso foi cogitado) etc. Até que numa conversa entre nossos amigos, comentaram sobre viagens pela Holanda, em Amsterdam, de como a cidade é avançada tanto intelectualmente quanto culturalmente. Aí, nesse momento eu falei: “Pronto! Achamos o nome: Amsterdam!” Mas o guitarrista na época, o Kriss, deu a ideia de colocar Mr.Dam, pois soa fácil, sonoro e de fácil assimilação além de se arremeter à ideia inicial.
Assim foi a ideia de montar esta banda, pra cutucar, pra fazer o show com interação com o público, com letras onde quem escuta vai se sentir parte da banda, mas vai se questionar em alguns momentos também.
Bem interessante esta história do nome. Realmente, a interação com o público é notável. Continuando: Por que a banda resolveu entrar na cena autoral?
Mr.Dam sempre teve som autoral, desde sua concepção. O que acontece é que, de 2 anos pra cá, é que as coisas estão acontecendo mais rápido e mais fácil no quesito autoral, o que tem muita relação com hoje em dia entendermos muito melhor como funciona os bastidores dos show business (sim, eu sei que isso foi brega de falar) e , outro fator muito bom, é que estamos entrando em uma era onde as pessoas estão querendo realmente coisas novas.
Claro, entender o mercado atual é muito importante, legal saber que já estão mais preparados. Fale do trabalho autoral de vocês: Quando pretendem lançar os primeiros trabalhos? Fale todos os planos.
Dia 10 de janeiro de 2020 lançamos nosso primeiro single, a música Ligado a Você em todas as plataformas. Graças a todo o pessoal que acompanha a banda, muitos desde o começo, ela está indo muito bem nas plataformas e, em março vamos lançar mais coisa, sendo que ate o meio do ano, pretendemos lançar nosso primeiro EP, que vem.com muitas novidades.
Que bacana! No final da entrevista terá os links para que o público possa saber mais sobre a banda e já conferir o material autoral de vocês. E para você, quem é a Mr.Dam? Fale um pouco dos integrantes.
Mr.Dam é aquela banda que você vai se lembrar depois de ir embora do show, vai se lembrar da pegada, das letras falando sobre coisas tão próximas que farão se sentir parte da banda. Também fazemos você se sentir parte do show, é assim que a gente se diverte, com essa informação, preciso falar um pouco dos integrantes:
Gabriel Silvestre, nosso vocalista tem um carisma muito grande, gosta do público, do palco, o show com ele é como se você estivesse convidado a entrar pra tomar uma cerveja na casa de um amigo, porém esse convite vem com uma energia muito grande, que reflete o que é o Mr.Dam
Jorge Oliveira, nosso baixista, é a fusão do Flea do Red Hot Chili Peppers, do Nikki Sixx do Motley Crue, do Pete Wents do Fall Out Boy com o Champignon do Charlie Brown. Batendo tudo isso num liquidificador, temos o “Jorginho”. Em cima do palco é o tipo de baixista que corre de um lado pro outro, pula, faz backing vocal, interage com o público e também é compositor!
Arthur Fonseca Zerbinatti, mais conhecido como Tuco Fonseca, é meu amigo há muito tempo, tivemos banda juntos em 2007 ou 2008, éramos adolescentes tocando Hard Rock e Heavy Metal. Esta essa fase deu muita experiência pra nós, pois apesar da idade, tínhamos muitos shows e, desde aquela época, o Tuco no palco era aquele guitarrista que você para e fica olhando, não entendendo como aquele cara toca daquele jeito, seja você amante do Rock N’ Roll, do Funk ou de Bossa Nova. Ele é virtuoso na medida certa e sabe como ninguém trabalhar timbre (inclusive da pra notar tudo isso na nossa música Ligado a Você).
Esse que lhe fala, vulgo Marco Populin, é um baterista que ama o palco, ama o público (e respeito muito) por isso, entrego no mínimo 120% em todo show, com energia, interação com o público, muita brincadeira em cima do palco e, uma coisa é certa, você vai escutar minha bateria por muito tempo nos seu ouvidos depois do show!
É justamente esta mistura que forma o trabalho do jeito que conhecemos hoje, é muito importante mesmo. E quanto às composições de vocês, quem compõe na banda? Qual é o processo?
Todos na banda compõem e o processo é muito livre, depende muito da ocasião: às vezes fazemos uma musica do nada, no meio do ensaio, ela sai, alguém escreve a letra, inventamos a melodia, o beat e por aí vai, mas na maioria dos casos, levamos o que cada um tem, escolhemos a que mais tem a ver com o Mr.Dam e montamos a música a partir dali, ou então, alguém chega com uma ideia quase pronta, que foi o caso do nosso single: o Gabriel chegou com a letra e melodia, montamos o resto em seguida e no estúdio, demos alguns toques . Então, com a gente, a criação é livre, ás vezes é difícil de entender pra quem está de fora.
Entendi! Realmente, não se prender a uma fórmula abre maiores e melhores possibilidades e alternativas para novas composições mesmo. Falando de shows agora, onde a Mr.Dam já tocou? Qual o melhor lugar onde já tocaram?
O primeiro show do Mr.Dam foi na USP, no Pandegos da Filo, um evento da Filo, que era muito grande (hoje não existe mais, se não engano) e, com isso, a banda meio que foi batizada num evento que já tinha mil pessoas, fazendo que com que sempre buscássemos isso. Nós temos uma veia nas festas de faculdade, no começo, fazíamos muito, hoje ainda tem, mas pouco. Mesmo assim, ainda temos um carinho muito grande por toda essa galera de que frequenta essas festas.
Um show que foi divisor de águas pra banda, foi a abertura do Matanza em Ribeirão Preto – SP, no ano de 2014, conseguimos “subir de nível” após esse show, ficamos no radar de vários produtores, onde depois disso abrimos show de bandas como Tihuanna em Uberlândia – MG (um dos últimos shows deles) e abrimos o show do Ritchie Ramones em Ribeirão Preto – SP em 2016. Sobre o melhor lugar, todos tem sua peculiaridade o que torna o lugar especial, mas, preciso destacar dois shows/lugares: um foi nosso segundo show no Galpão 20 em Ribeirão Preto – SP, em setembro de 2018, com lotação máxima! O que foi incrível naquele show foi a galera ali: muitos foram pra ver nosso projeto, nos deixando muito felizes e animado pra continuar!
O outro lugar é o Rock Solidário em Jaboticabal – SP, o evento em si é muito foda, fortalece muito a cena e Jaboticabal – SP é nossa segunda casa; todo show lá é muito louco. Um evento bônus que não poderia deixar de citar também foi nosso show no evento Pé na Porta que, realmente, veio para ficar e está crescendo cada vez mais! Neste evento, tocamos só musicas próprias e, mais uma vez, o resultado foi a galera toda chegando junto (as fotos desse dia são lindas!).
Um ótimo currículo para a banda, sem dúvida. E Tem algum lugar onde ainda não tocaram e querem muito tocar?
Temos muitas ambições como conseguir fazer nossa turnê (não uma, mas várias) em locais para bastante público, tocar em grandes festivais como o Rock in Rio, o Loolapalooza, mas, gostaríamos muito de tocar no João Rock, que é em nossa cidade e temos um carinho por este evento, mas tenho certeza que logo vai acontecer né!?
São grandes eventos, sem dúvida! Para quem não conhece, o João Rock é um evento anual que acontece em Ribeirão Preto – SP e conta com grandes nomes do estilo! Sonhar alto é o primeiro passo, creio que já estão no caminho certo. Mas para criarem o trabalho que têm hoje, quais são as referências da banda?
Todos são muito ecléticos, mas podemos falar que a base da banda são bandas de Hard Rock (Guns N Roses, Queen, Motley Crue, Aerosmith), bandas do Rock Nacional anos 90 e 2000 (como Raimundos, O Surto, CPM 22, Charlie Brown Jr.), bandas de Punk e Emocore (Fresno, Green Day, Fall Out Boy, Forfun, Panic at the Disco) além de vários outros estilos como Pop, New Metal, Funk e Hip Hop
Poxa, bem interessante ver tantas influências distintas. Mas e para você como baterista, em quem você se inspira para tocar bateria?
Eu cresci escutando Queen por causa de meu pai, depois teve uma fase onde neguei Queen e só escutava Metal, tinha virado fã de Iron Maiden! Já no meio da minha adolescência, descobri um baterista que também conversava com o público, criava solos de bateria diferentes, batia pesado, mas com groove e, esse cara é o Tommy Lee do Motley Crue; acho que ele consegue passar esse lance de futuro como baterista, de não só tocar mil notas por segundo, mas de ainda ter groove, pegada e ser atual. Então a minha tríade seria Roger Taylor, Nicko Mcbrain e Tommy Lee. Pode colocar como Top 5 mais o Keith Moon mais o Larry Mullen do U2.
Sobre o Tommy Lee, eu gostei muito de conhecer seu trabalho, pois ele também tem essa pegada de conversar com o público, que é muito natural pra mim também, mesmo sendo baterista e, na época, com 12, 13 anos, além do Nicko Mcbrain, ele foi uma de minhas maiores inspirações.
Grandes nomes do instrumento, cada um com sua característica, mas todos certamente são referências para muitos amantes do Rock. Agora falando do Marco amante de ouvir música: a quais shows você já foi como público e qual foi mais marcante?
O show mais marcante que eu vi como público, até o momento, mesmo eu tendo tocado antes, foi o do Ritchie Ramone, baita de um baterista, realmente é uma lenda viva! “Caramba! É um Ramone, porra!”, banda muito boa, Punk Rock cru, muito bem tocado e com músicas atuais e muito boas também.
Ter o prazer de curtir um show de um Ramone deve ser uma experiência diferente mesmo! Agora, ainda falando sobre você: Quando você decidiu entrar na música? Tem algum momento específico (um show a que você foi ou um álbum que você ouviu)
Meu finado avô, Geraldo Populin, filho de italianos, já tinha a música no sangue, sempre gostou e tocou (tocava acordeom, teclado etc) e com meus 3 anos de idade, ele me deu a minha primeira bateria, uma Rmv Kids, na esperança de que eu iria tocar as músicas italiana antigas, os sertanejos raiz etc. Coitado! Meu pai e meus tios, desde muito cedo, me influenciaram com Queen, U2, Guns N Roses, Titãs, Barão Vermelho etc. Aí já viu né? É um caminho sem volta!
Legal quando a música passa de pai para filho, de geração para geração assim. Já que você falou o nome de algumas bandas: quais suas bandas preferidas até hoje?
Em primeiro na minha lista está o Queen, a cada ano que passa, admiro mais a banda! Além de qualidade, conseguir se manter na mídia, brigando com ela, brigando com todo mundo e etc, nao é pra qualquer banda. Em seguida, não colocarei em ordem, mas minhas bandas/artistas favoritos são: U2, Guns N’ Roses, Motley Crue, Kiss, Barão Vermelho, Charlie Brown, Titãs, The Who, Elvis, Secos e Molhados, George Michael, Madonna, Michel Jackson, Korn, Iron maiden, Ozzy, Rihanna, 50 cent, Shaggy, e muito mais.
Sou muito eclético, mas sempre gosto de musicas com pegada, o groove tem que embalar, mesmo se for uma balada, isso que me chama a atenção.
Sim, bem eclético mesmo. Notamos que o Rock ainda domina, mas algumas referências de outros estilos certamente agregam no seu trabalho como um todo. E álbuns? Quais são seus álbuns favoritos?
A Night At The Opera – Queen
Rattle And Hun – U2
Use Your Illusion 1 E 2– Guns N Roses
Dr feelgood – Motley Crue
Carnaval – Barão Vermelho
Secos e molhados – Secos e Molhados
Hibrid Theory – Linkin Park
Tommy – The Who
Bocas Ordinárias- Charlie Brown Jr
Notorius– Duran Duran
Uma lista bem diferenciada dentro do Rock, sem dúvida! O legal é que abrange, além de vários estilos, também várias épocas. Voltando a falar mais da banda agora: qual o ideal da Mr.Dam? O que esperam passar para o público com suas músicas?
O nosso negócio, é passar força para nossos fãs!
Para ajudar naquela depressão, a questionar o momento, se ele não está bom, saca? A melhorar, nosso show inclusive, é para “expurgar esses demônios”.
Todos juntos, unidos para melhorar, é muito melhor do que sozinho!
Bem legal ter este propósito! Além de interessante é muito importante para os dias de hoje. E o que vocês ouvem fora do Rock?
Muita coisa! Ouvimos MPB, Pop, Hip Hop, Rap, Funk, eu falando por mim. Às vezes escuto também trilhas de jogos, é incrível, como compositores, desde jogos como Sonic e Mário, até jogos como GTA, Metal Gear, que são mais elaborados, precisam ser bem criativos.
Creio que esta mistura seja importante até para as composições e a criação da banda e de seu conceito num todo. Falando um pouco de você novamente: quem é o Marco Populin da Mr.Dam?
O Marco é aquele cara que não tem medo de correr atrás do que quer, não tem medo de não gostarem dele por ele fazer isso, é aquele cara insistente, que ama tocar bateria, que conhece muita gente, mas poucos amigos (mas, prefiro assim) e que, acima de tudo, vai lutar muito por quem gosta e jamais, veja bem, jamais se esquece de quem está do lado!
É bom para o público conhecer um pouco da pessoa por trás do artista mesmo. Claro que isso acaba transparecendo em sua obra e, com isso, tudo faz um pouco mais de sentido. E sabendo que todo início tem suas complicações, como foi o primeiro show da Mr.Dam e onde foi?
O primeiro show foi no Pandegos da Filo, na USP, foi um evento grande, com muito público. Tocamos 2 covers e uma autoral, galera pirou com essa ideia, com o projeto, foi muito legal, pois desenhou a banda naquele momento. Isso foi há 7 anos atrás!
Realmente já se tem um bom caminho trilhado, o que é muito importante! Para ficar mais claro para o público: o que é a Mr.Dam e o que ela representa para você e para os outros integrantes?
Assim como todo músico, sempre tive o sonho de poder ter uma banda que ficasse grande, que pudesse viver dela (viver bem dela) etc. e a Mr.Dam representa esta oportunidade. Colocamos, acima de tudo, nosso coração nesse projeto. Então, falando no conjunto, pelo pessoal da banda, o Mr.Dam representa esta oportunidade.
Para finalizar e conversar direto com aquele pessoal que acredita no próprio trabalho: qual o recado que você e sua banda podem deixar para quem está começando no cenário independente e do Rock em geral?
Galera, primeiro de tudo, conheça seu instrumento! Isso para que no palco você tenha mais vontade possível, tenha ambição, não tenham medo das pessoas que vão se afastar de você, por você não ter medo.
Mas, acima de tudo, saiba muito bem que se você quer ter banda para brincar no final de semana, ou se quer levar a sério, e se levar a sério, entenda que todos estão no mesmo barco e que todo mundo precisa de todo mundo! Fazer mal a outra parceiro artista vai ser pior pra você, com tudo isso, tenha em mente uma coisa: FOCO!
Se focar o negócio vai, de um jeito ou de outro, vai!
Então: Foco, foco e foco!
E fica aqui meu agradecimento por este convite e que a Roadie Metal continue fortalecendo a cena e Helton Grunge, que você continue fazendo a cena andar!
Valeu!
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