Girls On The Front: “Me enche de orgulho ver a mulherada sendo front, brilhando nos palcos”, diz Vanessa Rafaelly, nova vocalista do Mercy Killing

GIRLS ON THE FRONT é um quadro criado por 4 redatoras para falar sobre mulheres e para encorajar outras a continuarem o seu objetivo na música e, para isso, contaremos a vida e carreira de mulheres no metal brasileiro e internacional. Nessa edição, conversamos com a vocalista Vanessa Rafaelly, que atualmente está no front da Mercy Killing, thrash metal, e Seyren, cover brasileiro da banda finlandesa Nightwish.

Ao longo de mais de duas décadas de carreira, Vanessa tem o peso do heavy metal aliado à beleza do erudito em sua formação e trabalhos. Nascida em Belém do Pará, atualmente a cantora reside na cidade de Curitiba (PR) e teve uma grande jornada musical no Amapá, onde morou por muitos anos. 

Mas as influências de Vanessa não se limitam ao metal. Ela escuta diversos estilos como rock, blues, jazz, soul, música erudita e hard rock oitentista. E nos vocais, ela se inspira em King Diamond e Rob Halford, vocalista do Judas Priest, além de Sabina Classen (Holy Moses) e Doro Pesch, Luciano Pavarotti, Joey Tempest, Etta James e Aretha Franklin.

Além do metal, Vanessa desenvolveu outra paixão musical, o canto erudito. Desde os 8 anos, já se interessava pelo estilo, quando escutava o tenor Luciano Pavarotti e tentava imitá-lo. Mas cantar de fato começou aos 6 anos, na sua cidade natal, quando acompanhava a mãe na igreja. Desde então, os projetos não pararam.

Em agosto deste ano, ela ingressou na Mercy Killing, substituindo Tatiane Klingel, que para ela é um desafio mas também uma grande oportunidade e experiência na banda, que já prepara material inédito.

Nesta entrevista, Vanessa relembrou a carreira, falou sobre a presença feminina no metal e as cenas do norte e sul do país. Confira!

Você tem uma grande versatilidade vocal. Canta lírico, com o peso do heavy metal, gutural e atualmente ingressou para uma banda de thrash metal Mercy Killing, de Curitiba. Como você consegue mesclar esses diferentes estilos à sua identidade. E sentiu dificuldades em sair da voz mais limpa e ir para o campo mais pesado?

Eu tenho a Seyren (Nightwish Cover BR) e agora estou na lendária banda de Thrash Metal oitentista Mercy Killing, que já conheço desde os anos 90. Mas unca imaginei que cantaria thrash metal. A vocalista Tati, super amiga minha, saiu da banda e eles estavam em busca de um novo vocal. O Leo, baixista, viu meu vídeo cover de Stand Away do Angra no Facebook do Mateus, vocalista da Hell Gun, eu conheci o Leo e depois ele e chamou. Tomei um susto, porque nunca pensei que estaria cantando mais rasgado. Pensei que não iria conseguir e no final, consegui. Está sendo uma ótima experiência, os caras são super amigos, ganhei uma família.

Já a Nightwish cover surgiu quando eu estava em um período bem triste da minha vida. E uma aluna minha foi chamada para cantar mas ela iria esse ano morar na Itália. E aí foi total zona de conforto cantar esse estilo. Estamos felizes fazendo nossos covers.

Além de cantar em operas, recitais, musicais e etc… A eu sempre gostei muito de drives, e sempre amei erudito e o belting, e no metal eu posso unir o útil ao agradável. Gosto de variar e estudar vários tipos de técnica. 

Conte como você começou na música? E como despertou a paixão pelo rock e heavy metal?

Vanessa: Morava em Belém do Pará com meus avós, eles sempre me deixaram livre para me expressar. E comecei a desenvolver meu conhecimento musical, desde guria. Minha avó teve um papel fundamental para isso. Ela sempre notou que eu tinha gostos peculiares. Então, quando eu tinha cinco anos, ela colocava o toca discos no chão para que eu pudesse ouvir musica e ter facilidade pra trocar de vinil ou estação de radio.

Minha radio preferida naquela epoca, era a cultura FM. E la que descobrir o fenômeno chamado Luciano Pavarotti, eu tentava imita-lo em casa, ficava horas em casa fazendo isso. Minha brincadeira, quando criança era cantar. Aos domingos minha mãe me levava para igreja, e eu sempre ia pra escolinha dominical. E quando tinha apresentações, eu que segurava a parte vocal, a professora sempre me colocava pra isso. Isso entre 6 a 8 anos de idade. hehehehe.

Aos 11 anos de idade eu descobrir o Metal, e foi amor a primeira escultada, me apaixonei pelo Show no Mercy do Slayer, e daí eu não conseguir mais parar. Meu avô e minha mãe não me apoiavam na época. Lembro que eu “fugia” pra ir em shows ou cantar em bandas. A unica que sabia de tudo era minha querida avó Ceres. Ela me apoiava na musica, nas artes plasticas, na poesia, em tudo mesmo. Lembro-me uma vez que ela chegou com um CD do Megadeth, Rust in Peace pra me presentear, ela chegou e falou, “filha, fui na loja e pedir um CD de uma banda de metal pra te presentear, mas não conheço nada e o rapaz da loja disse que você iria adorar, esse”.

Quais suas influências? Alguma figura, masculina ou feminina, em especial que fez você pensar “É isso que eu quero, ser cantora”?

Eu tenho tantas influencias, eu ouço tudo. Metal, rock, blues, Jazz, soul, musica erudita e tenho uma paixão imensa por Hard Rock. Figura masculina, são duas no metal: King Diamond e Halford, que são minhas grandes influencias. Mulher no metal, eu amo o trabalho da Sabina Classen (Holy Moses) e Doro Pesch. Ja em outros estilos, sempre amarei o Lucinao Pavarotti, Joey Tempest, e mulheres adoro Etta e Aretha.

E como iniciou sua jornada no erudito? Foi antes do heavy metal, ou depois? 

Conta a epoca de guria que eu ficava imitando o Pavarotti?? Se sim, foi aos 8 anos de idade. Primeiro erudito e depois aos 11 anos o metal, que comecei a cantar em bandas com 14 anos de idade.

 E como é poder cantar erudito no Brasil? Qual diferencial você encontra em relação ao heavy metal?

Os dois estilos que mais amo, de uma certa forma são undergrounds no Brasil, ou seja, nao tem grande visibilidade. Porém, é o que amo. Um é meu trabalho e paixão,  e outro é amor da vida, no caso o Metal. Mas infelizmente não tem como sobreviver de metal no Brasil. Mas amo ser cantora lirica também, sempre faço operas, recitais, casamentos…

Você está há muito tempo no heavy metal. Isso é uma grande representatividade para você? Como é poder ser uma voz representando uma ainda minoria no estilo?

Eu sou ruim de matemática, mas acho que estou a mais ou menos 24 anos nessa vida de metalhead, de uma certa forma sim, é uma grande representatividade, porque a família de uma certa forma sempre dizia que era fase. Mas pro amor, não existe fase, amor ele é eterno e suporta tudo. Ser uma voz que representa uma minoria, que gracas ao tempo não é mais. Muito foda ter mulheres em todas as vertentes do metal e do rock, tenho muito orgulho disso, eu sou feliz de representar esse gênero, que ate hoje sofre socialmente. A gente sempre faz um esforço maior pra conseguir o nosso espaço. A gente tem que mostrar que nós não somos somente um rosto bonito, nós somos mais do que isso, somos guerreiras e talentosas.

Há muitos anos você vive em Curitiba. Ser uma nortista vivendo do outro lado do país teve algum impacto em sua jornada musical? Tanto no metal quanto no erudito?

No inicio não foi facil, sofri xenofobia, tive uns problemas pra me adaptar, já que nós do norte somos muito calorosos. Mas acho que sobrevivi a boa parte da guerra. Fui me destacando com o tempo na musica erudita aqui no sul, passei por tudo que você possa imaginar. Pessoas querendo puxar o meu tapete a todo momento. Passei por uma banda a anos atras por uma questão de machismo, onde tive que provar sempre que eu era capaz, ate que um dia eu cansei, e seguir meu rumo.

Já saí de uma banda porque a mulher do membro de uma das bandas, só pelo simples fato de chamar o marido dela de amigo, tinha muito ciume, isso que estávamos na final de um concurso de musica. Mas não suportei. Porque metal pra mim é algo prazeroso, já o erudito é meu trabalho é aonde ganho meu pão, então muita coisa a gente suporta calado.

Conte um pouco sobre a sua carreira no erudito. Quais os destaques para você?

Eu cantei por muito tempo na Orquestra Primavera que eu fui solista no Amapá, depois vim para Curitiba, fui solistas de algumas óperas, fiz meus próprios recitais de musica erudita brasileira, fui solista de vários corais de Curitiba…Mas atualmente sigo com a opera João e Maria, meu projetos de musica erudita brasileira.

Qual sua visão sobre a atual cena de heavy metal em no Brasil? E no Norte e no Sul? 

Olha, eu gosto muito do cenário do Sul, porém a gente so vê um apoio maior aos covers, e cara o sul tem bandas maravilhosas autorais. No Norte, eu sinto falta porque tem um grande publico para musica autoral, o povo apoia muito a música própria. 

Como você vê em especial a participação feminina no metal brasileiro?

É muito lindo de vê a mulherada sendo front, de varias bandas de metal e rock. Me enche de orgulho ver essas lindas e poderosas brilhando nos palcos. Não somos só um rosto bonito, somos grande compositoras e cantoras.

Você já enfrentou algum preconceito por ser mulher e estar no metal? Como é enfrentar isso? O que motiva você a continuar?

Varias vezes… Mas a que mais me marcou foi de uma banda que cantei alguns anos atras que entrei,  que um dos componentes não gostava de vocal feminino, sempre vinha com um papinho chato, aquele preconceito mascarado. Eu podia ser boa no que fosse, mas o cara sempre dava um jeito de me diminuir, mas do que já sou pequena (baixinha) hahahahaha! E fora outras coisas, que você já esta acostumada de ouvir.

O que poderia ajudar o underground a ter mais destaque?

Os meios de comunicação apoiarem mais a musica autoral(mas o rock e o metal)

E quais os seus planos a partir de agora? Já tem novidades ou projetos com a banda ou solo, após a pandemia acabar? Fique a vontade para contar as novidades hehe.

O que mais eu tenho é planos, atualmente a unica coisa que impede é tal do covid. Que atrapalha a vida de todo mundo ahahahaha. Estarei gravando junto com o Mercy Killing, o EP Escravo neoliberal, que iremos lançar ainda esse ano. Fiquem bem ligados, que o negocio ta massa demais.

Com Seyren temos vários videos covers previstos esse ano de Cover do Nightwish. To gostando muito do resultado. Eu tenho muita sorte de esta acompanhada com os melhores músicos, tanto no Mercy Killing como na Seyren. Essas bandas são os meus amores. Amo demais as duas! ️Solo, eu tenho muita coisa prevista. Minha carreira de atriz, alem de cantora. Minhas Lives, shows, duetos, lançamentos…Mas a vida vai caminhar mesmo, somente em 2021, com a previsão de shows, operas, musicais, casamentos… 

Qual conselho você dá para as meninas que estão na batalha ou sonham em seguir carreira no metal, seja cantando ou tocando?

Perseverem, nunca desistam dos seus sonhos, acreditem neles com toda força do coração de voces. Que uma hora as coisas irão pra frente, e vc vai sim conseguir prosperar. Ignorem pessoas negativas, e acreditem, por mais que algumas portas possam se fechar, outras irão se abrir la na frente.

Pode deixar um recado para os nossos leitores e também para todos os que te apoiaram e seguem os seus trabalhos, Vanessa..

Gente querida, sou imensamente grata por todo apoio e carinho, que tenho recebido esses anos. Não sou melhor do que ninguem, estamos no mesmo barco de lutas e guerras. Que a gente possa superar todo e qualquer obstaculos e que possamos ser muito felizes com as nossas escolhas e pensamentos, fiquem na paz!

Fiquem ligados, que o Mercy Killing estamos regravando o EP- Escravo Neoliberal.E videos novos surgindo do Nightwish Cover BR, o Seyren.
Beijos, seus lindos e muito obrigada pela atenção de voces.Obrigada a Jessica e a esse site maravilhoso! 

Conheça mais o trabalho da Vanessa
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anda Mercy Killing (Thrash Metal) Contatos pra show e material(Camisas, Cds, LP´s)

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Banda Seyren(Nightwish Cover BR)

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