GIRLS ON THE FRONT é um quadro criado por redatoras para falar sobre mulheres e encorajar outras a continuarem o seu objetivo na música e, para isso, contaremos a vida e carreira de mulheres no metal brasileiro e internacional. Nesta edição, conheceremos mais sobre a vocalista Mari Torres, da banda Innocence Lost, de prog-heavy metal..

1-Por que você escolheu ser vocalista?
Mari: Desde pequena minha mãe me envolveu com artes de alguma forma, com 8 anos ela me colocou no teatro, mas a intenção dela era que eu deixasse de ser uma criança introvertida, eu era muito tímida e isso melhorou meu relacionamento com pessoas, era bem legal, mas eu nunca quis ser atriz então acabei saindo do teatro e comecei a me envolver com música um pouco mais tarde, participei de um coral de uma igreja católica e pouco depois fiz aulas de canto e acabei entrando para o coral de uma faculdade, me sentia bem cantando e fui continuando meu caminho, na escola sempre tinham aquelas rodas de músicas de adolescente e sempre me chamavam pra cantar alguma coisa e eu acabava ficando pra cantar várias outras músicas…acabei montando aquelas bandas que nunca saíam do papel e um belo dia comecei a ensaiar uns covers e depois evoluímos pra um trabalho autoral.

2-Como cantora, quais as suas maiores influências?
Mari: No metal, as maiores influências são Russell Allen, Floor Jansen, Tarja Turunen, Cristina Scabbia e dos clássicos o Dio é uma grande influência também. Mas eu também ouço muito blues rock, Ray Charles, Beth Hart e Nina Simone são artistas que eu gosto muito de ouvir e estudar.

3-E na música, em geral, vc se espelha em alguém?
Mari: Não consigo falar de um só, mas existe uma tríade que me inspira muito além do canto, mas também em performance de palco, por exemplo, que são: Cristina Scabbia, Russell Allen e Floor Jansen.

Mari Torres

4-Como surgiu a ideia de criar a banda Innocence Lost?
Mari: Foi em 2007, eu já havia tido um projeto de músicas covers com o Aloysio e achava que estava na hora de começar nossas músicas autorais, chamamos o Juan, o Rodrigo e em seguida o Heron e começamos a banda!

5-Tem tido alguma barreira ou dificuldade no exercício de sua profissão em poder expressar a sua arte por ser mulher?
Mari: É, eu diria que historicamente o heavy metal é um meio que sempre teve mais homens e infelizmente ainda existe aquela separação de ‘bandas com mulheres no vocal’, acho que essa divisão não deveria existir, mas acho que aos poucos as pessoas estão perdendo esse preconceito e estamos ganhando mais espaço, apesar disso ainda vejo poucas bandas com mulheres tocando algum instrumento, por exemplo.

6-Já enfrentou algum tipo de boicote ou preconceito por causa disso?
Mari: Pelo menos até onde eu sei não..rs

7-Seu marido também faz parte da banda. Como é trabalhar com ele, tanto como marido, tanto quanto colega de banda?
Mari: Na verdade é bem tranquilo e muito bacana, pois dividimos muito bem as coisas, na banda somos dois integrantes, mas ele chegou agregando demais e graças a ele muitas coisas estão acontecendo e andando mais rápido, é bacana pois estamos seguindo com nosso sonho juntos, fazendo aquilo que gostamos juntos.

8-Como vc tem visto a presença feminina na cena metal?
Mari: Apesar de ainda pequena, comparada a presença masculina, acho que estamos crescendo cada vez mais. Eu também vejo muitas mulheres da cena se unindo ultimamente, só temos a crescer cada vez mais com isso.

Mari Torres no palco

9-Há espaço para um maior envolvimento de mulheres na cena, especialmente no underground?
Mari: Existe sim, claro!

10-Como vc vê o apoio das mídias sociais nesse processo?
Mari: Principalmente durante a pandemia, tenho visto alguns movimentos acontecendo de coletivos para exaltar as mulheres do metal, seja ela vocalista ou instrumentista.

11-Que melhorias vc poderia apontar?
Mari: Acho que quanto mais surgirem espaços para discutirmos sobre essa pauta das mulheres estarem mais presentes na cena metal, melhor. Quanto mais movimentos, quanto mais apoio melhor. Quanto mais a mídia puder incluir e mostrar que nós mulheres também estamos presentes neste meio, vamos ganhando apoio até mesmo do público.

12-Como vc tem feito para continuar, durante a pandemia?
Mari: Estamos produzindo quase tudo a distância, nesse período pandêmico nos vimos poucas vezes, tudo que dá pra fazer a distância estamos fazendo, alguns dos integrantes conseguiram montar uma estrutura para gravação em casa e estamos conseguindo fazer todas as pré-produções do nosso disco. Estamos participando de muitos festivais online, uma maneira muito bacana de mostrar nosso trabalho e ficar em contato com nosso público.

13-Vamos falar sobre o trabalho desenvolvido pela sua banda. A Innocence Lost tem lançado material novo, inclusive se preparando para o lançamento de “Íris”, o novo single. Pode nos falar um pouco sobre esse momento da banda?
Mari: Nossa, estamos muito ansiosos para o lançamento, que é dia 07/03 e logo depois lançaremos também o clipe dessa música! Iris é uma música que na verdade já estava sendo tocada nos shows, mas ainda não tínhamos gravado, era uma questão de necessidade gravar e lançar, sabe? Fizemos novos arranjos e demos alguns novos toques, pois apesar de ser uma composição ainda da época da formação anterior, os meninos que entraram, Haquim e Guilherme, trouxeram a carinha deles pra música também!

14-O que podemos esperar sobre o futuro da Innocence Lost?
Mari: Podem apostar que voltamos com força total e tem muita novidade bacana por vir que AINDA não podemos anunciar, tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo pra gente e estamos abraçando tudo, a locomotiva não vai parar mais! Em breve, vamos anunciar mais novidades 😉

Mari Torres

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