GIRLS ON THE FRONT é um quadro criado por redatoras para falar sobre mulheres e encorajar outras a continuarem o seu objetivo na música e, para isso, contaremos a vida e carreira de mulheres no metal brasileiro e internacional. Nesta edição, teremos o prazer de bater um papo e conhecer mais sobre a tecladista Carol Fusco, da banda paulista de hard rock 5th Machine, que lançou seu debut album “Back in Time” no ano passado.
1-Em primeiro lugar quero te agradecer por aceitar nosso convite para esta entrevista. Então, gostaríamos de saber como surgiu seu interesse pelo rock e com quantos anos você começou a tocar?
Carol: É uma honra Jenny! Muito obrigada pelo convite.
Bom, meu interesse pelo rock surgiu por volta dos 12 anos de idade ouvindo meu irmão tocar, como você sabe meu irmão é o Tiago (NR: Fusco, guitarrista da 5th Machine) e nós tocamos juntos desde essa época, ele sempre me mostrava o que estava tocando e me contava as histórias das bandas e eu fui começando a fazer parte de tudo isso aos poucos, e logo que conheci algumas bandas e vi o que eles eram capazes de fazer com os instrumentos eu tbm comecei a me aventurar (rs). Eu comecei a tocar teclado com 10 anos, mas antes, aos 8 já tinha iniciado algo no violão.
2-Além dos teclados, você atua em outras frentes dentro da música?
Carol: Sim, eu toco piano, guitarra e violão.
3-Como foi a sua trajetória até chegar a fazer parte da banda 5th Machine?
Carol: Aos 14 anos eu tive a minha primeira banda, era uma banda só de meninas. Depois participei de alguns projetos com alguns amigos, dei aulas de música e participava de alguns eventos. Participei de uma das gravações com o Fábio (NR: Cabral, vocalista da 5th Machine) e o Tiago (guitarra) há alguns anos e foi devido a esta participação lá atrás que eles me convidaram para participar do single “Back in Time”, em 2018. E depois do single veio o nascimento do álbum e eu permaneci.
4-Quais as suas inspirações como musicista e quais as suas influências?
Carol: Sou fã do Jordan Rudess, é uma das minhas maiores inspirações dentro do rock. Como gosto muito de música clássica também, Mozart é uma grande inspiração. E as maiores influências de banda são Iron Maiden e Ozzy Osbourne.
5-Além do rock você se dedica a algum outro estilo de música?
Carol: Sim Jenny, como disse antes eu gosto muito de música clássica e a estudo há alguns anos. Também ouço new age e música celta.
6-Como você se sente, sendo mulher, como uma participante da cena underground em uma banda de rock?
Carol: Pra mim é uma honra representar a mulherada (rs), eu me sinto muito bem, acredito que estamos crescendo cada vez mais na cena e ganhando espaço.
7-Como você vê a questão do machismo dentro do rock e como você tem lidado com isso?
Carol: Eu vejo mais como uma disputa devido a dificuldade de reconhecer o talento das mulheres. Eu nunca passei por situações desagradáveis nesse sentido, Jenny, mas eu sei de muitas colegas que passam por situações desagradáveis e constrangedoras, infelizmente. Hoje eu vejo que estamos conquistando um espaço cada vez maior e lutando contra o machismo mostrando que a gente pode sim ter o nosso espaço e sermos cada vez mais livres, visto que o machismo aprisiona. A caminhada é longa né, e o debate necessário.
8-Como você observa a presença feminina na cena, seja em cima do palco ou nos bastidores?
Carol: Estamos cada vez mais presentes! Me lembro que quando eu comecei a tocar e frequentar os shows, éramos uma minoria. Hoje não somos a maioria, mas é um número muito maior. Eu fico muito feliz
9-Você diria que há espaço para melhoras na cena para que esta seja mais justa e igualitária?
Carol: Isso depende muito Jenny, eu acredito que sempre dá pra melhorar. Mas é como falávamos anteriormente, o machismo nem sempre “deixa” que seja algo justo e igualitário e isto aprisiona demais.
10-O que poderia, na sua opinião, mudar para que o rock e o metal pudessem ter uma participação mais efetiva das mulheres, seja como artistas, jornalistas, produtoras e também em relação a presença do público feminino?
Carol: Talvez voz ativa. Em vários momentos o silêncio se faz presente e acaba favorecendo pra que não tenhamos maior espaço. Quando há união e voz as coisas começam a acontecer, eu acredito que estamos conquistando maior espaço justamente por isso.
11-A banda 5th Machine lançou há quase um ano o seu álbum de estreia “Back in Time”, com uma ótima repercussão, mas que por causa da pandemia acabou não sendo possível explorá-lo nos shows. Como vocês tem lidado com a pandemia em relação ao desenvolvimento de divulgação do álbum?
Carol: Infelizmente nossos planos foram pausados, mas conseguimos ter um retorno muito positivo após o lançamento do álbum. Lançamos o álbum na pandemia, conseguimos gravar os clipes antes que a pandemia tomasse esse rumo e os trabalhos não param. Temos parceiros que só ajudam, com esse novo formato e tudo a distância conseguimos participar de alguns programas de rádio, sem contar os reviews que têm sido uma grata e feliz surpresa para nós. Tem o Alexandre Barros, da Rádio Catedral do Rock que sempre lembra da gente. Tem você, Jenny, que nos amadrinhou. Então, em relação a divulgação, não fomos prejudicados devido a estes fatores. Claro que, gostaríamos de estar tocando e a divulgação seria de outra forma, mas o momento nos impossibilita.
12-Quais os futuros planos da banda para quando as restrições dos shows forem amenizadas?
Carol: Pretendemos retomar. No ano de 2020 tínhamos shows agendados já e foram todos cancelados. Assim que pudermos, iremos retomar!
13-Há planos já para o sucessor do “Back in Time”?
Carol: Sim, à todo vapor!
14-Que conselhos você daria para as meninas, que como você desejam abraçar o mundo do rock e metal?
Carol: Eu diria pra elas irem, assim, só vai! Levanta a cabeça e vai, não deixem que o machismo aprisione, vamos nos unir cada vez mais. E contem comigo!
Obrigada, Carol Fusco, em nome da Roadie-Metal, por conceder esta entrevista para o nosso quadro “Girls on the Front”. Para mim, é uma honra ter sido nomeada como a madrinha da banda 5th Machine e desejo todo o sucesso do mundo para vocês. Beijos da Tia Jenny.
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