Girls On The Front: Prika Amaral, a guitarrista líder do fenômeno Nervosa

GIRLS ON THE FRONT é um quadro criado por 4 redatoras para falar sobre mulheres e para encorajar outras a continuar o seu objetivo na música e, para isso, contaremos a vida e carreira de mulheres no metal brasileiro e internacional. E nossa homenageada de hoje é Prika Amaral, guitarrista e único membro original da banda Nervosa.

Em apenas uma década de existência, a Nervosa se tornou um dos maiores nomes do heavy metal brasileiro. Reconhecimento na mídia, turnês que passaram por todo o planeta, tocar em grandes festival, sendo inclusive escaladas para o Wacken Open Air deste ano (que sofreu o impacto do coronavírus). Tudo isso fazia parte dos sonhos da jovem guitarrista Priscila dos Santos Amaral, a Prika.

Nascida em 29 de outubro de 1985, em Bragança Paulista (SP), Prika sempre teve a música presente em sua vida. O pai tocava violão clássico e viola caipira. E a mãe era apaixonada por música, ouvindo muito Led Zeppelin, Deep Purple, entre outros clássicos do rock. Aos 14 anos, resolveu aprender a tocar violão sozinha. Na guitarra ela iniciou aos 15 anos, idade em que montou sua primeira banda.

Inspirando na maldade harmônica de Jeff Hennemann e Kerry King, do Slayer, autenticidade de Dimebag Darrell do Pantera, no feeling Alex Skolnick do Testament e nas palhetadas de Gary Holt do Exodus, Prika decidiu que o metal seria o seu caminho, mais especificamente o thrash, onde sonhava em montar um power trio.

“Mas é importante citar bandas como Sepultura, Metallica nos primeiros albuns, Vader, Morbid Angel, Napalm Death, Cannibal Corpse, Destruction, Sodom, Kreator, etc… Todas essas bandas foram muito importantes na minha formação como guitarrista”, disse Prika para a Roadie Metal.

Com sua sua técnica de palhetada extremamente rápida e cheia de cavalgadas, o estilo de tocar chamou a atenção. E na composição, ela transborda criatividade, vide as músicas da Nervosa: “Time of death”, “Invisible Opression”, “Urânio em nós” e “Masked Betrayer”, cujas melodias foram todas feitas e elaboradas pela guitarrista.

Representatividade feminina

Apesar da demora em descobrir o “girlschool”, Prika passou a se inspirar muito nelas, como a Doro pela o que ela representa e a guitarrista Orianthi, que toca com o Alice Cooper. E para ela ser um nome na representatividade feminina no heavy metal é algo valioso.

“Isso é uma honra enorme, e espero inspirá-las da melhor forma possível, sempre pro lado positivo e incentivando a nunca desistirem. Ccada vez mais conheço mais e mais mulheres no meio metal, e quero ver isso crescer cada vez mais, e se eu sou uma referencia pra isso, só posso sentir uma felicidade imensa. O machismo era muito maior sim há 10 anos, e vejo que a cena e o comportamento das pessoas mudaram pra melhor, mas obviamente tem muito a melhorar e a evoluir, ainda estamos bem longe do que seria o ideal”, frisou.

Com a Nervosa, banda formada em 2010 por ela e a baterista Fernanda Terra, Prika sempre teve um objetivo profissional. Concretizar os sonhos de poder ser reconhecida na mídia e fazer memoráveis turnês eram o seu objetivo. As conquistas vieram, acompanhadas de grandes aprendizados.

“Eu nunca dei muito ouvido pra coisas negativas que não ajudam e não agregam em nada. O que me motivava a continuar era o amor pelo o que eu estava fazendo, e também é importante dizer que a maioria das pessoas apoiavam a gente, e era nisso que eu me apegava. Sabia das minhas falhas, sabia no que tinha que melhorar, sempre ouvi criticas, mas nada disso é suficiente para eu desistir. Aprendi tanto que não consigo nem descrever uma parte aqui”.

Nova fase da Nervosa

A Nervosa se prepara para viver uma nova fase. Após as saídas da vocalista Fernanda Lira e da baterista Luana Dametto, Prika rapidamente convocou a vocalista Diva Satanica, a baixista Mia Wallace e a baterista Eleni Nota. E garante que a reformulação será positiva na banda.

“Estamos compondo e reformulando o estilo da Nervosa, que será mantido em sua essência, porém com as influências de cada uma também. Mas estamos dependo da situação do coronavírus, para nos encontrarmos e planejar melhor algumas coisa”, explicou Prika.

Com talento, amor ao metal e muito trabalho, Prika Amaral mostrou ao mundo a sua música, que a motiva a continuar representando a atual geração do metal brasileiro, que merece reconhecimento.

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