Ginger Baker, o lendário baterista mais conhecido pelo seu trabalho com o supergrupo Cream, faleceu hoje aos 80 anos de idade.
Registrado como Peter Edward Baker (“Ginger” é um apelido cujo motivo eram os seus fartos cabelos ruivos), foi divulgado hoje em seus canais oficiais que o músico faleceu em paz hoje cedo. Nos últimos meses, Ginger Baker esteve internado em estado grave, contudo seus familiares não revelaram os reais motivos de sua internação.
O que se sabe é que em 2016 o baterista teve que cancelar apresentações ao vivo por conta de um sério problema cardíaco que exigia intervenções cirúrgicas para seu tratamento. Além dos problemas cardíacos, Ginger Baker também sofria de sérios problemas ortopédicos que afetavam suas costas, joelhos e pulsos, como o próprio revelou em entrevista à revista Classic Rock em 2016.

Ginger Baker é considerado um dos grandes bateristas da história, tendo se popularizado nos anos 60 devido ao seu estilo agressivo, forte presença de palco e suas clássicas conduções nos tom-tons da bateria, que muitas vezes substituíam as tradicionais levadas em caixa. Tais levadas eram oriundas de influências do Jazz e de ritmos típicos africanos. Fora isso, Baker foi um dos primeiros bateristas a usar dois bumbos em seu kit, algo que viria a se tornar comum no Heavy Metal anos depois. Tocando no Blues Incorporated, Baker conheceu aquele que viria a ser seu amigo e ao mesmo tempo arquirrival, o baixista Jack Bruce. Ambos continuaram a tocar juntos no The Graham Bond Organization e depois no Cream, aquele que é considerado o primeiro supergrupo e uma das mais influentes bandas de Rock ao lado do guitarrista Eric Clapton.
Ao longo dos anos, Ginger Baker também tocou em sua banda solo, o Ginger Baker Airforce, e em várias outras bandas e projetos como Blind Faith (com Eric Clapton), Hawkwind, Atomic Rooster, Masters Of Reality e etc. O baterista também desbravou a África nos anos 70 viajando por todo o Deserto do Saara (numa jornada que se tornou um documentário) e fundando um estúdio em Lagos, na Nigéria. Desta incursão pela África nasceu uma grande parceria entre Baker e o músico local Fela Kuti.
Fora suas contribuições à música, Ginger Baker também era conhecido pelo seu forte e imprevisível temperamento e pelas sérias divergências e brigas com o baixista Jack Bruce, que incluíam sabotagens no palco e até mesmo ataques a faca em apresentações ao vivo, dentre outras presepadas. Apesar disso, Jack Bruce e Ginger Baker formaram por mais de meio século uma das mais bem-sucedidas cozinhas do Rock.