Geddy Lee revelou para a Classic Rock, os discos, músicas, artistas e shows mais importantes de sua vida. E também, a lenda do rock progressivo avaliou o melhor e o pior álbum do Rush. Um prato cheio para os muitos órfãos do bardo canadense, ter acesso ineditamente a todas essas “revelações”.
Relação completa disponibilizada abaixo:
Primeira música que lembra de ouvir:
“Quando adolescente eu trabalhava aos finais de semana na loja dos meus pais em uma pequena cidade ao norte de Toronto, e no caminho para lá, o rádio estava sempre ligado. Eu me lembro de música da gravadora Motown tocando My Girl, do The Temptations, e eu ficava batucando no painel do carro, como todos já fizemos na vida.”
Primeira música que tocou ao vivo:
“Quando eu tinha 14 anos fiz um teste para uma banda no ginásio de um colégio local, e cantei As Tears Go By, a versão dos Stones dessa música. Eu não embarcava na frequência do Mick Jagger, eu tinha uma voz soprano muito mais doce.”
Melhor disco de todos os tempos:
“The Who, Who’s Next. Esse álbum incorpora todas as melhores coisas do rock’n’roll: ótimas composições, ótima execução. Praticamente todos os sons são clássicos.”
O cantor:
“Jon Anderson (Yes) tinha uma voz tão clara e bonita que poderia ser rock quando precisasse ser e comovente quando precisasse ser. Como um jovem aspirante a músico, eu queria cantar assim.”
O herói da guitarra:
“Eu sempre fui um grande fã de Eric Clapton e Jimmy Page, mas para mim Jeff Beck tinha uma coisa extra-especial que lhe fez inimitável. Seu som é tão original e tão tocante. Ele continua sendo um deus da guitarra. E é claro que eu tenho muitos heróis no baixo, mas Jack Bruce foi minha maior influência. Ele foi o primeiro baixista que eu vi no palco, que era capaz de preencher os vazios na sua banda com três pessoas. Eu vi o Cream em 1969 no Massey Hall em Toronto. Esse show foi mágico.”
O compositor:
“Pete Townshend (The Who). Sem dúvidas o maior compositor de músicas de rock. Won’t Get Fooled Again, Behind Blue Eyes, Tommy… e por aí vai. Ele era igualmente bom em escrever belas melodias e hard rock. Toda a obra do The Who, se você comparar com outros artistas do rock, acho que seria difícil encontrar alguém tão consistentemente brilhante quanto ele.”
Melhor banda ao vivo que já viu:
“Jethro Tull no Maple Leaf Gardens em Toronto. Acho que foi na turnê do Thick As A Brick. O show começou com as luzes da casa ligadas e um monte de gente de macacão varrendo o palco. Gradualmente, havia menos pessoas varrendo, e então, de repente, um deles pegava um instrumento, e a próxima coisa são os caras do Tull começando o show. Para mim essa foi a primeira banda que combinou músicos incríveis com composições complexas, e eles eram engraçados. Isso me influenciou muito nos últimos anos do Rush. Essa atitude de levar sua música a sério, mas não se levar a sério.”
O hino:
“Tem que ser Won’t Get Fooled Again do The Who. Talvez os melhores ‘power chords’ já gravados. Quem inventou o ‘power chord’? Provavelmente Pete.”
Maior decepção:
“O Emerson, Lake & Palmer teve um álbum que foi uma decepção famosa, o Love Beach. Eu era um grande fã do ELP, mas aquele ali realmente me fez franzir a testa.”
Banda mais subestimada de todos os tempos:
“The Tragically Hip, do Canadá, era grande e divino em casa, mas em nenhum outro lugar. Eles tinham essa mistura perfeita de rock’n’roll simples com duas guitarras e letras muito evocativas e instigantes.”
O melhor disco que já fez:
“Eu diria Clockwork Angels. Acho que tem essa combinação de composição e performance, todas as coisas que fazem um grande disco.”
O pior disco que já fez:
“Imediatamente Caress Of Steel vem à mente. Mas eu conheci muitos fãs que amam esse disco. E eu acho que Presto decepcionou muitos fãs. As composições eram um pouco chatas.”
Prazer vergonhoso:
“Antigamente, eu amava Simon And Garfunkel. Para um roqueiro, isso não era muito legal.”
Canção para festejar no sábado à noite:
“Eu realmente pareço um cara que festeja no sábado à noite? Eu hein. Mas se eu for tomar umas taças de vinho com alguns amigos eu tocaria coisas do começo do Beatles – Paperback Writer, ou qualquer coisa do Rubber Soul ou Revolver.”
Canção para quando está “no clima para o amor”:
“Eu escolheria algum jazz suave de restaurante, algo do Bill Evans. Essa é a minha obsessão atual. Eu estou tentando entender a profundidade do seu catálogo.”
Canção que faz chorar:
“And You And I do Yes é tão bela, especialmente quando eu a ouço hoje. A combinação de nostalgia e a pura beleza sonora é muito tocante.”
Canção que quer que toque em seu funeral:
“Por que eu me importaria com isso? Eles podem tocar o que diabos quiserem! Ou talvez eu os faria tocar um Derek And Clive. O choque e horror disso seria fantástico.”
Tradução: fonte site Rock Bizz.