É interessante perceber que a canção já nasce com uma aparência lexicalmente embriagante. Por meio da combinaçã sintônica entre as guitarras, o baixo e os tilintares delicados da bateria, é até possível de se identificar traços de um cinismo provocante preenchendo a paisagem. Guiada por uma voz masculina levemente fanhosa e respaldada pela figura de um backing vocal afinado, a faixa sofre uma quebra rítmica surpreendente.
Ainda que se torne altiva, imponente e confiante diante de uma sonoridade agora estridente e consistente, a faixa ainda brinca com os vaivéns entre o torpor e a precisão. A seriedade e o deboche. Se mantendo nessa estrutura ondulante, 49-50 se configura como uma canção de caráter honesto e densamente viciante.