Entrevista – Officium Triste: banda holandesa concede entrevista exclusiva para a Roadie Metal

Nota do editor: a pedido do entrevistado, esta entrevista foi redigida em duas partes: a primeira em português, e a segunda em inglês, com as respostas originais enviadas por ele. A versão em inglês aparece logo após a parte em português.

Note from the staff: At the request of the interviewee, this interview was written in two parts: the first one in Portuguese, and the second in English, with the original responses sent by him. The English version appears below the part in Portuguese.

 

O holandês Pim Blankenstein é um dos músicos mais atuantes e prolíficos da cena Doom Metal europeia. Além de comandar há mais de duas décadas o Officium Triste, um dos nomes mais importantes do Death/Doom nos últimos anos, o holandês também é responsável pelos vocais nos projetos The 11th Hour (ao lado do baterista do Ayreon, Ed Warby), Extreme Cold Winter e do Clouds, uma das surpresas que o Doom Metal revelou nos anos recentes. Sem contar que ele é o homem responsável pelo festival Dutch Doom Days, um dos festivais mais importantes do gênero, e ainda é um dos editores-chefe do webzine Lords Of Metal. Em conversa exclusiva para a ROADIE METAL, conduzida por “este que vos fala” e por Fábio Miloch, o simpático e solícito Pim revela vários detalhes de sua atuação em prol do Doom Metal, do Officium Triste e mostra que conhece muito da cena Doom Metal brasileira, apesar de sua modéstia. Acompanhe:

O Officium Triste divulgou a versão demo da nova música “World In Flames”. Você poderia revelar alguns detalhes e dizer em que ponto está a produção do novo álbum?

Pim Blankenstein: Olá para vocês! Claro que posso revelar algo sobre. Primeiro, nós gravamos um cover para uma música do Editors (The Weigth Of The World. Editors é uma banda britânica de Indie Rock). Nós quisemos gravar este cover apenas por diversão mas também para verificar um certo estúdio onde poderíamos fazer a gravação da bateria. Nosso álbum anterior foi gravado no estúdio de nosso tecladista, Martin Kwakernaak, mas ele sentiu que a acústica de seu estúdio não era viável para a gravação da bateria. Então, fomos para o Moskou Studio, em Utrecht, para gravar a bateria do cover. Como nós já estávamos trabalhando em um novo material para nosso próximo álbum, decidimos gravar também uma destas novas músicas para ver como ficaria. Agora estamos compondo mais algumas músicas e então nos prepararemos para gravar o novo álbum. Temos neste momento quatro músicas prontas.

Musicalmente falando, o Officium Triste executa um Death/Doom com bastante melodia e orquestrações. Como funciona o processo de composição na banda e como trabalhar o lado melódico de modo a criar atmosferas tristes?

Pim: Difere de música para música. As vezes, Martin chega com uma música quase completa onde nós simplesmente rearranjamos para a banda, onde todos adicionam suas partes. Algumas músicas são escritas em torno de um riff, harmonia ou melodia. Nosso novo guitarrista, William van Dijk, já veio com algumas ideias legais para nosso novo álbum, assim como nosso novo baixista Theo Plaisier. No final, decidimos de modo democrático quais ideias serão trabalhadas e quais serão arquivadas.

Você também integra o Clouds. Como surgiu a ideia para o projeto, tendo em vista a quantidade de integrantes de vários países diferentes, e como tem sido a impressão tanto de crítica quanto de público?

Pim: Bem, o Clouds é basicamente o projeto principal de Daniel Naegoe (Shape Of Despair, Pantheist), que se baseia em torno do sofrimento causado por um parente perdido. Eu o conheci através de sua outra banda, o Eye of Solitude, e ele simplesmente me perguntou se eu estava interessado em participar. Obviamente que ele gosta do meu estilo vocal. Eu pensei que ele apenas havia chamado os outros músicos envolvidos da mesma forma, porque ele os considera como músicos. Então ele me enviou uma música que ele compôs e eu escrevi as letras e gravei minhas partes. Esta foi a música A Glimpse Of Sorrow, do álbum Doliu (2014). Inicialmente eu acho que a ideia era compor somente um álbum, mas as reações foram surpreendentes tanto de fãs como da imprensa. Isto impulsionou o fato de Clouds continuar como banda. Como você sabe, é muito fácil hoje em dia gravar suas partes e enviar os arquivos. Eis o porquê da banda ter essa característica internacional. Depois vieram algumas propostas para tocar ao vivo, que foi onde algumas escolhas tiveram que ser feitas sobre quem estaria envolvido nos palcos. De qualquer forma, eu nunca toquei ao vivo com o Clouds (ainda), mas eu escrevi letras e gravei os vocais da música Driftwood, que aparece no segundo full-length, Departe (2016). Há um novo EP chamado Destin, do qual eu não fiz parte. Mas estou otimista que estarei presente no próximo full-length.

Em 2011 você se juntou a Ed Warby (Ayreon, The Gentle Storm, ex-Gorefest) no The 11th Hour fazendo os vocais no disco Lacrima Mortis de 2012, e em 2015 você lançou uma nova parceria com o Extreme Cold Winter ao lado de Seth Van de Loo e de A.J. van Drenth, o EP Paradise Ends Here. Você poderia contar como se deu essas parcerias e se há planos para novos trabalhos com cada uma delas?

Pim: Vamos começar pelo The 11th Hour. Este basicamente é um projeto começado com Ed Warby e Rogga Johansson. Novamente, este deveria ser apenas um projeto de estúdio, mas as ofertas para tocar ao vivo chegaram. Então Ed formou a banda. Pouco tempo depois, estava claro que Rogga não estava capaz de tocar ao vivo devido a uma infecção no ouvido que o proibia de viajar de avião. Neste momento, Bram (Bijlhout), que era o guitarrista do Officium Triste na época, sugeriu a Ed que eu poderia fazer os vocais guturais. Então, eu me tornei parte da formação ao vivo da banda. Quando Ed gravou o segundo álbum, inicialmente Rogga estava escalado para os vocais novamente. Eu não tenho certeza do que aconteceu então (provavelmente um choque envolvendo tempo e agendas) mas Ed me perguntou se eu poderia gravar os vocais, o que eu fiz. Atualmente, o The 11th Hour está em um estado criogênico. Não estamos fazendo nada mas também não encerramos a banda oficialmente. A banda é de Ed, então ele que decide o que irá acontecer. Eu não acho que ele esteja muito inspirado em fazer outro álbum, além de que ele anda muito ocupado com o The Gentle Storm e o Vuur (ambas com Anneke van Giersbergen nos vocais), e também ele tocará ao vivo com o Ayreon.
Já o Extreme Cold Winter é outra história. AJ e Seth já haviam começado a trabalhar juntos e quando eles me perguntaram se eu poderia fazer os vocais, eles já haviam gravado Paradise Ends Here há alguns anos. Se não me engano, o álbum foi gravado em 2009. Eu gravei os vocais em 2011 e o álbum só foi lançado em 2015. De qualquer forma, estamos trabalhando agora em um novo álbum. Seth recentemente gravou as partes de bateria. Serão sete faixas e provavelmente o álbum sairá em 2018.

Extreme Cold Winter

Ainda sobre projetos, como você os administra em relação ao Officium Triste?

Pim: Officium Triste é a minha banda principal e sempre será. Como eu disse, The 11th Hour está em hiato, enquanto Clouds e Extreme Cold Winter são apenas projetos de estúdio. Basicamente, apenas tenho que agendar meu tempo apropriadamente para poder fazer tudo. É divertido fazer estas coisas, então só tenho que trabalhar nelas.

Ao longo de 23 anos de existência do Officium Triste, o que você pode destacar como maior alegria e maior dificuldade na história da banda?

Pim: Esta é uma pergunta complicada pois existem vários destaques. Sempre fico feliz quando um novo álbum está finalizado e você o tem em suas mãos. São momentos que te fazem sentir orgulhoso. Através dos anos fizemos vários shows legais e criamos amizades com muitas pessoas. Estas são coisas que eu pessoalmente acho muito agradáveis. Eu acho que o ponto negativo ou as dificuldades são quando você tem que se afastar de certas pessoas. Nós tivemos várias mudanças de formação ao longo do tempo. A maioria delas foi quando alguém simplesmente decidiu sair. Mas nós também tivemos que tomar algumas decisões difíceis como demitir alguém pois esta pessoa não trabalhava mais. Estas foram decisões difíceis, mas não me arrependo de nenhuma delas pois serviram somente para o melhor da banda.

Officium Triste

A cena Doom Metal vem crescendo com novas bandas surgindo, festivais e várias bandas voltando a ativa e lançando discos. Em suma, como você vê o Doom Metal atualmente?

Pim: Novamente uma pergunta complicada. De fato a cena Doom Metal está crescendo mas eu acho que ainda é pequena se comparada com a cena Death Metal, por exemplo. É bom saber que que há várias bandas tocando este estilo, mas eu também sinto que há várias delas que soam somente como cópias. Então você tem que procurar por ótimas bandas por aí. Isto é algo que eu pessoalmente gosto de fazer. É ótimo descobrir bandas que você goste. Infelizmente nem todo mundo faz isso. Existem várias pessoas que gostam de My Dying Bride, por exemplo, mas que não procuram além para descobrir novas bandas que são tão boas quanto. Então você tem um grupo grande de pessoas que acompanham somente poucas bandas e um pequeno grupo de fãs dedicados de Doom Metal que procuram por bandas do underground e vão a shows e festivais.

Sobre os festivais eu vejo que alguns dos grandes festivais estão escalando bandas de Doom Metal, o que é bom. Ao mesmo tempo você vê que festivais pequenos que se dedicavam exclusivamente ao Doom Metal estão escalando bandas de outros estilos também. Simplesmente porque esses festivais precisam atrair uma audiência maior. No final você não quer tomar prejuizo quando você organiza um festival então eu compreendo totalmente que você precise adicionar outras bandas pra fazer a coisa acontecer. Então, para resumir (eu poderia falar sobre isso por horas), Doom Metal é uma faca de dois gumes. Mas é bom ver que há atenção para o estilo. Por exemplo, eu vi Saint Vitus com Revelation tocando para vinte pessoas em 1995; hoje em dia o Saint Vitus faz shows “sold-out” na Europa. Então novamente você vê novas bandas chegando na cena repetindo o que já havia sido feito antes. Eu acho que um pouco mais de originalidade é uma boa coisa.

Você poderia citar cinco álbuns que você considera essenciais para o Doom Metal e tecer um rápido comentário sobre o porquê?

Pim: Comecemos com o debut do Black Sabbath. Eles foram cruciais para o Metal em geral e para o Doom em particular. É o ponto de partida para qualquer um que queira conhecer o Doom Metal. Daqui você pode ouvir os outros álbuns do Sabbath e as bandas que definitivamente foram influenciadas por eles, como Pentagram, Trouble, Saint Vitus, The Obsessed, e por aí vai. O próximo seria Epicus Doomicus Metallicus (1986), do Candlemass. Este álbum deu início a toda a cena de Epic Doom e daqui você pode descobrir outras bandas como Solitude Aeturnus, Forsaken, Solstice, Isole e Procession, só para citar algumas. O terceiro que eu mencionaria seria Gothic (1991), do Paradise Lost, que é um álbum essencial para o Death/Doom Metal. Eu poderia mencionar também trabalhos do Katatonia, My Dying Bride, Anathema ou Type O Negative. Para mim, estas bandas são cruciais para o Death/Doom melódico e há ainda vários outros álbuns poderosos do gênero. Into Darkness (1990), do Winter, seria minha próxima escolha. Este é justamente o álbum que define “peso” e eu tenho certeza que foi inspirado plenamente em outras bandas como Disembowelment, Evoken ou Thergothon. O último seria Angels Of Distress (2001), do Shape Of Despair. Esta banda simplesmente é uma daquelas que trouxe algo totalmente novo para o jogo. Claro que há muito mais álbuns impressionantes e o que eu posso fazer é recomendar as pessoas que garimpem em casa e encontrem mais sobre estas grandes bandas. Muita música pode ser encontrada muito facilmente na internet.

Esta entrevista é para um site brasileiro. O que você conhece da cena Doom Metal do Brasil?

Pim: Para ser honesto, eu não conheço muito. Do que eu já ouvi, eu sei que é uma cena pequena. Eu conheço algumas bandas. Primeiramente o Mythological Cold Towers, que eu gosto muito, além de já os ter encontrado várias vezes. Eu organizo um festival de Doom chamado Dutch Doom Days e nós estivemos juntos no ano passado com os brasileiros do Jupiterian. De uns tempos para cá conheci (do alto da minha memória) Serpent Rise, Lúgubre, Monasterium, Thy Cold Embrace e Pentacrostic. E eu também já ouvi bandas como Lacryma Sanguine, Silentio Mortis, Dirty Grave, Lacrima Mortis e Les Mémoires Fall. Provavelmente há mais música daí que eu já tenha ouvido, mas no momento os nomes fogem da minha memória.

Pim, em nome da Roadie Metal, gostaria de agradecer por esta entrevista e por suas palavras aos leitores brasileiros e estrangeiros que usam a tradução do site. O espaço livre para você dar suas considerações finais.

Pim: Muito obrigado pela entrevista. Foi um prazer responder a estas questões. Eu espero que as pessoas (não importa de onde sejam) conheçam nossa música ou mesmo qualquer outra impressionante banda de Doom Metal. Prestem atenção em nosso novo álbum, que será lançado provavelmente em algum período de 2018. Ele será lançado pela gravadora indiana Transcending Obscurity, que inclusive já assinou com diversas bandas brasileiras, então, deem uma checada. Ainda, há um split a ser lançado pela gravadora chilena Australis Records, em parceria com a banda chilena Lapsus Dei. Neste split, lançaremos alguns registros ao vivo que nós fizemos em Malta no ano de 2014. E espero que possamos visitar o Brasil algum dia!

 

 

ENGLISH VERSION

 

Dutchman Pim Blankenstein is one of the most active and prolific musicians in the European Doom Metal scene. In addition to leading more than two decades the band Officium Triste, one of the most important acts of Death/Doom’s in recent years, the Dutchman is also responsible for vocals on The 11th Hour (with Ayreon drummer Ed Warby), Extreme Cold Winter and Clouds, one of the surprises that Doom Metal has revealed in recent years. Not to mention that he is the man responsible for the festival Dutch Doom Days, one of the most important festivals of the genre, and was still one of the editor-in-chief of the webzine Lords Of Metal. In an exclusive talk for ROADIE METAL, conducted by Bruno Rocha and by Fábio Miloch, the friendly and solicitous Pim reveals several details of his performance in favor of Doom Metal, Officium Triste and shows that he knows a lot of brazilian Doom Metal scene, despite his modesty. Follow:

Recently, Officium Triste released the demo version of the new song World In Flames. Could you reveal some details and say at what point is the production of the new album?

Pim Blankenstein: Hi Fabio, of course I can tell a bit more. We were thinking about recording a cover of an Editors song, which we actually did (Editors is a british Indie Rock band). We wanted to record this cover just for fun but also to check out a studio that we can use for drum recordings. Our previous album was recorded at our keyboard player Martin’s studio, but he feels the acoustics of his studio aren’t really suited for drum recordings. So, we decided to go to studio Moskou in Utrecht over here in the Netherlands to record the drums for that cover song. Since we were already working on new material for our upcoming album we decided to also record one of the new songs to see how it turns out. Right now, we are still writing a couple more songs and then we will prepare to record the new album. We have 4 new songs finished at this stage. 

Musically speaking, Officium Triste plays a melodic and orchestrated Death/Doom. How works the composition process in the band and how to work the melodies so that create the sad atmospheres?

Pim: That differs from song to song. Sometimes Martin comes up with an almost complete song that we just arrange as a band, where everyone adds their bits and pieces. Some songs are written around a riff or harmony or melody that we work on as a band. Our new guitarist William has come up with some really cool stuff for our next album and our new bass-player Theo has brought in some solid ideas too. In the end we decided in a democratic way what ideas will work and what ideas are shelved.

You integrate the band Clouds, also. How did Clouds came about, in view the fact that the members come from many countries, and how has the impression of both critic and audience been?

Pim: Well, Clouds is basically Daniel Naegoe’s brain child. It’s based around the grief of a lost relative. I got to know him through his other band Eye Of Solitude and he simply asked me if I was interested to participate. He obviously likes my vocal style. I think he just asked the others involved in a similar way, because he rates them as musicians. So, he sent me a song he had written and I wrote the lyrics and recorded my parts. That was the song A Glimpse of Sorrow for the Doliu album. Initially I think the idea was to do just one album, but the reactions were astonishing both by fans and press. That triggered the fact Clouds continued as a band. You know, it’s quite easy these days to record your parts and share those files. That’s why the band has an international character. Later there came some offers to perform live too and that’s where some choices had to be made who was going to be involved in the live-setting. Anyway, I haven’t performed live with Clouds (yet), but I did write lyrics and record my vocals for the song Driftwood, which appears on the second full-length Departe. There’s a new EP entitled Destin, which I haven’t been part off but I’m positive I’ll be around for the next full-length again.

In 2011 you joined Ed Warby on The 11th Hour vocals on the 2012 Lacrima Mortis album, and in 2015 you launched a new partnership with Extreme Cold Winter alongside Seth Van de Loo and AJ van Drenth, the EP Paradise Ends Here. Could you tell how these partnerships happened and if there are any plans for new work with each of them?

Pim: Let’s start with The 11th Hour. That basically was a project started by Ed Warby and Rogga Johansson. Again this initially was meant as a studio project, but then offers to perform live came in. So, Ed had to form a band. Quite soon it became clear Rogga wasn’t able to be part of the live setting due to an ear-infection preventing him to fly. At that time Bram who was the guitarist in Officium Triste at that time suggested to Ed to use me for the grunts. So, I became part of the live band. When Ed recorded the second album initially Rogga was going to do the vocals again. I’m not too sure what happened there (probably an issue concerning time and conflicting schedules) but Ed asked me if I could record the vocals, which I did. Currently The 11th Hour is in a cryogenic state. We’re not doing anything but haven’t officially disbanded. It very much is Ed’s band so he decides what’s going to happen. I don’t think he’s very inspired to do another album and he has been and is very busy with The Gentle Storm and Vuur (both with Anneke van Giersbergen on vocals) as well as live shows with Ayreon.

Extreme Cold Winter is another story. AJ and Seth already had started working together and when they asked me to do vocals the recordings of Paradise Ends Here. If I’m correct it was already recorded in 2009 or so. I recorded the vocals in 2011 and then it took a couple of years before it actually was released in 2015. Anyway, we are currently working on a new album. Seth recently recorded the drums. It’s seven songs and it will probably see the light of day in 2018.

Still about projects, how do you manage them in relation to Officium Triste?

Pim: Officium Triste is my main band and always will be. Like said The 11th Hour is on ice right now and Clouds and Extreme Cold Winter are only studio projects. Basically you just have to schedule your time properly to make it all happen. It’s fun to do you know, so I’ll just have to make it work.

Over 23 years of Officium Triste’s existence, what can you highlight as the greatest joy and greatest difficulty in the band’s history?

Pim: This is a tough question as there are so many highlights. I’m always happy when a new recording is finished and you hold it in your hands. Those are moments that make you proud. Over the years we’ve done lots of cool gigs and we made friends with loads of people. Those are things I personally see as enjoyable. I guess the negative or difficult things are when you have to let go of certain people. We have had a few line-up changes over the years. Most of those were when someone simply decided to quit. But we also had to make some tough decisions to kick someone out because it wasn’t working anymore. Those are difficult decisions but I don’t regret them as they only were for the better.

The Doom Metal scene has been growing with new bands coming up, festivals and various bands coming back active and releasing albums. How do you view the Doom Metal scene these days?

Pim: Again a tough question. Indeed the doom metal scene is growing but I think it’s still small compared to the death metal scene for instance. It is good to see that there are more and more bands playing this style, but I also feel that there’s a lot of bands that sound like copies. So, you really have to search for the great bands out there. Something I personally like to do. It’s great to discover bands that you like. Unfortunately not everyone does that. There are so many people who like My Dying Bride for instance but they won’t look further to discover bands that are possibly just as good. So, you have a large group of people who follow just a few bands and a small group of dedicated hardcore doom metal fans that follow underground bands and visit gigs and festivals. Talking about festivals I see that some of the bigger festivals are booking doom metal bands, which is a good thing. At the same time you see that the small festivals that dedicate themselves to doom metal are booking other styles too. Simply because they have to attract a wider audience. In the end you don’t want to lose money when you organise a festival so I totally understand you have to add other bands too to make things work. So, to keep things short (because I can talk about this for hours) doom metal is a bit of a double-edged sword. It’s good to see there is attention for it. For example I saw Saint Vitus with Revelation perform for maybe 20 people in 1995 and these days Saint Vitus play sold-out shows in Europe. Then again you see new bands coming to the scene rehashing what has been done before. A bit more originality to me seems to be a good thing.

Could you name five albums that you consider essential for Doom Metal and make a quick comment on why?

Pim: Let’s start with Black Sabbath (1970) by Black Sabbath. They are crucial to metal in general and doom in particular. It’s the starting point to anyone who wants to know about doom metal. From there on you can listen to Sabbath’s other albums and bands that are clearly influenced by them like Pentagram, Trouble, Saint Vitus, The Obsessed and so on and so forth. The next one is Epicus Doomicus Metallicus (1986) by Candlemass. This album started the whole epic doom scene and from there on you can find out about bands like Solitude Aeturnus, Forsaken, Solstice, Isole and Procession to name a few. The third one I would mention is Gothic (1991) by Paradise Lost, which is an essential album for doom/death metal. I also could have mentioned albums by Katatonia, My Dying Bride, Anathema or Type O Negative. To me those bands are crucial to melodic doom/death and there are so many more killer albums within that genre. Into Darkness (1990) by Winter would be my next choice. That’s just an album that defines heaviness and I’m sure it inspired plenty of other bands from Disembowelment to Evoken to Thergothon. The last one I want to add is Angels Of Distress (2001) by Shape Of Despair. That simply is one of those bands that totally brought something new to the table. Of course there are plenty more outstanding albums and I can only urge people to do some homework and find out about great bands. Most music can be found quite easily on the internet.

This interview is for a Brazilian website. What do you know about the Brazilian Doom Metal scene?

Pim: To be honest I don’t know too much. From what I’ve heard it’s a small scene. I know a couple of bands. First of all Mythological Cold Towers, who I like very much and I met them a couple of times. I organise a doom festival as well called Dutch Doom Days and we had them last year together with fellow Brazilians Jupiterian. From back in the day I know (from the top of my head) Serpent Rise, Lúgubre, Monasterium, Thy Cold Embrace and Pentacrostic. And I have heard from bands like Lacryma Sanguine, Silentio Mortis, Dirty Grave, Lacrima Mortis and Les Mémoires Fall. There’s probably more whose music I have heard, but these spring to mind.

Pim, on behalf of Roadie Metal, would like to thank for this interview and for his words to the Brazilian and foreign readers that use the translation of the site. Space is free for you to give your final considerations.

Pim: Thanks for the interview, Fábio. It was a pleasure answering your questions. I hope people (wherever they are from) will listen to our music or to any other killer doom metal band for that matter. Keep an eye out for our new album, which probably will be out sometime in 2018. It will be released by Transcending Obscurity from India. That label signed a few Brazilian bands too, so check it out. Next to that there’s a split release coming out through Australis Records from Chile with Lapsus Dei from Chile. That will feature some live recordings we did in Malta in 2014. Hopefully we can come over to Brazil some day.

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