Completando 20 anos de carreira, o Nervochaos é a epítome da luta do artista no Metal nacional. Atravessando duas décadas sem se vender a modernismos e modismos musicais, a banda se mantém intacta em suas origens e evoluindo dentro das suas características. Seu Death Metal conquistou o respeito dos fãs brasileiros e estrangeiros graças ao empenho de Edu Lane que, capitaneando seus parceiros, vem escrevendo uma importante história no Metal. Em meio a sua turnê sulafricana, o baterista e fundador Edu Lane conversou com a gente sobre a atual e promissora fase da banda!
Roadie Metal: Primeiramente, parabéns pelos 20 anos de banda! Faça-nos um pequeno balanço sobre este período e para você o que mais vale a pena para continuar na estrada com o Nervochaos?
Edu Lane: Sim, em setembro completaremos 20 anos de atividades ininterruptas e confesso que tem sido muito gratificante. Claro que passamos por diversos momento difíceis, mudanças de formação, mas no geral, não tenho do que me queixar, foi a escolha que fizemos e estou pronto para pelo menos mais 20 anos. Quando se faz o que se ama não há dificuldade ou obstáculo que seja intransponível e acho que a coisa mais gratificante é o apoio dos fãs! Sem eles, não somos nada e graças a eles e ao amor pela música é que continuamos seguindo em frente.
Roadie Metal: A banda recentemente teve a aquisição de dois novos membros: Cherry (guitarra) e Thiago Anduscias (baixo). Como foi o processo de escolha destes músicos e o que eles vêm a acrescentar ao som de vocês?
Edu Lane: Na verdade foram três novos membros, dois foram no ano passado e um este ano. Quando o Quinho saiu da banda no início de 2015, ficamos por um curto período como um trio, mas estávamos buscando uma segunda guitarra para a banda e foi quando a Cherry entrou. No meio do ano, quando o Guiller saiu, chamamos o Lauro para assumir o posto de vocal/guitarra na banda. No fim do ano passado, dispensamos o baixista Felipe e no início deste ano resolvemos chamar de volta para a banda o Thiago ‘Anduscias’, que havia tocado conosco de 2002 a 2008. Acho que pela primeira vez na história da banda temos um line-up composto por pessoas experientes, que estão numa mesma sintonia e com o mesmo objetivo. Todos trazem a sua bagagem para a banda e isso acrescentou demais em termos de composições e também de shows ao vivo.
Roadie Metal: O último trabalho, “The Art of Vengeance”, mantém a essência “Death Metal Old School” da banda, mas apresenta algumas texturas interessantes dando um tom diferenciado. Você acredita que o Nervochaos tenha achado sua própria identidade com este trabalho e qual foi a repercussão dele?
Edu Lane: Eu creio que sim, que encontramos a nossa sonoridade própria, a nossa marca registrada, pois sempre mesclamos diversos estilos em nossa sonoridade, mas neste trabalho conseguimos expor e balancear isso da forma que sempre desejamos. O trabalho foi muito bem aceito pelo público e pela mídia e tem nos rendido ótimos frutos e inúmeras turnês pelo mundo.
Roadie Metal: Vocês também excursionaram fora do Brasil, inclusive pela Europa, Ásia e África do Sul. Qual o balanço desta turnê para vocês?
Edu Lane – A turnê do “The Art of Vengeance” foi a maior e melhor que já fizemos. Rodamos pelo mundo todo passando por quase todos os continentes e por inúmeros países. Em 2014, fizemos 94 shows e em 2015 fizemos 131. No início deste ano, já fizemos 15 datas, então somando tudo foram 240 shows em dois anos. Tocamos pelas Américas (Norte, Central e do Sul), pela Europa, pela Ásia e pela África. Dividimos o palco com diversas bandas de renome na cena mundial e conseguimos aumentar a nossa base de fãs. A venda de merchandise tem sido excelente também. Creio que tudo isso é fruto do árduo trabalho que estamos desenvolvendo já há alguns anos e isso nos mostra que estamos no caminho certo e que vamos continuar com força total.
Roadie Metal: Qual o lugar que mais gostaram de tocar? Algum acontecimento estranho ou pitoresco?
Edu Lane: Adoramos tocar em todos os lugares e cada show é especial a sua maneira. Todos os shows são super importantes pra gente, então fica difícil escolher apenas um. Sempre acontecem coisas engraçadas, estranhas ou pitorescas em turnê; mas o que acontece em turnê, fica em turnê (risos).
Roadie Metal: Como está sendo o relacionamento de vocês com a sua gravadora, a Cogumelo?
Edu Lane: Está ótimo o nosso relacionamento. Desde que começamos a trabalhar juntos, já tivemos alguns materiais lançados por eles e as vendas tem sido boas. Somos uma banda estradeira e acredito que isso ajuda bastante na vendagem de material, o que deixa a gravadora muito contente e a gente também, é claro.
Roadie Metal: Edu, como músico, quais são suas influências pessoais e particularmente em seu estilo, o Death Metal, que músicos você acompanha mais de perto o trabalho?
Edu Lane: Tenho um horizonte muito amplo em termos musicais e tenho diversas influências dentro e fora do Metal. Como baterista e se tratando de Death Metal posso citar como grande influência para o meu trabalho: Pete Sandoval, Max Kolesne, Igor Cavalera e outros mais.
Roadie Metal: E fora do Metal o que costuma escutar?
Edu Lane: Ultimamente tenho escutado (fora do Metal) artistas como Wayne Hancock, Muddy Waters, Robert Johnson, Chuck Berry, ZZ Top, Ice Cube, N.W.A., Notorious Big e etc.
Roadie Metal: Hoje em dia, as bandas estão preferindo gravar e produzir seu trabalhos todos fora do Brasil, o Nervochaos no entanto prefere concentrar seus trabalhos aqui. Fale um pouco sobre isso.
Edu Lane – Todos os discos que lançamos (com exceção do ao vivo) foram gravados no Brasil. Sempre procuramos evoluir como banda e também superar os lançamentos anteriores a cada novo disco. Sendo uma banda brasileira, temos orgulho do nosso país, da nossa cena e procurarmos manter cada disco o mais ‘brasileiro’ possível, mas é claro que temos vontade de gravar fora do Brasil também. Acho que o importante é a banda se manter fiel a sua proposta mas também conseguir evoluir em termos de composições e em termos de sonoridade.
Roadie Metal: Como produtor de shows e músico, qual sua visão sobre o atual cenário do Metal no Brasil? Qual sua visão particular sobre melhorias que poderiam ser feitas neste cenário?
Edu Lane: Eu acredito no trabalho e acho que as melhorias devem ser feitas por nós mesmos. Ficar criticando é fácil, falar também é fácil, mas atitudes são o que realmente conta e o que realmente faz a diferença. Claro que há melhorias que devem acontecer em nossa cena, mas isso depende exclusivamente de nós mesmos, que fazemos a cena. Prefiro seguir falando menos e fazendo mais. O cenário do Metal no Brasil melhorou muito, cresceu bastante mas ainda temos muitas dificuldades, muitas sub-divisões e um radicalismo sem fundamento que certamente não agregam em nada.
Roadie Metal: Vocês estão compondo material para um próximo trabalho? Fale sobre o que pretendem após a turnê na África do Sul?
Edu Lane: Sim, já temos diversas músicas novas para um novo álbum de estúdio da banda. Esperamos gravar esse material até o meio deste ano e ter o novo álbum lançado no final deste ano. Em breve teremos um split EP lançado (que era para sair no final do ano passado) e também vamos lançar uma caixa especial de 20 anos em setembro.
Roadie Metal: Que banda gostaria de ver fazendo uma versão de uma das músicas do Nervochaos?
Edu Lane: São tantas bandas… mas acho que qualquer banda que se prontificar em gravar uma versão de uma música do Nervochaos, ficaremos extremamente honrados e contentes.
Roadie Metal: A Roadie Metal parabeniza o Nervochaos pelos seus 20 anos de estrada e para terminar cite uma música de vocês que resume estes 20 anos de luta!
Edu Lane: A gente que agradece pela oportunidade, pela entrevista e pelo apoio! Acho que uma música que consegue abranger bem o espírito da banda, da nossa proposta que é “For Passion Not Fashion”. Visitem www.nervochaos.net
Formação:
Lauro “Nightrealm” (vocal e guitarra);
Cherry (guitarra);
Thiago “Anduscias” (baixo);
Edu Lane (bateria).
https://www.youtube.com/watch?v=41BNog7-z1A
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Nervochaos Midia