Com um som totalmente diferenciado e singular, a Moby Jam gentilmente concedeu uma entrevista e batemos um papo legal, onde falamos sobre projetos, vida na estrada, shows e muito mais! Confira!
Qual o significado por trás do nome da banda, há alguma história inusitada que fez vocês chegarem a ele?
M. J: O primeiro nome da banda foi Moby Dick, gostávamos deste nome, mas como existiam e existem outras bandas com este nome, resolvemos criar algo novo, único, mais a nossa cara, daí surgiu o nome atual, Moby Jam, foi uma mistura do nome anterior com o tipo de som que estamos acostumados e gostamos de fazer, as Jam’s. Os ensaios e músicas criadas sempre começam com uma verdadeira Jam.
O rótulo de banda de Rock Freestyle, como o próprio nome propõe, dá abertura a várias possibilidades de experimentação musical, o que de certa forma liberta bastante a criatividade e a capacidade de inserção do estilo particular de cada um. Dentro desse caldeirão de influências distintas, no que vocês se inspiram para suas composições?
Moby Jam: Encontramos neste estilo a liberdade para cada um levar a sua influência às canções, cada componente colabora com seu estilo particular, e os acontecimentos e experiências vividas são as grandes inspirações. Situações passadas e do nosso cotidiano, histórias de nossas vidas estão presentes em nossas músicas.
Como foi o processo de formação da banda, poderiam nos contar como vocês se reuniram e quem convocou quem?
Moby Jam: Apesar de todos os músicos possuírem bandas distintas na época, antes de 2006, eu (Elson Braga) e Marcelo Vargas, somos parentes próximos e tocávamos violões juntos na noite. Em um dos eventos aonde iríamos tocar, cada um com sua banda, os músicos que acompanhavam o Marcelo não poderiam participar… Como já tocávamos violas juntos, Marcelo disse: será você mesmo o baixista, da então recém formada, Moby Dick. Fizemos somente um show com outro baterista, tinha tocado com o Augusto Borges na bateria no mesmo evento, com outra banda, e como somos todos amigos de infância, foi fácil a comunicação… No segundo dia da banda, recrutamos o Augusto Borges para a bateria, foi aí que a ideia realmente amadureceu, começamos a fazer jam’s com mais frequências e percebemos que éramos capazes de fazer algo realmente interessante e diferente. Que havíamos encontrado no trio a formação ideal da Moby Jam.
Nos dias atuais, com a facilidade de comunicação audiovisual através da internet, praticamente todo mundo pode botar a cara no mundo e publicar um trabalho musical. Como vocês acham que é possível driblar a enorme massa de informação despejada por todos e conseguir preferência dos ouvidos e também olhos dos internautas, casas de shows e produtores?
Moby Jam: O segredo é muito trabalho e principalmente fazer música com amor, personalidade e energia, sem nos preocuparmos muito com o que um determinado tipo de público achará. Somos muito críticos com o som que fazemos e quando achamos uma canção que realmente toque nossa alma, levamos em frente. Com a facilidade da internet, temos que tirar proveito desta realidade e a encaramos como um verdadeiro aliado, como somos uma banda totalmente independente, dependemos destes canais alternativos para divulgação, e temos feito isso muito bem. Divulgamos quem somos, nossos clipes e músicas pelos meios digitais, a Moby Jam está em praticamente todas as mídias digitais existentes, nosso som pode ser e é ouvido de qualquer parte do planeta. Temos que esquecer a grande concorrência e trabalhar cada dia mais forte, com qualidade, sempre na divulgação e em constante evolução.
Vocês são uma banda com um tempo considerável de estrada, estando na ativa desde 2006, o que mudou de lá pra cá na forma de se produzir, vender e consumir música?
Moby Jam: A grande mudança foi na facilidade com que as informações e os materiais chegam até as pessoas, com a ampliação e a popularização da Internet. Hoje vendemos e divulgamos nosso trabalho através dos diversos canais de Streaming existentes, sites, etc… vendemos e disponibilizamos MP3, conseguimos sair de Varre-Sai e chegar em ouvintes de todos os continentes. Antigamente havia somente a TV e o Rádio, junto com a cultura do CD físico, hoje ainda achamos importante a materialização do trabalho através dos cds, mas temos um verdadeiro aliado que é a internet. A banda para ser competitiva e ganhar espaço, como numa empresa, tem que estar atenta e acompanhar a todas estas mudanças do cenário. Na forma de produzir música, propriamente dito, não houve grandes mudanças de 2006 para cá, as maiores mudanças realmente foram quanto aos meios de divulgação e comercialização. Termos como Upload, Download, Mp3, passaram a fazer parte do nosso vocabulário e dia a dia.
Ouvindo o CD Sem Juízo, foi impossível não destacar na mente a beleza lírica das composições, há um letrista apenas entre vocês, ou todos contribuem na hora de escrever? Como é o processo de composição?
Moby Jam: Marcelo Vargas é um grande compositor, assume um papel fundamental na maioria das composições, eu ( Elson Braga ) também gosto de compor e venho auxiliando nesta tarefa. Em oportunidades, como na letra de Homem de Gelo, por exemplo, criamos em conjunto, chego com um refrão, ele completa o “corpo” da música, e assim chegamos em um acordo… Assim estamos encaminhando nosso novo disco, Marcelo chega com algumas canções totalmente prontas, outras só com a melodia, eu coloco uma letra, outras em conjunto, outras os 3 componentes criam os Riffs, que vão amadurecendo com os ensaios constantes, hoje realizados na casa do Augusto Borges, enfim, não existe uma fórmula pronta para seguir. As ideias sendo boas dentro do nosso estilo e os 3 concordando… serão usadas!
Dentro desses anos de existência, qual a maior vitória conquistada por vocês?
Moby Jam: A maior vitória, além de sobrevivermos por todos estes anos juntos e tocando um estilo não popular, seria o lançamento do CD – Sem Juízo, em 2014, foi a materialização e realização de um sonho para a banda, foi onde pudemos concentrar todos estes anos de estrada, toda nossa dedicação e energia em um único trabalho, que foi produzido de forma totalmente independente pela banda.
E como uma boa banda de rock sempre tem que ter histórias loucas pra contar, vocês poderiam contar a nossos leitores algum episódio inesquecível que tenha acontecido com a banda?
Moby Jam: E como temos, rsrsr… Brigas femininas entre “ex” frente ao palco dentro do restaurante, surdo mudo entre os fãs, várias amnésias, entre outras… mas contarei uma: Uma vez, em um concurso com mais de 70 bandas em Campos dos Goytacazes, tínhamos 10 minutos para montagem do som e 45 minutos para apresentação, subimos no palco com várias cervejas, o que era proibido, logicamente não conhecíamos o regulamento, montamos o som e se passaram os 10 minutos, olhamos para um lado e para o outro e como não observamos ninguém da produção para anunciar a banda, começamos a tocar com medo de perdemos os pontos. Não sabíamos, mas os jurados estavam lanchando do lado de fora e tiveram que sair correndo para pegar a apresentação… Quando chegaram, nos viram cheios de cervejas e quiseram nos expulsar do concurso pelas biritas no palco e por termos começados sem a devida apresentação, foi uma discussão louca, várias ameaças, e por último, final feliz, conseguimos ficar entre as 3 vencedoras do concurso, ganhando a premiação.
O que vocês estão fazendo esse ano e quais os planos próximos para a banda?
Moby Jam: Estamos cumprindo a agenda da banda, temos shows marcados, além do clipe de Chuva Ácida já lançado, tentaremos gravar outros vídeos oficiais, e os ensaios estão direcionados para o nosso novo álbum, temos algumas músicas bem adiantadas para o novo trabalho, que pretendemos lançar o mais breve possível.
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Agradecemos a toda atenção e o carinho de vocês, este apoio é fundamental para a sobrevivência das bandas, continuem nos acompanhando, seja pelo, Site, Face, Youtube, Spotify, ou qualquer outro canal, sigam acreditando e dando força para o cenário underground, esperamos retribuir com muito trabalho e um belo disco. Compareçam aos shows das bandas locais, sua presença é fundamental, escutem as novas bandas que estão surgindo no país e ajudem na divulgação. Quanto à Roadie Metal, parabenizamos e agradecemos pelo belo trabalho que está sendo feito pelo cenário roqueiro/metal nacional e por mais esta oportunidade. Fiquem na paz e com a esperança de dias melhores e de maiores espaços para o verdadeiro Rock nacional. Um grande abraço!