Oriundo do Sul do Brasil e firmes em sua proposta, o Heryn Dae surge como mais uma grande promessa do nosso metal de cada dia. A banda tomara vida há pouco tempo mas se mostra madura e inovada em suas canções. Tivemos um bate papo descontraído e informal onde falam de planos e projetos futuros, assim como também a tecnologia se encontra como aliada (ou não) das bandas. Confiram!
RM: Obrigado pela atenção e tempo para esta entrevista. Então, gostaria que vocês se apresentassem para nossos leitores.
Primeiramente é uma honra para nós estarmos participando desta entrevista. Nós somos uma banda catarinense formada em 2013 criada inicialmente por Victor Moura, vocalista. Juliano Bianchi, guitarrista. Cristiano Pereira, baterista e em 2016 ingressaria Ricardo Bach, baixista. Em outubro de 2016 lançamos nosso primeiro album autointitulado Heryn Dae com 8 faixas.
RM: Como sabemos vocês são do sul do país, mais precisamente de Santa Catarina. Sabemos que no sul existem grandes bandas dentro do Rock / Metal e também que a cultura musical sulista é bem expressiva e rica. Estes quesitos influenciam e / ou incentivam a banda?
Com certeza, o sul existe grandes bandas de Rock / Metal que são reconhecidas nacionalmente e internacinalmente. A Heryn Dae de primeiro momendo não buscou influências da nossa região mais nada impede que trabalhos futuros apresentem uma pitada da cultura sulista!(risos). Inclusive temos trabalhos em andamento com história e lendas de nossa terra, aguardem!
RM: Por que Heryn Dae?
Heryn Dae vem do elfico tolkiano que significa “dama das sombras”. A inspiração veio das histórias antigas da festa pagã denominada “beltane” que era realizada em torno do que hoje são as ruínas de Stonehenge. As pessoas iam mascaradas para o evento para não serem reconhecidas. Ninguém era de ninguém. (risos). Uma orgia total! Os filhos oriundos da festa eram oferecidos a deusa, que em nossa história é a Heryn Dae.
RM: O álbum auto intitulado é o primeiro de muitos que virão. Como tem sido a aceitação por parte do público de todo o país?
É o que esperamos. Temos sim vontade de fazer outros álbuns e vamos. De acordo com as resenhas que lemos, acredito que aceitação está boa. Temos muito o que aprender e crescer, anotamos cada crítica que recebemos para melhorar no futuro e também aprimorar o que já foi elogiado para ficar cada vez melhor. Aqui na região por onde tocamos, sempre a recepção é muito boa.
RM: Já se falam do Heryn Dae em outros países?
Olha, não temos conhecimento ainda. Será? Fizemos uma entrevista ao vivo na Roadie Metal onde tinha gente de Londres ouvindo. Tocamos em um evento fechado só para um grupo de motociclistas do exterior. Acredito que um boca-boca de leve sobre nós numa dessa pode existir.
RM: Hoje em dia com este avanço da tecnologia, fato que ocorre a cada segundo, temos as redes sociais que ajudam e muito a divulgar o trabalho das bandas, óbvio que a informação chega de forma quase instantânea ao público. Sabemos que são ferramentas que nos tempos de hoje é um aliado forte, vocês veem algo negativo neste meio, musicalmente falando?
Acho que tudo tem a vantagem e a desvantagem. As vantagens você já citou tudo na pergunta e é extremamente importante para divulgação. A desvantagem é que o músico fica totalmente dependente de apresentações que tenham cachê, se um dia ele quiser sonhar em viver da música. Um exemplo é eu com minha mochila nas costas com CDs da banda no qual demos o sangue para ter, devido condições precárias, oferecendo para galera comprar. Muitos chegam e falam “ah! Já ouvi no youtube, já ouvi no soundcloud e etc… Não preciso ter o CD” e outros ainda “tem algum link para download de suas musicas”…. Claro que tem os bangers fiéis, mas de uma maneira geral o mundo é assim hoje e temos que caminhar de acordo.
RM: A banda possui uma pegada voltada para o Heavy Metal, possui também uma vertente entre o Power Metal Melódico também. Qual é ou quais são as maiores influências da banda?
O que eu acho legal do Heryn Dae é justamente que cada um tem gostos diferentes. Cristiano sempre gostou mais do extremo, é Amon Amarth, Krisium, Cannibal Corpse e para nós catarinenses a lendária banda de black metal “Luciferiano”. O Juliano e o Ricardo vão mais no tradicional, principalmente no Iron Maiden e até um pouco fora do metal como AC/DC e Guns N’ Roses. Eu, Victor, já curto meio que de tudo no metal. Mas gosto do velho Metallica/Megadeth, curto Kreator, Judas Priest, Sepultura, gosto de bandas com vocais femininos como Nightwish e Leave Eyes. Ou seja, é um monte de influências.
RM: Certas bandas hoje procuram criar um trabalho mais clichê, fazer algo “mais do mesmo” para não ficarem no esquecimento ou algo do tipo. Vocês acham que isso dentro do Rock / Metal é bom ou sempre interessante se inovar.
Hoje, mas do que nunca, acreditamos que entendemos como é importante inovar. Tentamos fazer algo diferente neste primeiro trabalho. Estamos muito felizes e acredito que quem quizer conferir, vai apreciar. Mas entendendo e analisando as resenhas e todos os informativos do álbum, vimos que podemos inovar mais, arriscar mais, mas sem deixar de lado quem somos e de onde vem as nossas raízes.
RM: Desejo a vocês um excelente 2017 com agenda cheia e inspiração sempre. Fiquem à vontade, o espaço é de vocês.
Um feliz 2017 pra você também. Foi um imenso prazer ter participado desta entrevista. Quem tiver a oportunidade e um tempinho, deem uma conferida em nosso material. Quero deixar um salve a vocês headbangers. São vocês que tem o poder de manter a chama do metal viva e não as bandas. Vocês são o nosso combustível, valorizem as bandas de sua cidade, estado e país. O Brasil é espetacular. Poderíamos ter o nosso próprio Wacken se todos nos unirmos. Um grande abraço a todos.