Entrevista: Eyeliner – saiba tudo sobre a super tour brasileira

Com uma agenda de shows lotada até a tampa, e muitas histórias loucas pra contar, a banda entrevistada da vez foi a Eyeliner! Na ativa desde o início de 2012, tendo lançado seu primeiro EP em Maio de 2017, os Hard Rockers Ray Walter (vocal), Tony Alex (baixo) e  Zafra (guitarra) de Sorocaba SP,  nos contaram nas próximas linhas, tudo sobre a vida agitada na estrada, vitórias, loucuras e tudo o que uma banda tem direito a viver!

Vocês começaram em 2012, o que os torna uma banda relativamente jovem no cenário. Poderiam nos contar como se deu inicialmente a reunião?

 

Tony: A banda começou com um sonho de garoto desde a escola, eu tinha 15 anos e já tinha em mente o que queria pra vida. Com 18 anos eu dei o pontapé inicial e chamei o Zafra, que eu conhecia da escola e sabia que tocava guitarra. Esse foi a primeira ligação como banda.

Zafra: Eu conhecia o Tony da escola e foi muita coincidência para ser coincidência.

Na época eu tinha feito uns 2 ensaios com uma banda mas não era o que eu queria.

Quando ele me chamou a gente percebeu que tinha as mesmas influências e a química começou por aí mesmo. Depois disso agente fez anúncios impressos procurando vocalista (era uma foto do Tio Sam dizendo We Want You vestido de Gene Simmons) e então Ray atendeu ao chamado.

O que chama mais atenção em um frontman é sem dúvida sua capacidade de ser único. Seu timbre é bastante diferenciado, e acaba por tornar-se uma atração à parte. Qual sua maior inspiração enquanto cantor?

Ray: Minhas maiores influencias técnicas e de performance não poderiam ser outras se não os caras mais pirados que já subiram nos palcos do mundo todo. Primeiro os Deuses de todos vocalistas de Hard Rock, Robert Plant e Roger Daltrey, gosto muito também da loucura e timbre do Kevin Dubrow, o rei das performances pra mim é o David Lee Roth, a potencia e os agudos do Sebastian Bach, e quem me conhece sabe que eu sou o maior fã do Vince Neil, ele é do caralho!

 Vocês são uma banda que carrega fielmente a bandeira do Hard Rock e as composições remetem aos aclamados clássicos, embora com uma notável pitada de modernidade. Como se dá o processo de composição instrumental?

Zafra: Geralmente a música parte de um riff que eu acabo criando mas nem sempre sabendo onde colocar ele. As influências pro instrumental vêm de toda parte e geralmente varia muito do que eu estou ouvindo no momento.

Tony: O Zafra aparece com um riff ou alguma parte da música, as vezes já tem

uma ideia da linha de baixo, as vezes eucrio uma do meu jeito, sempre com a intenção de deixar a música foda.

Quanto às letras, há apenas um lyric man ou todos escrevem?

Ray: Na verdade todos escrevemos letras, mas mesmo quando a ideia parte só de um, todos acabam tendo participação nas composições.

Algum de vocês tem o Eyeliner como primeira banda, ou alguém já veio de outros projetos anteriores?

Ray: Eu já tive várias apresentações com bandas formadas para  participar de

festivais, algumas que eu formei, mas o Eyeliner era exatamente o que eu sempre procurei.

Zafra:Eu fiz dois ensaios com uma banda de thrash mas não conta, depois disso o Tony me chamou pro Eyeliner que era a primeira banda dele.

Geralmente há uma história por trás do nome de uma banda. Qual é a de vocês?

Tony: Desde o início eu queria ter um nome de banda que mostrasse a influência de hard rock porque eu gostava de provocar. Não entendia por que os meus amigos não gostavam do Kiss usando maquiagem e roupa de couro, mas eu gostava e queria que o nome retratasse isso.

Como guitarrista, não pude deixar de notar o quão bem construídos são os solos e riffs, quais as suas influências principais no instrumento?

Zafra: Eu tenho algumas influências que são a base do que eu toco. Jimmy Page, Joe Perry, Ace Frehley, Brian May e Nuno Bittencourt são os meus “guitar heroes” pra vida toda porque são, para mim, o modelo ideal de Guitarrista. Eu gosto desse tipo de músico que toca guitarra para a banda. Mas mesmo tendo essas bases meio que pré estabelecidas, eu sempre procuro ouvir coisas novas para ter influências novas.

Vocês têm tido uma agenda impressionantemente lotada, o que representa obviamente uma vitória resultante de muito trabalho e dedicação, imagino que essa demanda maior de shows exija bastante de todos. Como é lidar com essa movimentação intensa de apresentações?

Tony: Esse ano nós já estamos chegando a margem de 50 shows, só na última

semana foram 5 em 7 dias. Eu mal me lembro da última vez que dormi 5 horas por noite desde que saímos em Tour, e isso tudo é do caralho…

Ray: Nossa agenda está bem lotada mas é extremamente recompensador porque nós estamos vivendo o Rock N’ Roll de verdade.

Zafra: Eu posso fazer shows de segunda à segunda tranquilamente ignorando

completamente qualquer cansaço mas trabalhar com outra coisa de segunda à

sexta me dá vontade de espancar alguém aleatório na rua.

 Dentre as realizações importantes na carreira da banda, os shows de abertura para a banda canadense AHNA e lendas como Golpe de Estado e Salário Mínimo é sem dúvida um marco. Contem-nos a respeito dessa façanha!

Tony: Cara, a abertura pro AHNA foi de última hora, a banda estava em turnê pelo Brasil e o show deles em Sorocaba foi cancelado do nada, aí a nossa produtora nos contatou falando que conseguiu uma data pra eles com a gente como abertura. Foi demais trocar experiência com uma banda internacional. Já o Golpe de Estado foi mais do que esperávamos, dividimos camarim com os caras, pudemos falar desde The Who até bandas atuais, trocando figurinhas de Rock N’ Roll. E o show do Salário Mínimo foi uma verdadeira aula, pois ganhamos um conhecimento valioso que com certeza levaremos para nossa carreira.

Zafra: Além desses shows, fomos convidados para tocar com a banda Pop Javali dia 6/10 em Sorocaba.

Ray: E temos uma surpresa para o final da Tour em Dezembro, não podemos entrar em detalhes mas vocês vão pirar.

A estrada é um livro com páginas em branco onde uma banda de rock sempre pode rechear com histórias malucas. Qual vocês poderiam nos contar?

Tony: Mês passado fomos tocar em Itararé pela primeira vez, a mais de 350km de nossas casas. Até aí tudo bem, estamos acostumados com a estrada. Saímos de Sorocaba e fomos parados no primeiro pedágio por um policial, o guarda rodoviário quis verificar a porra toda e após encarar um pouquinho da cara maquiada de cada um, pediu pra abrirmos o porta-malas, que claro, só tinha equipamento. Ele desistiu e mandou a gente cair fora provavelmente porque não conseguiu distinguir se a habilitação do Ray era verídica ou uma nota velha de 5 reais toda amassada e fodida. Até aí tudo bem, caímos na estrada. O show foi muito foda

como sempre, porém voltamos com um membro a mais no carro: a filhote de PitBull Shandi, que nós mesmo batizamos.

Zafra: Mas justiça seja feita, não roubamos o cachorro. Ela tava na rua passando fome e era uma noite chuvosa e fria. E não tinha dono. Eu acho. De todo modo a gente saiu com o sol se pondo e voltou com ele nascendo com um membro a mais na crew. Temos mais histórias, de todo tipo. Você pode escolher se quer as +18 ou as +21.

Ray: Cada show é uma bizarrice diferente…

https://www.youtube.com/watch?v=9jk-bL7weFo

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