Entrevista: Electric Mob. “o feedback positivo de quem já nos acompanhava, fez a gente ter certeza que tínhamos algo muito especial em mãos. Brincamos que foi assim que nasceu o monstrinho Electric Mob”

Nesta sexta-feira, 27 de janeiro, mais uma página na história da banda curitibana Electric Mob será escrita, com o lançamento de seu segundo e mais novo álbum de estúdio, 2 Meke U Cry & Dance, via Frontiers Music. O novo álbum vem na esteira de sucesso do aclamado debut, Discharge, de 2020, que abriu as portas do mundo do metal para a banda, mundo à fora. Formada por Renan Zonta (vocais), Ben Hur Auwarter (guitarra), Yuri Elero (baixo) e André Leister (bateria), a Electric Mob promete sacudir ainda mais o mundo do metal e levar o Brasil a um nível mais alto no cenário mundial da música pesada com o lançamento do novo álbum. O vocalista Renan Zonta e o guitarrista Ben Hur Auwarter concederam à Roadie-Metal uma entrevista exclusiva para falar um pouquinho sobre sua carreira e as expectativas quanto ao novo álbum e o futuro da Electric Mob. Confira:

1-Como cada um de vocês começou na música e quais são suas influências?

 RENAN ZONTA: decidi muito cedo que queria ser artista. Com uns 6 anos eu já queria tocar guitarra, muito por influência do meu pai e alguns primos que me apresentaram KISS, Iron Maiden, Motörhead… Meu sonho era ser igual o Adrian Smith. Vê-se que falhei miseravelmente (risos).

BEN HUR: Lá em casa só se escutava trilha sonora de novela e no máximo um sertanejo 90’ quando tinha churrasco. Cheguei a fazer aula de violão quando era bem pequeno, mas larguei depois de poucos meses. Tudo mudou quando uma tia-avó me mostrou Guns N’Roses, quando eu tinha uns 12, 13 anos. Nessa hora meu sonho se tornou aprender a tocar guitarra pra ter uma banda. As influências foram vindo com o tempo, com Lynyrd Skynyrd, Bon Jovi, Skid Row e Stevie Ray Vaughan. Essas foram as primeiras.

2-Como vocês 4 se conheceram e resolveram montar uma banda juntos?

 RZ: eu e o Ben Hur somos da mesma cidade (Cascavél-PR) e nos conhecemos por termos amigos em comum e na cena de rock do interior todo mundo se conhece. Ele já morava em Curitiba quando decidi sair de Cascavél e foi natural chamar ele pra começar algo novo. Ele e o André (Leister) faziam faculdade de Geologia juntos e esse foi o embrião do Electric Mob. Pouquíssimo tempo depois a gente trombou o Yuri (Elero) e aí o estrago tava feito.

3-Como cada um trilhou seu caminho até chegar ao Electric Mob?

 RZ: Dos 6 aos 14 anos eu tive aquela curva de descobrir o que é um instrumento, me interessar, passar por “instrumentos alternativos”, chegar na guitarra e montar minha primeira banda. Depois de um tempo sem vocalista nessa banda, comecei a cantar provisoriamente até encontrar um vocalista. O que aconteceu foi que encontramos um guitarrista muito melhor do que eu e aí me assumi como cantor (risos). Aos 18 entrei numa banda veterana de Cascavél chamada On The Rocks. Pouco tempo depois, já com o nome é, fomos pro “Superstar” da Globo. Voltando de lá, decidi sair do interior e tentar algo novo em Curitiba. Aí nasceu o Electric Mob.

BH: Em Cascavel eu tive banda entre meus 14 e 16 anos. Eu e o Zonta não nos conhecíamos nessa época, mas fiquei sabendo a pouco tempo que ele tinha ranço na gente porque tocávamos em alguns lugares (foram um total de 3 hahaha) e a banda dele não. O plano era trazer essa banda pra Curitiba, com a desculpa que faríamos faculdade. O plano nunca deu certo porque só eu acabei me mudando. Nisso o sonho morreu e eu fui estudar Geologia na UFPR, isso em 2011. Cheguei a tocar um showzinho ou outro com um pessoal, mas nada sério. O sonho renasceu quando o Renan se mudou pra cá em 2016 e montamos o Electric Mob.

Electric Mob

4-Renan Zonta, gostaríamos que vc nos contasse suas experiências nos “reality shows”, primeiro o Superstar e depois o The Voice Brasil, que te levou quase até a semifinal e que importância tem esse tipo de programa na carreira de alguém que deseja seguir esse caminho?

 RZ: foi tudo lindo demais e fundamental pra eu me tornar o artista que sou hoje. Foi na Globo que eu “virei a chave”. Entrei lá um piá (menino) que gostava de cantar e saí artista. Eu só posso falar por mim, então, na minha carreira, tem uma importância gigantesca.

5-Contem-nos sobre como foi a experiência em estúdio de gravar o EP “Leave a Scar”, de 2017

BH: Estávamos a uns 4 meses fazendo shows cover e o processo criativo da banda veio de forma natural. Sempre tivemos certo que queríamos fazer nosso próprio som, mas antes de tudo, queríamos ter uma banda. É diferente de você juntar 4 pessoas e no primeiro ensaio todo mundo começar a vomitar ideias. Tivemos um bom tempo pra criar uma química e entender o tipo de som que queríamos e conseguíamos fazer.  Nisso vieram 4 músicas e decidimos gravar as 4. Eram até então as únicas composições do Electric Mob. Se algo está dando certo, começou ali. O mesmo estúdio que gravamos e mixamos o EP é onde gravamos os outros dois álbuns (Nico’s Studio). O Amadeus de Marchi, que produziu o “Discharge” e o “2 Make U Cry & Dance”, foi o engenheiro de som nesse EP. Foi depois das gravações que ele me abordou falando que gostaria muito de produzir efetivamente um álbum nosso e que poderia colaborar bastante com nosso som. Nunca vou esquecer a cara de assustado dele quando perguntou se o Zonta não queria descansar depois de gravar a primeira música e se ele não estava machucando a garganta e recebeu um “não, tá de boa” como resposta (risos).

O principal desse EP foi a gente dar vida ao que poderíamos fazer. Ter o EP pronto, clipes gravados e o feedback positivo de quem já nos acompanhava, fez a gente ter certeza que tínhamos algo muito especial em mãos. Brincamos que foi assim que nasceu o monstrinho Electric Mob.

6-Como surgiu pra vocês o contato da gravadora italiana Frontiers Records e como isso os afetou na época?

BH: Menos de um ano depois do primeiro EP decidimos gravar um segundo, também com 4 faixas. Compomos “Devil You Know”, “Upside Down”, “Gypsy Touch” e “brand new rope”. Depois de gravadas e com o clipe de “devil” já pronto, fomos encorajados a procurar alguma gravadora de fora do país pra buscar ao menos um contrato de distribuição. O Renan compilou vários e-mails e sites de gravadoras que poderiam se interessar e eu montei um e-mail com apresentação e alguns números. Em uma semana tivemos uma resposta da Frontiers falando que tinham gostado muito das músicas e do clipe de “Devil You Know” e perguntando se não queríamos firmar um contrato para vários álbuns. Isso foi no final de 2018. Começo de 2019 assinamos e começamos a compor as músicas que viriam a compor o “Discharge”.

7-Vamos falar um pouco sobre o aclamado álbum de estreia do Electric Mob, “Discharge”, de 2020. Como vocês reagiram em relação a ele? Saiu como vocês queriam? E como vocês reagiram diante da recepção da crítica e do público?

BH: Todo o feedback positivo e repercussão pegou a gente 120% desprevenido (risos). Não tivemos muito tempo pra pensar no que estávamos esperando com o álbum. Até hoje eu digo que não temos ideia do que estamos fazendo. A gente só faz (risos). Assinamos o contrato em março e tínhamos que entregar um álbum com 11 músicas até novembro de 2019. Foi um processo muito tranquilo e desesperador ao mesmo tempo. Ao final ficamos muito orgulhosos e satisfeitos com o trabalho. Aparentemente deu até que certo (risos).

8-Foi surpreendente pra vocês a grande repercussão do álbum no Spotify? Foi fácil lidar com esse sucesso?

 RZ: A gente sempre soube do que a gente tinha na mão. Sabíamos que, se chegasse nas pessoas, ia surpreender. Quando a gente viu aqueles números subindo, os quatro piás do Paraná na capa da playlist oficial de Hard Rock do Spotify e mais várias outras a nível mundial, foi um choque. Mas, em cima de tudo isso, sempre fomos muito pé no chão. Ficamos muito felizes com tudo que tem acontecido, lógico, mas sabemos que é só o começo e queremos muito mais.

9-Especificamente, a faixa “Devil you Know” foi um sucesso estrondoso nos EUA, alcançando ótimas posições na parada da Billboard, permanecendo por 14 semanas consecutivas. Para uma jovem banda brasileira, é um baita reconhecimento, não?

BH: A gente se impressiona com isso até hoje. Nunca vou esquecer que teve uma semana que ficamos na frente até do que o Foo Fighters. Mas foi só uma semana (risos).

10-Renan Zonta, gostaríamos que nos falasse sobre os projetos da Frontiers, que você tem sido convidado a participar, como o supergrupo Skills, que lançou o ótimo álbum “Different Worlds”, no ano passado e sua parceria vocal com outro grande nome do nosso metal, o Nando Fernandes, no Brother Against Brother. Há ainda esperança de vermos uma continuidade desses projetos no futuro ou mesmo outros novos?

RZ: Eu realmente não sei o que vai acontecer, se vai rolar mais ou não, até porque o Electric Mob tá pegando fogo (risos). Mas, com tudo isso, eu fico feliz demais! Tenho tido oportunidade de estar junto dos meus ídolos e, ainda melhor, ser amigo dos meus ídolos.

11-Daqui dois dias, o mundo irá conhecer e poder ouvir “2 Make U Cry & Dance”, o novo álbum do Electric Mob, que na minha opinião, já nasce grandioso. Quais as expectativas da banda sobre esse lançamento?

 RZ: As expectativas são as melhores possíveis! Não foi um álbum fácil de fazer, passamos por muita coisa e dar sequência a um álbum tão bem-recebido como foi o “Discharge” não foi uma tarefa simples. Mas, com tudo isso, acho que nos superamos. O álbum tá NERVOSO! Tenho muito orgulho do caminho que estamos trilhando.

12-O que vocês apontariam de diferenças e semelhanças entre “Discharge” e “2 Make U Cry & Dance”?

BH: Como o Renan comentou, ele está mais nervoso (risos). Talvez esteja mais direto ao ponto. Polimos a produção, cortamos excessos e focamos em arranjos eficientes. Mas a alma é a mesma. São as mesmas pessoas compondo com o mesmo objetivo: fazer um som que gostaríamos de ouvir.

13-O que vocês gostariam de dizer aos seus fãs sobre as expectativas deles em relação ao novo álbum?

 RZ: ‘Pode vir quente que tamo (sic) fervendo!’ O álbum nos representa em cada sílaba e tenho certeza que os fãs vão se identificar com isso. Tá visceral, provocativo e vai incomodar muita gente. Do jeito que “nois” gosta, hahaha!

14-Podemos esperar ver a Electric Mob na estrada, em 2023?

 RZ: Com certeza! Tudo vai ser divulgado em breve e não vemos a hora de “carcar” essas músicas novas ao vivo.

Em nome da Roadie-Metal, nós agradecemos imensamente por terem tirado um pouco de seu tempo corrido para conversar conosco sobre as histórias de vocês, tanto como musicistas, quanto como banda e desejamos tudo de bom. Obrigada e sucesso

RZ: Muito obrigado pelo espaço e pelo carinho!

BH: Valeu demais por tudo e abraço a todos.

Então, caros leitores e leitoras, não percam o lançamento oficial do álbum 2 Make U Cry & Dance, da Electric Mob, nesta sexta-feira, 27 de janeiro. Veja abaixo a tracklist completa do novo álbum e a arte da capa:

1. Sun Is Falling Down
2. Will Shine
3. It’s Gonna Hurt
4. By The Name Of (nanana)
5. Soul Stealer
6. 4 Letters
7. Locked n Loaded
8. Saddest Funk Ever
9. Thy Kingdom Come
10. Love Cage
11. Watch Me (I’m Today’s News)

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Consultoria: Tarcísio Chagas/ The Bridge Press

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