Quem viveu o cenário musical dos anos 90 vai lembrar quando metal começou a contar com vocais líricos femininos em suas entranhas. Paradise Lost talvez tenha sido o primeiro nome a arriscar algumas incursões do tipo, mas não tardou para surgir grupos com esse tipo de proposta.
Theatre of Tragedy, Tristânia, The Gathering, Lacuna Coil, entre outros… Lembrando que as mulheres já estavam no metal há tempos, mas não nesse contexto mais sombrio, que foi moldado quase que junto com a incursão de vocais femininos no estilo. Retomando, a maioria das bandas apostando na junção do doom e gothic metal, onde o modelo ‘beauty and the beast’, que trazia duetos entre vocais guturais e líricos femininos chegou a ser até uma febre.
Eis que, também em pouco tempo, as mulheres foram conquistando o protagonismo ao mesmo tempo em que o symphonic metal se agregaria aos estilos, e algumas bandas apostassem somente nos vocais femininos, sempre mantendo aquele fundo mais obscuro. Nos últimos anos, até mesmo a veia alternativa entrou nessa fórmula, inclusive aderida por pioneiros como o Lacuna Coil e The Gathering, e tendo o Evanescence como principal representante, trazendo ainda mais abrangência e frequentando o mainstream.
Sabina Beyli, nascida no Azerbaijão e radicada em Boston, nos Estados Unidos, é praticamente uma descendente disso tudo, queira ela ou não. Afinal de contas, seu trabalho, musicalmente, conta essa história e traz praticamente todos os elementos que moldaram o estilo nestas últimas três décadas.
Ao menos é o que podemos conferir neste seu mais novo single, “Crave The Burn”, já que Sabina não é apenas uma artista deste gênero e tem se arriscado exatamente com essa composição. A cantora, em outros trabalhos, soa mais pop e isso surpreende ainda mais, pois ela tira de letra o peso e a melodia sombria que emana da sua nova composição.
“Crave The Burn” é uma faixa de fundo gótico, que se revela já em seu início misterioso. Assim que ganha as pesadas guitarras, a música se incorpora no alternativo, tendo uma melodia que se entrelaça a arranjos orquestrais, sem nunca perder seu ar soturno. Tudo isso tendo os vocais líricos de Sabina à frente, que nos remetem a temas vampirescos.
Não tenha dúvidas que com este trabalho, Sabina consegue se inserir em mais um nicho e irá surpreender fãs de symphonic, gothic e alternative metal, sendo mais que uma boa pedida para estes estilos, mas também aos amantes de música em geral.
https://www.facebook.com/beyli.sabina
https://open.spotify.com/artist/6JQxEkgTa28xgMXLn10UNe