Edu Falaschi: confiram como foi o show da “Temple Of Shadows In Concert” em Recife

O mês de abril começou prometendo grandes espetáculos para os roqueiros recifenses, além do tradicional festival Abril Pro Rock, que ocorrerá nos dias 12, 19 e 20, na sexta-feira (dia 05), os acordes de guitarra começaram a ser ecoados no Baile Perfumado (mesmo local onde ocorrerá o Abril Pro Rock) para o show do Edu Falaschi, ex-Angra, trazendo sua turnê “Temple Of Shadows In Concert”.

Na ocasião, também tocariam as bandas locais Avaken, e o projeto solo do guitarrista Diego Richard.

Essa turnê do Edu Falaschi por si só já vem prometendo ser algo grandioso, principalmente por conta da ideia de tocar o disco “Temple Of Shadows” na íntegra, acompanhado por uma orquestra sinfônica (lembrando que a orquestra completa só estará presente na gravação do DVD em São Paulo, nos outros shows a banda é acompanhada por um quarteto de cordas).

Por isso, era esperado até um bom publico presente no Baile Perfumado, mas a promoção feita pela produtora Empire onde comprando um ingresso inteira levava outro de cortesia já era um claro sinal que as coisas não estavam indo bem nas vendas, até porque ninguém faz uma promoção dessas simplesmente por “bondade”.

E o reflexo foi visto horas antes da abertura dos portões, por volta e oito horas da noite a movimentação em frente ao Baile Perfumado era bastante fraca, e infelizmente a coisa não foi diferente disso ao longo da noite.

A abertura dos portões estava marcada para as 20h, mas o mesmo só ocorreu por volta de 21h e 30 minutos.

Apesar da demora para abrir os portões, as apresentações não demoraram muito para começar, tendo a banda Avaken subido ao palco poucos minutos depois já abrindo os trabalhos naquela noite de sexta-feira.

Sobre a Avaken, qualquer coisa que eu disser nesse momento vai soar repetitivo, pois esse é o sexto show deles que estou resenhando, tendo inclusive feito a cobertura de outra apresentação deles duas semanas antes no Seize The Day Festival, ocorrido no Estelita Bar no dia 24 de março.

Mas como não é todo mundo que leu esses textos, faço questão de repetir as coisas aqui.

A Avaken é uma banda nova no cenário recifense cuja sonoridade apresenta um pouco de Heavy, Thrash, Prog, Power e até Metalcore.

No Baile Perfumado eles tiveram uma curta apresentação de apenas meia-hora, onde eles tocaram quatro músicas autorais (que inclusive finalmente estão disponíveis para audição no site da banda) e um cover (Symphony Of Destruction do Megadeth).

Mais uma vez eles fizerem bem seu dever em cima do palco, proporcionaram um show bem técnico e dinâmico, com direito até a invasão de palco em cima do vocalista Ítalo Tangino (e sem faltar também as típicas dancinhas sensuais do guitarrista Ben Canto).

O público, ainda em número muito pequeno, não interagiu muito, mas isso não tirou o brilho da apresentação da Avaken.

SETLIST:

01 The Herald

02 Sin

03 Gates of Gold

04 Symphony Of Destruction (Megadeth cover)

05 Through This Hell

Provavelmente por conta do atraso na abertura dos portões, a produção fez tudo para que o andamento do evento não atrasasse mais, tendo assim pouco mais de 15 minutos depois do fim do show da Avaken, a banda do guitarrista Diego Richard subido ao palco do Baile Perfumado para fazer sua apresentação.

O Diego Richard contou com a participação nos vocais dos vocalistas Rodrigo Wagner, da Final Age, e de Daniel Pinho, do Terra Prima, tendo o primeiro participado da primeira, segunda e última música, e o Pinho entrado a partir da segunda.

O show começou com Rodrigo cantando a faixa “Look For The Light”, autoral do novo disco do Diego Richard que ainda será lançado (Dream On), tendo depois Pinho se juntado a banda para cantar “Time To Fly”, música da sua banda autoral Terra Prima.

Agora só com Daniel nos vocais, a banda deu uma trollada no público ao tocar um trecho da intro de “Lisbon” do Angra, quando na verdade eles executariam “Black Diamond” do Stratovarius.

O curto show se encerrou com a execução das faixas “Keep Dreaming”, também autoral do Diego, e com o cover de “Eagles Fly Free” do Helloween, com novamente Rodrigo e Pinho dividindo os vocais.

A apresentação foi bem dinâmica, o publicou reagiu e interagiu bem com os músicos, e uma coisa que com certeza ajudou nesse fator foi a sempre incrível presença de palco de Daniel Pinho.

Mas, alguns problemas técnicos atrapalharam o decorrer do show também, principalmente em relação as guitarras que vez ou outra não se ouvia bem, tendo o Diego Richard sido o mais afetado. Via-se claramente que ele não estava se entendendo com o seu amplificador.

Além do amplificador não ajuda-lo, seu microfone também não estava do seu lado, pois toda vez que ele tentava conversar com o público, ninguém o entendia porque o som do mesmo não estava saindo nos PA’s, apenas na sua caixa de retorno.

SETLIST:

01 Look For The Light

02 Time to Fly (Terra Prima cover)

03 Black Diamond (Stratovarius cover)

04 Keep Dreaming

05 Eagles Fly Free (Helloween cover)

O relógio marcava quase onze da noite quando a banda do Diego Richard encerrou sua apresentação, e tudo começou a ser preparado para o show do Edu Falaschi, principal atração da noite.

Durante o intervalo dos shows percebi uma coisa um tanto esquisita que era o fato de nenhuma música ser tocada no sistema de som, o que normalmente costuma ocorrer em todos os eventos, até como forma de distrair o pessoal enquanto as apresentações não começam. O porquê disso eu não faço a menor ideia, mas que era esquisito era.

Mas enfim, seguindo com o show, por volta de 23:30 a intro “Deus Le Volt!” sinalizava que a apresentação de Edu Falaschi finalmente começaria. Nessa hora, todos os presentes no Baile Perfumado foram a loucura, e assim como manda a ordem do disco, os trabalhos foram abertos ao som de “Spread Your Fire”.

A ordem do “Temple Of Shadows” foi seguida a risca, tendo assim executados as faixas “Angels And Demons”, “Waiting Silence”, “Wishing Well” e “The Temple of Hate”, tendo na última a primeira roda punk da noite sido formada.

Em todas as músicas os presentes interagiram e cantaram junto com a banda do Edu Falaschi, fazendo até parecer que o Baile Perfumado estava lotado por conta do grande número de vozes cantando juntas.

Para mim, a grande expectativa estava na participação dos ganhadores do concurso promovido pelo Edu, onde ele selecionou um cantor e uma cantora para acompanha-lo nas músicas “Winds of Destination” e “No Pain For The Dead” respectivamente.

Em “No Pain For The Dead”, a vencedora foi a cantora lírica Gleyce Vieira, que deu toda sua alma na execução da parte gravada originalmente por Sabine Edelsbacher. Definitivamente ela mostrou que mereceu estar lá cantando ao lado do Edu.

Já em “Winds Of Destination”, o vencedor foi Arthur Pessoa, vocalista da banda Virtuarium, que além de demonstrar sua grande potência vocal, mostrou também uma presença de palco monstra, parecendo até que ele já tinha cantado com o Falaschi em outras ocasiões.

Mas, outra “participação especial” que se destacou não veio do palco, e sim da plateia, que cantou de forma impecável a parte de Milton Nascimento na música “Late Redemption”, faixa que fecha o “Temple of Shadows”.

Mas, com o termino do “Temple of Shadows” veio também o fim do show? De jeito nenhum, ainda tinha mais coisa por vir.

Logo após, a banda tocou uma faixa não esperada, presente no EP “Hunters and Prayers” do Angra, se tratando da música “Live And Learn”, uma das mais rápidas da ex-banda de Edu, Laguna e Aquiles, formando-se assim mais uma roda punk na pista.

Antes de executar as últimas músicas, Edu apresentou a sua banda, que é a mesma que o acompanhou na “Rebirth of Shadows Tour”, tendo Diogo Mafra e Roberto Barros nas guitarras, Raphael Dafras no baixo, Fábio Laguna no teclado, e Aquiles Priester na bateria. E aproveito até para dar um “puxão de orelha” na banda por não terem apresentado o quarteto de cordas que os acompanhavam, pode parecer uma coisa besta, mas é uma questão de consideração com os músicos.

E claro, não podia faltar o pessoal pedindo para o Edu cantar “Saint Seiya” (como a galera chama a música “Pegasus Fantasy”, abertura do anime “Cavaleiros do Zodíaco”), tendo o mesmo brincado com o fato de sempre o pedirem isso em todos os seus shows.

Após isso, Edu vai pro violão para tocar “Rebirth”, música essa que sempre tem um hype a mais ao vivo por conta do coro da plateia.

E ao som de “Nova Era”, e com uma grande roda punk na pista, a passagem de Edu Falaschi pelo Recife se encerra já perto de uma da manhã. Ainda tive a expectativa que as músicas do EP “The Glory of The Sacred Truth” fossem tocadas, mas isso não ocorreu.

SETLIST:

01 Deus Le Volt!

02 Spread Your Fire

03 Angels and Demons

04 Waiting Silence

05 Wishing Well

06 The Temple of Hate

07 The Shadow Hunter

08 No Pain For The Dead (feat Gleyce Vieira)

09 Winds of Destination (feat Arthur Pessoa)

10 Sprouts Of Time

11 Morning Star

12 Late Redemption

13 Live And Learn

14 Rebirth

15 Nova Era

O show do Edu foi um espetáculo a parte, e isso é fato, todos que presenciaram saíram bastante satisfeitos com o que viram, mas infelizmente ver aquele Baile Perfumado com tão pouca gente foi uma coisa frustrante (se tinha 500 pessoas lá era muito, e a casa comporta muito mais gente), até porque o próprio Edu já provou em ocasiões passadas aqui em Recife que consegue levar bastante gente para o seu show.

Eu poderia dizer que uma das principais razões para isso foi a má divulgação, mas infelizmente não existe show de metal em Recife que seja bem divulgado há muito tempo. Talvez um dos fatores possa ser colocar o show no mesmo mês o Abril Pro Rock, e também o preço do ingresso que estava bem salgado.

E uma coisa é fato, a produção tentou desesperadamente reverter isso com a promoção “pagando uma inteira leva duas”, mas não surtiu muito efeito.

Também posso dizer que um fator ocorrido apenas depois do show possa ter pesado indiretamente. As datas que ocorreriam em João Pessoa e Natal nos dias 6 e 7, também organizados pela Empire, foram canceladas às vésperas por “inviabilidade técnica”, segundo a produtora.

Primeiramente, essa história de “inviabilidade técnica” está muito mal contada. Que “inviabilidade técnica” é essa que foi percebida apenas horas antes/véspera de ambos os shows?

Segundo, por que isso afeta o show de Recife indiretamente? Porque quando saiu a notícia desses cancelamentos, o que mais vi foram fãs comentando que se esses shows tivessem sido cancelados com mais antecedência, eles teriam se esforçado para vim na apresentação de Recife. E no fim, o pessoal de João Pessoa e Natal nem viram o Edu em suas respectivas cidades, e nem viajaram para Recife para vê-los, podendo até ter enchido o Baile Perfumado um pouco mais.

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