Um dos álbuns cotados para liderar as listas dos melhores de 2017, Monumentum, dos suecos do Eclipse, traz para o ouvinte um Hard Rock com alguns momentos intensos recheados de ótimas melodias e boas composições.
Para quem não conhece a banda, os suecos surgiram em 1999, fundada pelo produtor Erik Mårtensson e o guitarrista Magnus Henriksson. Em 2001 lançaram seu primeiro trabalho e contaram com participações especiais como o guitarrista Kee Marcello (Europe) e o tecladista Mats Olausson (ex Yngwie Malmsteen). De cara, chamaram a atenção da mídia Europeia, Americana e principalmente Japonesa, onde os caras são muito respeitados.
Em 2008 depois de turnês de sucesso e até abrindo shows de nome como Deep Purple, seus dois principais fundadores receberam um convite para juntar-se Jeff Scott Soto (Rising Force/Yngwie Malmsteen, Talisman, Journey) e Robert Säll (Work Of Art) de onde nasceu o W.E.T. Além deste projeto, ambos também auxiliaram produções do Pride of Lions, do Toto, do Survivor.
Em 2012 os caras voltam a ativa e lançam na sequencia dois ótimos álbuns, Bleed & Scream e Armageddonize atingindo o ápice profissional e caindo de vez na graça da mídia especializada. Em 2017 nos apresentam Monumentum, o novo disco que vamos falar abaixo.
O desenvolvimento musical, a experiência e a maturidade de ter tocado ao lado de ícones do Hard, fizeram com que este trabalho do Eclipse soasse muito mais encorpado. “Com cada álbum, a maneira de escrever música muda um pouco. O que você pensou foi emocionante e interessante ao escrever um álbum, mas pode mudar radicalmente quando você começar a escrever o próximo. Eu penso que nós trouxemos alguns truques novos no processo da escrita e da gravação e ainda permanecemos verdadeiros a nosso som. No final, tudo se resume a boas ou más músicas e eu acho que este é o melhor álbum que fizemos” – diz Erik.
E realmente é isso que se encontra em Monumentum. A abertura do disco se dá com a ótima “Vertigo”, que derrama riffs pesados e a voz limpa e bela de Erik Mårtensson, mostrando o melhor do Hard Rock que os fãs podem esperar. Um refrão marcante, viciante e que dá vontade de cantar logo na primeira audição complementa esse abre-alas. A sequência vem outra excelente composição: “ Never Look Back” que me lembrou um pouco do Bon Jovi nos primeiros trabalhos e o Hinder, em trabalhos mais recentes. É um rock melódico da melhor qualidade. Destaque novamente para os ótimos riff e solos.
Continuando temos a boa “Killing Me”, que mostra um pouco do Hard Rock AOR que a banda tem como referência e inspiração. “The Downfall of Eden” é a primeira balada, elemento que não pode faltar em bons alguns do estilo mais melódico. Foi uma das faixas que mais gostei, apesar de se tratar de uma balada, ela não é tão lenta e cadenciada. Tem uma vertente pesada, melódica e que nos empolga bastante, além de possuir aquele feeling que o Eclipse mostrou nos últimos trabalhos.
“Hurt”, que vem na sequência, sim. É – a – balada. Nela é possível sentir cada nota cantada por Erik, cada intensidade que ele coloca na música. A parte instrumental baixa o volume para que ele possa mostrar todo o seu drive e técnica. É uma faixa lindíssima, com um solo melódico que faz os fãs pirarem! Vale conferir.
Depois dessa diminuída nos amplificadores, “Jaded” volta a mostrar a força do Hard Rock sueco. Refrão melódico e grudento. “Born to Lead” continua a deslanchar mais ótimos riffs e refrões para nossos ouvidos. Ainda temos “For Better or for Worse”, “No Way Back” – ótima linha de riffs e bateria – e “Night Comes Crawling”. Destaque para esta última, com uma intro mais sombria e pesadas linhas de bateria que logo atingem o refrão mais suave e melódico.
Finalizando “Monumentum”, temos “Black Rain”, com sua introdução pesada, densa lembrando um pouco do Savatage, em alguns momentos. E um repeat acústico mas somado a elementos folk (na versão Japonesa do disco) de “The Downfall of Eden” que mostra aos fãs que esta é uma das faixas mais apreciadas pela banda neste trabalho e que foi muito bem explorada.
No geral, Eclipse nos apresenta um trabalho primoroso que, para os fãs de Hard, é um prato cheio. Vale a pena conferir o trabalho atual e os antigos da banda e adicioná-la ao seu set.
Formação
Erik Mårtensson
Magnus Henriksson
Philip Crusner
Magnus Ulfstedt
Faixas
Vertigo
Never Look Back
Killing Me
The Downfall Of Eden
Hurt
Jaded
Born To Lead
For Better Of For Worse
No Wat Back
Night Comes Crawling
Black Rain
The Downfall of Eden acoustic