Recentemente, a ROADIE METAL, A VOZ DO ROCK publicou uma série de mamtérias sobre as quatro principais gravadoras do Metal na atualidade, Falamos sobre a Relapse, Metal Blade, Century Media e Nuclear Blast, na série que batizamos de Big 4 das gravadoras. Mas também não podemos deixar outras de fora e nossa última série falamos sobre a Roadrunner, importante selo dos anos 1990. Desta vez, estamos trazendo mais uma que merece uma menção honrosa. Estamos falando da…

EARACHE RECORDS

Em 1985, Digby Pearson fundou a Earache Records, mas antes disso, ele lançou uma coletânea chamada “Anglican Scrape Attic”, voltada ao Punk/Hardcore e Crossover/Thrash, que reunia bandas como HIRAX, LIPCREAM, CONCRETE SOX, entre outras. No ano de 1987, a Earache lançou o Split LP com a mesma CONCRETE SOX e a HERESY, de Grindcore. Mas o primeiro grande lançamento do selo foi o debut do NAPALM DEATH, “Scum”, que nós falamos sobre ele recentemente, você pode conferir clicando AQUI.

Digby Pearson, a mente por trás da Earache. Foto: divulgação

Logo depois do lançamento do NAPALM DEATH, o selo se dedicou ao lançamento das bandas emergentes do Grindcore e do Death Metal: MORBID ANGEL, CARCASS, ENTOMBED, BOLT THROWER e TERRORIZER, por exemplo se tornaram conhecidas através da Earache. E embora tenha se especializado em som extremo, Digby Pearson também lançou bandas como a Industrial GODFLESH, a banda Industrial/ Tecno ULTRAVIOLENCE ou mesmo o SCORN, um projeto que mistura Industrial e música experimental, capitaneado por Mick Harris,

No início da década de 1990, a major Columbia Records queria adentrar no Metal e morder uma parte dos lucros que o estilo dava. E firmou um contrato de licenciamento e distribuição dos títulos da Earache nas Américas e os direitos seriam revertidos para o selo britânico, mas a parceria não deu muito certo, tendo em vista que as vendas não alcançaram as projeções e então a própria Columbia procurou o selo para propor uma quebra de contrato amigável. Na época, Mark Barney se opos ao acordo

Ao longo dos anos, passaram pela Earache bandas como AT THE GATES, ANNIHILATOR, ANAAL NATHRAK, BLO.TORCH, CATHEDRAL, DYING FETUS, FUDGE TUNNEL, MORBID ANGEL, THE HAUNTED, VADER e até mesmo os brasileiros do VIOLATOR, que participaram da coletânea “Thrashing Like a Maniac“, com a faixa “Atomic Nightmare“, dentre outras, em um total de mais de 110 bandas. Hoje com todas as dificuldades das gravadoras em função do download ilegal e também com as plataformas de streaming, o selo conta com pouco mais de dez bandas em seu cast atual, todas desconhecidas do grande público, como CEREBRAL BORE, DECEMBER, SABAZIUS, THE MORE I SEE, etc,

Capa da coletânea da Earache em que o ViOLATOR representa o Brasil. Foto: divulgação

O selo possui dois recordes registrados no “Guiness Book”: o primeiro é a música “You Suffer”, do NAPALM DEATH, que é a música mais curta da história e o segundo é com a música “Collateral Damage”, do BRUTAL TRUTH, o videoclipe mais rápido já gravado, com apenas 3 segundos. Além disso, a Earache lançou no ano de 2013 uma coletânea, chamada “World’s Shortest Album”, que como o nome sugere, é o “álbum mais curto do mundo”. Embora não tenha sido registrado pelo livro dos recordes, a compilação tem absurdos 82 segundos em 13 faixas e além das já citadas NAPALM DEATH e BRUTAL TRUTH, o ANAL CUNT e o WORMROT são algumas das hordas presentes. Você pode conferir este álbum abaixo:

Mas nem tudo são flores e a relação entre a Earache e algumas das bandas que outrora fizeram parte de seu cast acabaram em discussões virtuais: Pearson fez comentários depreceativos sobre Mark Barney e JS Clayden, da PITCHSHIFTER, e ambos responderam: Barney disse que Pearson “espera que todos sejam subservientes”, enquanto Clayden foi mais duro, chamando o idealizador do selo de “mesquinho e vingativo”. Scott Carlson, da banda REPULSION foi ainda mais longe: no documentário “Slave to the Grind”, ele acusou o selo de não pagar a banda, afirmando que “tem certeza de que foram vendidos muito mais cópias dos álbuns do que eles diziam ter vendido”. O ex-baterista do IRON MONKEY, Justin Greaves, acusou a Earache de ter se recusado a ajudar a banda em um momento de emergência, quando o vocalista John Morrow ficou doente e precisou retornar ao Reino Unido e a banda não dispunha de recursos para tal.

Apesar dos pesares, a Earache segue de pé, com escritórios em Londres, Nothingham (onde tudo começou), em Nova Iorque e na Alemanha. Como diz o próprio site do selo, “A tecnologia está no coração dos negócios”, eles possuem cinco subdivisões: A própria Earache Records, a Earache Live, voltada aos festivais e que como todos, está sofrendo com a pandemia do novo Coronavirus; A ESL (Earache Songs Publishing) , que cuida de um catálogo com mais de 6000 títulos; A YEL Management e o setor varejista.

Enfim, essa é a história de um selo que se dedica a música extrema, que nos deu a oportunidade de conhecer diversas bandas excelentes e relevantes e que se mantém na ativa, mesmo com todos os contratempos e mudanças que a indústria musical tem sofrido com o advento das novas tecnologias.

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