Dadas as constantes reclamações, achei deveras pertinente tocar no assunto novamente. Temos amor pelo que ouvimos, ou tocamos… mas o que estamos fazendo pra evitar a ausência do nosso estilo na mídia, inclusive nos espaços que deveriam ser só nossos? Vamos nos perguntar, botar as possibilidades na mesa: o brasileiro tem péssimo gosto musical? A mídia quer emburrecer a população? Os empresários têm preconceito para com o Rock? É falta de público? Não, não, não e… NÃO!!! Existe uma coisinha chamada lei da oferta e procura, outra coisinha chamada pesquisa de mercado e mais uma chamada rentabilidade! É fato que desde o início o evento não era puro Rock, mas ao decorrer das edições a coisa foi diminuindo assustadoramente.
Mas é importante entender que boa parte da culpa é de nós consumidores (?) de Rock. Sim, vamos colocar umas aspinhas na palavra consumidores né! Porque ver vídeos e baixar música gratuita não é exatamente contribuir para com o crescimento da cena. Ingressos precisam ser vendidos, cenas locais precisam ser vistas e lembradas (especialmente por empresários do ramo fonográfico), bandas precisam ser apoiadas e você que reclama que não tem música boa no Brasil ao mesmo tempo que não dá cinco conto no CD do seu amigo (que gastou mil vezes esse valor pra bancar a gravação), está contribuindo negativamente. Tudo é fruto de pequenas atitudes, e não esqueçam que os fãs da Beyoncé vendem até os apliques e as almas pra ir no show da mulher, enquanto muitos de nós só reclamamos de tudo! Tem público, tem admiradores, simpatizantes, excelentes artistas, mas é necessário que você e eu na qualidade de fãs, sejamos também entusiastas. Os grandes festivais de Metal só são o que são porque os próprios fãs fazem por onde as bandas terem terreno fértil pra se sustentar. Precisamos nos rever, nos reavaliar, e reinventar enquanto consumidores de música pesada. É um jogo de ida e volta, e a mídia só vai nos responder se nós dermos o pontapé inicial.