*Artigo original no site www.vitorrodrigues.com.br

Lembro me que certo dia fui na Woodstock Discos ver alguns lançamentos e obviamente discos em promoção e me deparei com a capa do álbum do ARTILLERY, By Inheritance.
Olhei. Achei interessante.
Depois vi a contra-capa com a foto dos integrantes da banda usando seus coletes e caras de maus. Dinamarca? A única coisa que sabia sobre a Dinamarca era o King Diamond e mais nada. Mesmo assim resolvi levar, e sinceramente… uma das minhas melhores compras que fiz na vida.
O disco abre com uma instrumental, que na primeira audição achei meio infantil. Ainda bem que foi na primeira audição porque o disco se tornou pra mim referência do thrash europeu. Um clássico que deve estar presente em qualquer discoteca básica de todo headbanger.

“7:00 A.m. from Tashkent / Khomaniac”
Instrumental que abre o disco é uma belíssima introdução de cítara. Tashkent é a capital do Uzbequistão e o prelúdio continua até os primeiros riffs da faixa épica, Khomaniac. Aliás, uma clara referência ao líder iraniano Ruhollah Khomeini, e o título é um jogo de palavras com o nome do ditador com a palavra “maníaco”. Uma música onde abundam palhetadas das mais variadas imprimindo um ritmo violento porém com melodia.

“Beneath the Clay (R.I.P.)”
Começa com a bateria imprimindo um ritmo percussivo seguido pelo som das guitarras parecendo abelhas zangadas. Refrão que gruda na cabeça. Rápida, agressiva e urgente como deve ser.

“By Inheritance”
Uma das músicas mais viscerais de thrash. Aliando riffs cativantes, fortes e abusando de inspiradíssima melodia que aliás é a tônica desse álbum estupendo. Ao lado da “Back In The Trash”, essa faixa foi uma das que mais ouvi na vida.

“Bombfood”
Começa com uma leve melodia árabe em suas guitarras caindo num belo dedilhado. mostra a versatilidade de sua voz melodiosa unindo-se à agressividade no refrão. Show de interpretação. Na parte instrumental temos uma esturutra elaborada e que consegue transmitir certa complexidade mas que é facilmente entendida devido ao talento de seus músicos.

“Don’t Believe”
A bela introdução no começo da música dá oportunidade de explorar a belíssima voz de Flemming Rønsdorf mesclando com a agressividade do refrão. A faixa possui uma estrutura musical deliciosa de se ouvir com uma palhetada matadora antes da entrada do dedilhado que antecede o último verso.

“Life in Bondage”
Uma das mais agressivas faixas do disco, Life in Bondage retorna ao thrash arrasa quarteirão com algumas quebradas de tempo no meio dela. Um verdadeiro manancial de ideias. Quero ver quem vai se segurar com a palhetada depois do solo.

“Equal at First”
Essa é um bom exemplo de mudanças de tempo constantes sem perder peso ou personalidade aliadas a uma grande interpretação do vocalista Flemming Rønsdorf. Prestem atenção na base da guitarra na hora do primeiro solo, maravilhosa!

“Razamanaz”
Cover do Nazareth que caiu como uma luva para o Artillery

“Back in the Trash”
O álbum fecha com uma das músicas mais escutei e bati cabeça, e ainda dou minhas bangueadas. Ela começa com uma introdução limpa e finaliza com o mesmo riff, e aqui você encontra uma espécie de resumo de tudo o que foi esse maravilhoso disco. Vocais soberbamente interpretados, palhetadas viscerais a ponto de sair faísca em cada riff, mudanças de tempos e solos impecáveis, e principalmente… uma melodia cativante fazendo do refrão algo único. Ah, e se você ainda estiver com o pescoço inteiro, com certeza, nessa faixa você pode dar adeus a ele. A banda faz toda uma preparação pra culminar numa palhetada aos 03:52min que é simplesmente impossível de você ficar estático.

Conclusão: Fãs mais ortodoxos dirão que preferem a agressividade e a crueza do Fear Of Tomorrow e Terror Squad, mas é inegável que By Inheritance é um outro patamar. O som é mais limpo mas consegue de forma brilhante unir melodia com palhetadas dementes, e particularmente ele é o meu preferido.

@Artillery

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