Deftones oferece comentários sobre quase todas as faixas de “Ohms” como parte do novo especial da BBC Radio 1

O ‘Rock Show With Daniel P. Carter’ da BBC Radio 1 exibiu um especial do Deftones hoje, 27 de setembro. O programa especial traça a história da banda com entrevistas de arquivo e faixas selecionadas de seu catálogo antes de servir uma apresentação completa do álbum recém-lançado da banda, “Ohms“.

Vários membros da banda discutiram as músicas de “Ohms” durante a execução do álbum. Se você quiser ouvir o especial por si mesmo, em inglês, ele estará disponível online por um tempo limitado neste local. Confira alguns trechos transcritos pelo ThePRP e traduzido pela Roadie Metal abaixo:

“Genesis” (Chino Moreno):

Sobre música ‘Genesis‘, havia uma outra letra antes dessa versão. Eu escrevi letras e cantei uma música totalmente diferente. A mesma gravação exata, a mesma música, mas foi uma abordagem totalmente diferente. Foi minha ideia inicial.

Os vocais não eram tão agressivos, foi muito mais uma pista através da música, sei lá… Não foi ruim, mas como compomos em pedaços… eu voltei para casa… perto do final do ano e eu estava ouvindo todos as demos dos meus vocais.

E eu ouvi aquela música e pensei ‘cara, eu só quero abordar isso de forma diferente’, como se essa música merecesse algo mais intenso, porque era um pouco sinuosa às vezes. Comecei tudo do zero e estou muito feliz por ter feito isso, porque amo como ela é agora em comparação a versão antiga, é como noite e dia.

Ceremony” (Moreno):

Essa foi uma das primeiras canções que escrevemos. Mas muitas das coisas meio que vêm de improvisos dos ensaios. Então, “Ceremony” era uma daquelas em que alguém estava tocando alguma coisa e então todo mundo meio que pegava seu instrumento tipo ‘oh!’, e começa a reagir um ao outro e então começa a crescer.

Eu sinto que estou realmente conectado com a música. Liricamente, essa música é bem sombria, eu meio que concordo com o verdadeiro significado dessa música, porque é muito, muito, muito ruim. Não é bom. Isso é difícil de falar.

Mas no que diz respeito à música e toda a vibração, toda ela para mim é especial neste álbum, com certeza.

Urantia” (Moreno):

A música em si foi uma viagem, porque provavelmente é uma das melhores — especialmente a forma como começa — quero dizer, musicalmente é como uma reminiscência de Thrash metal. Me lembra o Death Angel ou o Thrash direto da Bay Area de quando éramos pequenos.

Quando Stephen [Carpenter, guitarras] estava tocando isso, quando ele surgiu com a ideia e eu imediatamente disse ‘Sim!’, Isso é algo que todos nós amamos, mas nunca realmente fizemos.

E então a música meio que cai nesse tipo de versos melosos, tanto faz. Mas as letras são muito interessantes porque eu estou realmente, realmente meio que pintando um cenário. Eu moro em um lago ou próximo a este grande lago. Eu ando de bicicleta em torno dele algumas vezes por semana ou caminho em torno dele. É como uma espécie de loop de sete milhas.

Mas eu falo sobre circular ao redor do lago, tudo isso é como coisas literais que eu estava vendo, como cavar no cinzeiro e puxar o cigarro de alguém e acendê-lo e dar uma tragada — coisas muito descritivas.

Embora tudo seja inventado, às vezes é divertido quando você pode fazer isso, desde que seja muito, muito descritivo. Eu não faço isso o tempo todo. Isso é algo que eu realmente não faço muito. Às vezes, minhas letras parecem muito camufladas. Então, às vezes, ser muito descritivo está de certa forma fora da minha zona de conforto.

“Error” (Frank Delgado):

…eu sou capaz de abordar [a composição] logo no início, então posso inicialmente ter uma ideia, ou posso chegar no final, quando as letras de Chino se finalizam, que geralmente é a última etapa e então sou capaz de realçar isso com as letras… e às vezes demora para eu encontrar algo que funcione ou entender sobre o que ele está falando ou que eventualmente pareço entender. Mas, para mim, é muito legal porque sou capaz de atacá-lo de maneiras diferentes.

“The Spell Of Mathematics” (Sergio Vega):

Há uma parte em uma das músicas que se transforma em uma boa cozinha e há aplausos e estalidos chegando. E o que eu realmente gosto naquele momento é o quão orgânico foi. Por termos escrito o arranjo da música, combinamos duas ideias no estúdio.

Estávamos tentando criar algo no estúdio. E eu tinha acabado de escrever um arranjo de teste, então Abe e eu tocamos, só para ouvir. E no final da música, na época, nós meio que entramos nessa jam.

E então nós pensamos ‘isso é muito legal’ e eu acho que Chino ou Stephen falava ‘isso deveria estar na música’. Então, aquela tomada que era para ser um scratch tornou-se a música real.

“The Spell Of Mathematics” (Abe Cunningham):

…Obviamente, há muito espaço na música no final. Isso se permitiu algo um pouco diferente. Acabamos indo a barbearia… tínhamos alguns amigos que estavam por perto. Se você conhece Zach Hill, baterista graduado do Hella, Death Grips e um milhão de outras bandas; acabamos fazendo uma pequena pausa, encontramos com ele para uma cerveja ou duas, e então ele acabou de volta ao estúdio conosco e tentamos tocar alguma coisa.

E ele saiu e tirou fotos. Zach é um mega baterista incrível, então algo tão simples como fazer alguns instantâneos no disco é muito legal. É sempre bom ter amigos também, então…

“Pompeji” (Delgado):

Uma das minhas partes favoritas é o fim de “Pompeji“. O fim disso meio que morre e vai para essa cama de sintetizadores… Tira isso de seu elemento, quando eu coloco aquelas gaivotas lá, a música meio que muda de configuração. Eu adoro quando você pode fazer isso, basta adicionar um pequeno elemento e isso muda todo o cenário de ‘você pensou que essa múwsica estava finalizada…’ qualquer que seja o cenário, é bem legal.

Eu amo transições. Se você está fazendo um álbum hoje em dia, tudo é dirigido por singularidades. Se você vai fazer um disco que é uma peça musical — e não é uma peça musical conceitual, mas o fato de que cada música pode fazer uma espécie de transição uma para a outra, quando coisas assim acontecem; isso me leva de volta a alguns dos meus discos favoritos de todos os tempos, seja Pink Floyd ou qualquer outro…

“Ohms” (Moreno):

Algumas músicas eram demos. Por exemplo, ‘Ohms’. Stephen me enviou aquela demonstração há três anos. Eu adoro quando abro meu e-mail e ele está me enviando algo, isso para mim é uma das maiores coisas que posso receber. Ele não faz isso com frequência, então significa que ele está entusiasmado com isso, é algo que ele quer que eu ouça. Deve ser especial.

O ritmo que está gravado está MUITO acelerado desde quando ele me enviou. Era realmente um tipo de ritmo mais lento. Mas os riffs estavam lá. As ideias estavam lá. Mas muitas das coisas meio que vêm das jams.

Talvez um terço das coisas venha apenas de nós estarmos na sala e tocando. Essas são provavelmente as músicas com mais cara do Deftones, eu acho, porque obviamente todos estão reagindo uns aos outros.

Você pode conferir a resenha de “Ohms clicando aqui.

Fonte: ThePRP

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