A banda Dead Kennedys anunciou nesta sexta-feira (26) o cancelamento da tour que faria no Brasil, em comemoração aos 40 anos de carreira. Em comunicado, a banda justificou que o promotor no país não soube gerenciar a polêmica envolvendo o cartaz que seria uma crítica ao presidente Jair Bolsonaro.
Confira na íntegra:
“Ok Pessoal; o promotor no Brasil realmente não soube como gerenciar as coisas da forma correta. Sem nos contatar sobre o assunto, ações estúpidas foram tomadas e que fizeram com que os pregadores de ódio se manifestassem por todos os lados. Mesmo assim, nós consideramos que o pôster ficou bem legal e nós concordamos com a ideia; as consequências criaram uma situação bastante perigosa para nossos fãs que frequentam nossos shows. Nós nunca colocamos nosso público em risco, visto que isso não representa o que somos. Por esta razão, infelizmente estamos bastante tristes em informar que a banda não mais poderá tocar no Brasil este ano; sentimos que esta é realmente a única alternativa de manter as pessoas seguras. Nós faremos uma doação da porcentagem dos rendimentos que nos foram antecipados para uma instituição de caridade.
– Dead Kennedys”
Na segunda-feira (22), a polêmica tomou conta das redes sociais, quando o pôster de divulgação da turnê brasileira foi publicado.
A imagem mostra uma família usando camisas da seleção brasileira com o escudo trocado por uma cruz e todos utilizando maquiagem de palhaço. Na mesma imagem, um dos filhos diz que “adora o cheiro de pobre morto pela manhã”. Também podemos observar na imagem, tanques de guerra disparando cifrão ($).
Ao tomar conhecimento de toda a polêmica que tomou conta das redes sociais ao longo do dia, com pessoas se colocando a favor e outras contra a banda, os integrantes soltaram uma nota afirmando que não tomaram conhecimento da imagem.
Cristiano Suarez, o criador da imagem, falou em entrevista ao portal UOL que a arte não é uma crítica explícita ao presidente Jair Bolsonaro.
A produtora EV7 retirou do ar a imagem que gerou polêmica. Em entrevista ao portal G1, Eliel Vieira, disse que a banda se espantou com a viralização da arte.
Ele ainda completou que as associações de tom político feitas pelo público não foram pensadas quando da concepção da imagem
Os shows aconteceriam em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. Segundo a banda, parte dos rendimentos antecipados serão doados para instituições de caridade.