Dead Jungle Sledge: entrevista com Lucas Gomes

Lucas Gomes definitivamente domina a arte de gritar suas cordas vocais e tocar baixo ao mesmo tempo. O Dead Jungle Sledge tem muitas músicas para bater cabeça, se você gosta do tipo de metal pesado e cadenciado.

O músico não hesita em liberar a voz áspera, ao mesmo tempo em que toca linhas de baixo versáteis, com precisão rítmica, melodias e harmonias que casam perfeitamente com a guitarra.

O baixista que canta tende a desenvolver um pensamento e linha vocal diferente dos demais, pois em muitas músicas, a cadência do vocal é diferente da linha do baixo, sendo muito difícil acertar cada uma delas corretamente, mas Lucas Gomes prova ao contrário e mostra que o Dead Jungle Sledge veio para ficar e ser uma das novas bandas da safra nacional a serem ouvidas.

Conversamos com o baixista e vocalista da banda Dead Jungle Sledge, Lucas Gomes, sobre sua trajetória na música, influências, backline, processo de composição e outras curiosidades. Confira!

Você e o Dead Jungle Sledge apresentam uma interação e sintonia musical incrível. Como que funciona a parceria de vocês como músico e amigos dentro do projeto? Como começou essa parceria?
Lucas: Eu conheço o Gabriel desde 2011, desde lá já tivemos duas outras bandas juntos e algumas histórias pra contar… Em 2016, Gabriel me apresentou o Vinicius para tocarmos juntos no Dead Jungle Sledge. Desde sempre tivemos uma conexão, uma amizade e uma parceria incrível. Parceria que funciona na base da irmandade, da transparência e do cuidado, todos se preocupam com todos, eu diria que somos uma família.

Dentro do cenário do metal nacional você costuma acompanhar bandas com trabalho autoral? E sobre as estrangeiras, alguma atual que tenha lhe chamado a atenção ultimamente?
Lucas: Sim, sempre busco ouvir coisas novas, me atualizar. Agora a pouco estava lendo sobre alguns lançamentos que tivemos nestes últimos anos e só banda foda. Vou citar Ego Kill Talent, Far From Alaska, Maquinários, Mudness, Elephantus, Desalmado, Versalle, Acidemia… Estamos no melhor cenário musical autoral, transbordando talentos.
Já sobre as estrangeiras no momento eu estou ouvindo muito Tool, pela complexidade de suas melodias, pelo misticismo do vocalista Maynard, pelo experimentalismo e pelo rock progressivo/psicodélico, é o Pink Floyd do metal.

Que dica você daria a músicos brasileiros da cena, que tem medo de experimentar e inventar coisas novas em suas músicas?
Lucas: Inovar hoje em dia é fundamental, existe muita música no mundo para se ouvir, muitos grooves, músicos e estilos diferentes, mas só se destaca aquilo que não é mais do mesmo. A dica que eu daria é esqueça o medo, saia da sua zona de conforto, se desafie, estude. Acho que quanto mais a gente experimenta e testa diferentes sabores, mais dinâmico e interessante fica.

Qual modelo e marca de baixo, cordas e amplificador você usa? Conta pra gente a relação de amor com seu instrumento.
Lucas: Atualmente uso um Ibanez SR 305, captadores EXF-5F (braço) + EXF-5B (ponte), encordoamento Earnie Ball 45/130, uso 1 Caixa 4×10 NHL 600w (4 – Falantes 10″ 150Wrms) e 1 Caixa 1×15 NHL 300W (1 – Falantes 15″ 300WRrms), e cabeçote eu uso o Gallien Krueger 400RB, essas combinações resultaram em um timbre sensacional, o timbre das linhas de baixo do Unmask.

Quais são as suas maiores influências musicais? Pra você qual é o maior baixista de todos os tempos?
Lucas: São várias influencias, vou citar Black Sabbath, Tool, Sepultura, Pantera, Soundgarden e muitos outros…
Já sobre o melhor baixista, é impossível citar por importância na minha vida, já que todos marcaram alguma fase dela, mas vou falar de Geezer Butler (Black Sabbath), Geddy Lee (Rush), John Paul Jones (Led Zeppelin), Cliff Burton (Metallica), além do DEUS Jaco Pastorius, para mim esses caras revolucionaram e mostraram a real importância do baixo nas músicas.

Suas linhas de baixo apresentam combinação de técnica e criatividade ao tocar. Como se dá o processo de criação e composição das suas linhas de baixo nas músicas?
Lucas: Nós da banda temos uma ideia muito clara de sonoridade, de onde queremos chegar e do que devemos fazer… A maioria das linhas de baixo surgem com os Riffs de guitarra, que já trazem uma ideia muito concreta de como devem ser as linhas de baixo. Pensamos na música como um todo, vamos adicionando elementos que vão surgindo de forma natural,fazendo a música tomar corpo e ter energia o suficiente para conectar as pessoas e fazê-las balançarem a cabeça mesmo que involuntariamente.

Como a música surgiu em sua vida?
Lucas: A música surgiu quando eu era muito novo. Lembro de aos 5/6 anos já assistir todos os programas de tv que tinham música rolando, via shows, cantava no chuveiro, tinha um toca-fitas, aos 5 anos ganhei um violão de brinquedo de presente, e ai sempre animei a casa cantando para quem nos visitasse. Apenas aos 12 anos ganhei meu primeiro contrabaixo, e desde então a música se tornou minha paixão/minha vida.

Qual o momento mais marcante pra você em sua trajetória com o Dead Jungle Sledge?
Lucas: O momento mais marcante para mim foi durante as gravações do nosso álbum “Unmask” onde gravamos no estúdio onde ensaiávamos e passamos alguns dias “acampados” dentro do estúdio para gravar todas as faixas, e isso nos deixou ainda mais unidos, naquele momento rolou uma conexão espiritual muito forte. Foi um momento muito intimista ver todos em prol do mesmo objetivo e com a mais pura das intenções que é manifestar sua arte.

Qual é a sua faixa favorita da banda?
Lucas: Difícil ter que escolher, eu gosto muito de todas. Mas gosto muito de “The parasite” por lembrar muito bem do processo de criação dela, lembrar dos primeiros ensaios que tocamos ela e pensar, que som foda, e lógico por tudo que a letra representa, falando sobre os “parasitas” (políticos), e sobre a manipulação da nossa sociedade.

Quais os planos para 2020? Previsão para lançar algum clipe ou novo projeto?
Lucas: Estamos montando nosso estúdio, fazendo o roteiro do nosso clipe e compondo bastante. A pandemia atrapalhou alguns dos nossos planos que eram a “Tour Unmask”, mas esperamos que tudo passe logo para podermos levar o nosso som para mais pessoas, e para podermos fazer o que mais gostamos que é tocar.

Confira o disco do Dead Jungle Sledge, “Unmask”: https://spoti.fi/39WFB6P

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