Resenha: Darkest Hour – Godless Prophets And The Migrant Flora (2017)

Tem algumas bandas que eu não consigo entender, você descobre, ouve uma ou duas faixas e deixa de canto. E em um determinado dia você vai lá, coloca o disco novamente para rodar e se pergunta: “Mas como eu deixei isso tanto tempo parado aqui?”. É o caso do Darkest Hour.

Assim que lançou “Delivery Us”, em 2007,  ouvi o trabalho dos estadunidenses e deixei de canto. Era mais do mesmo para os meus ouvidos. Passados alguns bons anos, uns três ou quatro, encontrei novamente aquele disco ali, pedindo para ser tocado. E aconteceu que hoje, para mim, o Darkest Hour é uma das melhores bandas de Melodic Death Metal e uma das minhas favoritas.

Então você imagina a minha alegria quando dou o play em “Godless Prophets And The Migrant Flora”, o novo trabalho da banda após seis anos sem nenhum lançamento. Um hiato que, pelo que percebi, mudou a banda para melhor. Em GPATM você vai encontrar uma banda mais crua no seu Death Metal e tecnicamente mais preparada para atingir os patamares das grandes bandas.

O novo disco tem 12 brutais composições que trazem um Darkest Hour muito intenso, com palhetadas rápidas e pegadas precisas e velozes. Da primeira, “Knife in the Safe Room” até a sétima música “Another Headless Ruler of The Used” o que o ouvinte vai perceber é muita porrada. John Henry não tem carinho pela garganta. Sem dó e sem piedade destrói faixa após faixa suas cordas vocais. Destaque para a belíssima “The Flesh & The Flowers of Death”, que mostra a inspiração da banda para este trabalho. Rápida, com viradas e pedais duplos insanos, comandados por Ryan Parrish, que vai deixar qualquer fã de Death Metal apaixonado e inspirado.

Após a instrumental e relaxante “Widowed”, o Darkest nos brinda com mais quatro ótimas tracks: “Enter Oblivion” um pouco mais cadenciada e trabalhada, com um pouco mais da pegada melódica que estávamos acostumados a ouvir. “The Last of The Monuments”, “In The Name of Us All” e “Beneath It Sleeps” que fecha o ótimo lançamento. Aqui chamo a atenção para “The Last of Monuments”, que mostra a essência do que foi o Darkest Hour e a metamorfose que a banda sofreu após este hiato. Aquele melódico intenso dos álbuns anteriores se transformando, cada vez mais, no puro Death Metal. E também a animal e destruidora “Beneath It Sleeps” que encerra com chave de ouro este novo trampo.

“Godless Prophets And The Migrant Flora” é realmente um excelente álbum. Depois de começarem a carreira com alguns tropeços e voltarem para os trilhos com os dois últimos trabalhos, parece que a banda conseguiu elevar ao nível dos grandes nomes do Death mundial. Recomendado para apreciar tomando uma Savor the Swill, a cerveja especial que a banda lançou junto com este trabalho.

Formação:
John Henry (vocal);
Mike Schleibaum (guitarra);
Mike Carrigan (guitarra);
Paul Burnette (baixo);
Ryan Parrish (bateria).

Faixas:
01 – Knife In The Safe Room
02 – This Is The Truth
03 – Timeless Numbers
04 – None of this is the Truth
05 – The Flesh & The Flowers Of Death
06 – Those Who Survived
07 – Another Headless Ruler of the Used
08 – Widowed
09 – Enter Oblivion
10 – The Last of the Monuments
11 – In the Name of Us All
12 – Beneath it Sleeps

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