Em 2021 o artista de metal extremo Daniel Bohn lançou o seu último álbum intitulado “Colors of the Land”. Esse trabalho deu continuidade ao primeiro álbum de estúdio que se chama “The Black & White Sea”. Ambos os lançamentos entregaram ao ouvinte um estilo melódico, soturno, mas preferencialmente pesado. Cheio de climas e elementos orgânicos o perfil do vocalista americano se ergueu com honestidade em meio à cena underground. Hoje, quatro anos depois, Bohn apresenta o seu novo single “Bonfire”. Aos que já conhecem os seus trabalhos anteriores, neste aqui se depararão com um som mais imerso no black metal.
Como todo hino místico e filosófico, “Bonfire” apresenta uma atmosfera épica embora os riffs sejam rápidos e selvagens. A combinação de sintetizadores e distorções de guitarra proporciona à música um perfil cinematográfico de arrepiar. Os temas exalados pelos guturais poderosos de Bohn permeiam pela transcendentalidade, apagões da vida e adaptação do mais resiliente. Como vê, a filosofia é complexa e estimula o ouvinte a pensar, além de oferecer uma boa composição musical que mistura peso, melodia e bons arranjos. Nota-se aqui, uma evolução nítida das técnicas de Bohn, a começar pelas linhas de guitarras mais viscerais e caóticas. Uma bela sacada.
O single é resultado de uma colaboração de grandes profissionais. Desde a arte da capa desenvolvida por Robbie Adams, amigo do músico, até a mixagem e masterização definidas por Martin Tides, o trabalho passou por etapas de afinidade e dedicação ao metal sombrio. O lançamento, por conseguinte, foi realizado pelo selo próprio do artista Project Daniel Music, mas a sua distribuição pelas plataformas digitais também recebeu reforço da LLC. O resultado disso tudo foi uma música bem produzida e lapidada por pessoas que traçaram o melhor caminho para uma sonoridade impactante. Os climas que lembram orquestrações medievais fecham o círculo de qualidade de “Bonfire”.
Embora a música seja agraciada com uma sonoridade black/death metal, as verdadeiras influências que fizeram Bohn pensar em “Bonfire” partiram do entretenimento. Ou seja, de jogos eletrônicos como o próprio autor revela: “Este lançamento foi influenciado pelos meus jogos de fantasia sombria favoritos, como Elden Ring, Dark Souls e The Witcher.”, nesse caso, aprendemos que nem tudo que traz uma canção extrema parte de pactos, cultos ou oferendas. “Bonfire” pode apontar a um novo caminho para a experiência musical de Bohn, pois a cada lançamento novidades surgem em seu repertório de ideias. Dessa maneira, quem sai na vantagem é o headbanger garimpeiro.
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