O Crooked Cranes, vindo de Fuquay Varina, Estados Unidos, é uma banda formada pelos melhores amigos de colégio Josh Faw, Dylan Hornaday e Andrew Bateman. O trio ainda conta com o irmão mais novo de Josh, Addison, no baixo. Trilham diversos caminhos do rock alternativo, tendo como principais influências nomes como Dinosaur Jr., Built to Spill, The White Stripes e The Who.
Mas, ao ouvir suas músicas autorais, notamos que o negócio vai muito além, pois eles também carregam elementos do grunge, leves toques do pop rock, punk e também do stoner rock, do qual esse mais novo single tem total referência.
Mas, antes de falar da versão que a banda apresentou para um som do Queens Of The Stone Ages, precisamos exaltar a forma da escolha. A música, no caso “Gonna Leave You”, é retirada de um dos principais álbuns dos californianos, o portentoso “Songs for the Deaf” de 2002.
Terceiro disco do grupo, o trabalho alcançou sucesso comercial e de crítica, com mais de 1 milhão de cópias vendidas na Europa. Ele recebeu disco de ouro nos EUA e indicação ao Grammy por “No One Knows” e “Go With The Flow”. Até aí, tudo bem, mas a banda da Carolina do Norte, o Crooked Cranes, foi certeira em não escolher nenhuma dessas faixas consagradas.
Não que “Gonna Leave You” seja uma música totalmente desconhecida, até porque o álbum todo se destaca, mas sim pelo fato de não ser a mais badalada e dar certa tranquilidade quando se trata de atingir o resultado final com menos pressão.
Mas, o fator mais interessante é o que acaba acontecendo. A banda, pelo fato de pegar uma faixa mais tranquila (no sentido comercial), conseguiu dar sua cara, sem mexer na estrutura e fazendo uma versão que se assemelhe à sua identidade, mantendo a essência.
Não é algo somente incrível, mas sim uma façanha, pois estamos falando de uma banda que busca seu lugar ao som, impondo sua personalidade em som de um grupo que já entrou para o seleto hall dos principais nomes da história do rock.
O resultado foi que “Gonna Leave You” ganhou um aspecto psicodélico com traços de grunge, além de uma pegada mais branda, mantendo apenas a melodia e dinâmica de sua levada. O trabalho vocal talvez seja o que mais se assemelhe e preservado, o que não muda o grande acerto do Crooked Cranes nessa belíssima homenagem aos seus conterrâneos.
