O amadurecimento que o Sepultura atingiu possibilitou “Machine Messiah” de vir à tona e quebrar os paradigmas da própria banda.
Este é um disco extremamente musical, com muitas nuances sonoras, muitas delas impensáveis em se tratando do Sepultura. Vocais limpos de Derrick Green, hammonds, instrumentos de sopro e quarteto de cordas se unem ao monstro percussivo chamado Eloy Casagrande, ao comedido Paulo Xisto no baixo e a um criativo Andreas Kisser na guitarra fazem deste um trabalho muito satisfatório de se ouvir, caso o ouvinte não seja #TeamMax claro, pois a diferença entre o passado e o presente é abismal.
O surpreendente começo melódico e cadenciado da faixa título, o “open bar” de socos e bicudas aleatórias de “I Am The Enemy”, “Phantom Self”, “Iceberg Dance” e “Sworn Oath” são os pontos altos deste trabalho extremamente musical.
Mas, porque “musical”? Simples, aqui tudo gira em torno da (boa) música. Não venha com ideias pré-concebidas, venha com a mente aberta para uma experiência única. Você pode voltar e revisitar o passado “porradeiro” da banda quando e onde quiser, mas obras do quilate de “Machine Messiah” aparecem uma vez na vida.
Peço desculpas aos leitores do site, mesmo que eu escrevesse um livro como “O Senhor Dos Anéis” penso que não dissecaria completamente o que este trabalho representa, apenas peço que o ouçam. O arrependimento não virá, podem ter certeza.
Formação:
Derrick Green (vocal);
Andreas Kisser (guitarra);
Paulo Júnior (baixo);
Eloy Casagrande (bateria).
Faixas:
01 – Machine Messiah
02 – I Am The Enemy
03 – Phantom Self
04 – Alethea
05 – Iceberg Dances
06 – Sworn Oath
07 – Resistant Parasites
08 – Silent Violence
09 – Vandals Nest
10 – Cyber God
Márllon Matos