Em 02 de agosto de 2011, o TRIVIUM lançou através da Roadrunner Records, seu quinto full-lenght, intitulado “In Waves“. Gravado nos estúdios Paint It Black e no Audiohammer, ambos na Flórida e com produção de Colin Richardson e Martyn “Ginge” Ford.
Este é o primeiro registro da banda após a troca de baterista: saiu o membro original Travis Smith e Nick Augusto ocupou o seu lugar.
Neste álbum, o TRIVIUM optou por fazer uma mescla de estilos: em algumas músicas, eles incluem elementos de Metalcore e vocais guturais, com mudanças de andamento para partes mais progressivas e vocais limpos; Em outras músicas, eles optaram por uma ou outra destas influências. O resultado foi bom, mas… Poderia ter sido melhor.
“Capsizing The Sea” é uma ótima intro, com a sua bateria e teclado dando um clima épico, que antecede a faixa título, que por sua vez, tem todos os elementos citados no parágrafo acima e mais um pouco: partes que podemos chamar puramente de Heavy Metal, com vocais limpos, com mudanças para o gutural e as guitarras acompanham esta mudança fazendo a música virar Thrash Metal, com nítidas influências do pula-pula do metal mais moderno (leia-se New metal).
“Inception of The End” é uma música mais forte, com pegada speed, alternância de vocais limpos e guturais, mais ou menos como na música anterior, porém, esta música tem mais energia, chegando a flertar com o Death Metal.
“Dusk Dismantled” é uma música pesada, com uma composição bem estruturada, mas os vocais sujos de Matt Heafy não me agradam.
“Watch the World Burn” chega como a melhor faixa do disco: densa, pesada e bem elaborada, com a banda explorando bem suas influências prog.
“Black” é outra excelente canção em que a veia prog aparece mais uma vez com força, juntamente com elementos mais modernos. Destaque para as guitarras, que fazem um excelente trabalho, tanto na base (bastante densa), quanto no solo. Muito boa.
“A Skyline’s Severance” é o ponto baixo do disco: os instrumentos soam abafados, sendo praticamente impossível você escutá-los com perfeição. A música até tem potencial para agitar a galera em apresentações ao vivo, mas não me agradou exatamente pelo vocal gutural.
“Ensare of The Sun” entra aqui como bônus track e trata-se de uma intro, com um dedilhado de violão com batidas tribais, tendo no final um ensaio de acordes de música flamenca.
“Built To Fall” tem um início meio stoner, mas se desenvolve no prog. Boa música. Destaque para o vocal limpo de Matt Heafy, que é muito mais agradável aos ouvidos.
“Caustic Are The Ties That Bind” traz de volta o mix das primeiras faixas: partes Metalcore, momentos prog com muito clima atmosférico e os vocais limpos de Heafy, que são muito, mas muito melhores que os seus guturais.
“Forsake Not The Dream” é uma música com andamento mais rápido, por vezes lembrando o punk-rock, claro que com mais técnica. Aqui os músicos são extremamente competentes em seus respectivos instrumentos. Apesar de bem tocada, outra vez os vocais sujos trazem risco, até que o solo recoloca as coisas em seus devidos lugares.
“Drowing in Slow Motion” também é uma bônus track volta à mescla de influências do metalcore com o progressivo (este último é o que realmente ficou interessante no som da banda) e a partir deste ponto a proposta dos caras começa a soar maçante, enquanto que a música que segue a playlist, “A Grey So dark“, que também é uma bônus, é bem curta, apostando no Heavy Metal pura e simplesmente, mostrando o que de melhor que a banda tem a oferecer: peso, melodia, solos bem elaborados e vocais limpos.
“Chaos Reigns” aposta em mescla de partes Metalcore com algumas outras partes Thrash Metal. Não compromete porque os músicas são extremamente competentes.
“Of All These Yesterdays” é uma bela música: épica, densa, pesada e que se mantém firma na proposta que agrada a este que vos escreve, a de fazer Heavy Metal, sem invencionices. Esta é uma das melhores do disco.
“Leaving This World Behind” se trata apenas do fechamento do disco, uma intro, e como aqui estamos resenhando a versão estendida do álbum, ainda temos duas faixas bônus: “Shattering The Skyes“, que volta a apostar no Metalcore com partes mais progressivas, porém, o riff de guitarra aqui é excelente. E o cover do SEPULTURA para “Slave New World“, que não ficou legal: as guitarras ficaram ótimas, mas o vocal sujo (caro leitor, não é implicância com o vocal gutural de Heafy) e a bateria que ficou anos-luz de distância do que foi reproduzido por Iggor Cavalera em “Chaos A.D“. não deram à música o brilho que ela merece.
Resumindo o álbum: bem tocado, extremamente bem produzido, porém com altos e baixos, no que tange às composições. Em minha opinião, talvez se eles tivessem deixado de lado as partes Metalcore e focado apenas nas partes limpas, seria uma obra perfeita. Longe de ser um disco ruim, ele só é por vezes maçante e genérico, porém, com partes muito, mas muito boas, que fizeram com que este redator desse uma chance para ouvir outros trabalhos da banda, já que aqui foi a primeira vez que eu o fiz. E um recado para o frontman da banda: rapaz, cante mais limpo, sua voz é muito agradável.
Formação:
Matt Heafy – Vocal/Guitarra;
Corey Beaulileu – Guitarra;
Paolo Gregoletto – Baixo;
Nick Augusto – Bateria.
Faixas:
1 – Capszing The Sea
2 – In Waves
3 – Inception Of The End
4 – Dusk Dismantled
5 – Watch The World Burn
6 – Black
7 – A Skyline’s Severance
8 – Ensare The Sun (bônus track)
9 – Built To Fall
10 – Caustic Are The Ties That Bind
11 – Forsake Not The Dream
12 – Drowing In Slow Motion (bônus track)
13 – A Grey So Dark (bônus track)
14 – Chaos Reigns
15 – Of All These Yesterdays
16 – Leave This World Behind
17 – Shattering The Skies Above (bônus track)
18 – Slave New World (bônus track)