Roadie Metal Cronologia: Running Wild – Black Hand Inn (1994)

Se houve uma banda que deu um “fuck off!” para aqueles que diziam que o Metal estava morto com o asqueroso movimento vindo de Seattle nos anos 90, foi o Running Wild. Aliás, parece que a banda sentia que precisava ser um dos baluartes sobreviventes para os novos tempos e tratou além de firmar sua identidade com a simpática temática pirata para os anos 90. Também solidificou sua identidade musical em discos como “Under Jolly Roger”, “Port Royal”, “Death or Glory”, “Blazon Stone”, “Pile of Skulls” o que desaguou no excelente “Black Hand Inn”.

Músicas diretas, sempre alicerçadas encima de maravilhosos riffs com o comandante Kasparek comandando o barco do Running Wild que para a divulgação bem sucedida deste trabalho excursionou mais de um ano todo. “Black Hand Inn” é singular na discografia do Running Wild por solidificar de vez a forma com que Kasparek interpreta as canções numa dosagem bem equilibrada entre a rouquidão de sua voz e tons mais melodiosos, assim como as músicas ganharam uma estrutura inteligentemente “acidiciana”, ou seja, muitas músicas sendo construídas encima de dois a três riffs principais. Aliás Rolf Kasparek nunca negou sua influência de AC/DC, o que no caso deu a banda uma identidade mais direta que agradou em cheio os fãs; aos ouvintes mais atentos, foram agraciados com a percepção ainda que sutil de uma veia do Hard Rock anos 70 no som, o Running Wild havia encontrado sua pedra filosofal.

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O disco todo é bem uniforme e conta com faixas que asseguram sua estrutura. A faixa-título, um petardo como um cartão de visitas anunciando a invasão dos piratas, “Mr. Deadhead” com seu refrão impactante, o arrasa-quarteirão de “Soulless”, que viria a ser executada em toda a Tour. “Privateer” é a típica faixa para bater cabeça – aliás esta faixa evidência a força das duas ótimas aquisições para o time: Thilo Herrmann, com solos inspirados e adicionando mais peso ao som e o fenomenal baterista Jorg Michael um relógio perfeito!

“Fight The Fire of Hate” tem uma estrutura lembrando algo do Judas. A performance das guitarras é de arrepiar! Seguimos com as energéticas “Freewind Rider”, cujo riff lembra bastante “Man On The Moon”, também da banda. Temos também “Powder & Iron”, trazendo riffs maravilhosos, e fechamos com “Dragonmen”.

Esse é um trabalho maduro e consistente que elevou o Running Wild ao patamar dos grandes do Metal, solidificando seu estilo e que ninguém diga depois que “Dead Men tell no Tales”!!!

Formação:
Rolf Kasparek (vocais e guitarras);
Thilo Hermann (guitarras);
Thomas Smuszinsky (baixo);
Jorg Michael (bateria).

Faixas:
01 – The Curse
02 – Black Hand Inn
03 – Mr. Deadhead
04 – Soulless
05 – The Privateer
06 – Fight The Fire of Hate
07 – The Phantom of Black Hand Hill
08 – Freewind Rider
09 – Powder & Iron
10 – Dragonmen
11 – Genesis (The Making and The Fall of Man)

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