INTRODUZINDO: Brain Cleaner é o décimo primeiro álbum de estúdio da banda de Death Metal Mortification. Michael Forsberg antigo baterista da banda Cybergrind, assume as baquetas no lugar de Adam. Esse foi o lançamento mais pesado da banda em dez anos, e um rápido thrash dominou o álbum com influências do groove e do death metal

RELEASE: Mortification é uma banda australiana formada em 1990 a partir da dissolução da banda Lightforce. A banda ficou conhecida por ser uma das primeiras bandas de Metal Extremo Cristã.

 

DISSECANDO O DISCO: começo a degustação dessa bolachinha com a arte da capa… trabalho digno de salivar por algum tempo. A intro desse disco é uma das mais escabrosas que já ouvi, não sei se pelo efeito de voz utilizado ser ao mesmo tempo “assustador” na mesma medida que um quanto “tosco”. Me senti ligeiramente arrebatado para aqueles filmes B de terror dos anos 80′. A primeira faixa – quando ela se inicia, propriamente – foi batizada de Boaconstrictor. Não faço nem ideia do que seria isso, mas, o que ouço está mais para Punk do que para Death. Até essa considero ser uma boa surpresa, levando em conta o que eu “esperava antecipadamente” do disco. É uma música bem “estranha”, com altos e baixos, alguma psicodelia inserida, as vezes rápida, as vezes lenta… mas, não é ruim, não. A seguinte Too Much Pain também vem na mesma linha, com um baixo estralado ao extremo, e agora sim, com passagens bem Death Metal. O vocal parece que foi gravado dentro de uma câmara de vidro, com o microfone do lado de fora. Mas, nada que condene a audição, é apenas, diferente. O solo é bem interessante, contudo, não entendi qual foi a do baixo (que parece que estava fazendo algo aleatório enquanto a guitarra solava). Purest Intent, agora, me mostrou o quanto o som dessa banda pode ser “estranho”. O solo da música é muito bom, melodioso (e agora sim o baixo fez um trabalho de cozinha muito legal). Apenas, o riff do verso me soou um tanto confuso, quebrado ao máximo que deu. Free as a Bird possui um riff muito interessante, e apresenta um desenvolvimento bem coeso. Trata-se de uma música instrumental, com pouco mais de 2 minutos, que poderia eventualmente ter se tornado uma faixa mais longa, e com vocal. Mas, vai saber né… A faixa título do disco, Brain Cleaner, chega com uma cadencia um tanto Rock’n’Roll, lembrando Motorhead em sua essência. Particularmente, achei a faixa mais interessante até o momento. Não devido a sua estrutura, a sua técnica, enfim, o critério que utilizei para tal afirmação se baseia apenas “audição”. A track agradou, e foi isso.

Brain Cleaner

I’m Not Your Commodity apresenta-se como uma verdadeira “faixa de Death Metal anos 80′” – crua, pesada, ríspida -, lembrando um pouco da atmosfera criada pelo Six Feet Under (no que se refere a peso e cadência da melodia). A troca de ritmos dentro da música também é um ponto bem forte a se considerar. The Flu Virus me lembrou algo do Sepultura da Era Max, apresentando uma composição crua e sem estímulos – apenas a música vomitada para ser digerida no seco. O solo tem uma melodia cavernosa, longa e ao mesmo tempo muito atraente em todo o tempo de sua vida. O segundo solo… mais ainda. Outra canção que irá chamar a atenção naturalmente. Destaque ao trabalho de baixo na transição – o que aliás, é uma das características mais marcantes do Mortification, e de bandas que fazem uso de apenas uma guitarra. Livin’ Like a Zombie tem uma abordagem bem direta, crítica em sua letra. A track se apresenta com uma pegada bem Heavy, em seu riff principal, agregando algumas característica do Thrash Metal . É a faixa mais longa do disco, com seus 7 minutos, apresentando várias transformações e reviravoltas. Achei bastante interessante a transição na 2a metade da música, quebrando um pouco da “monotonia” extrema e abrindo espaço a um pouco de melancolia. 12 Men é rápida, e não agrega muito em “sonoridade” ao disco: nada que tenha despertado grande interesse digo. Louder Than the Devil vem na mesma proposta, já demonstrando neste ponto alguma repetitividade nas composições. É claro, a música não é ruim, de longe, mas, após ouvir suas antecessoras, não causou o mesmo impacto do que se fosse ouvida fora do contexto, em uma playlist talvez. E.D. é nitidamente uma faixa de spllater ou gore, perdida em um álbum aleatório. É a faixa que encerra o disco e, portanto, iremos encará-la como um outro.

CONCLUSÃO: Um álbum matador! A energia de superação compõe a atmosfera de cada nota tocada, com a vivacidade de quem nasceu de novo! Evidente se faz conhecer a trajetória da banda, os “percalços” que surgiram, que foram enfrentados, e por fim vencidos. Muito se fala do disco “Scrolls of the Megilloth“, como sendo a obra prima da banda. Pois bem, amantes deste disco, eu vos convoco a ouvir “Brain Cleaner” em potência máxima, e tentar negar que este toma lugar como seu digno sucessor. NOTA: 8,5.

Mortification: Brain Cleaner
Lançamento: 2004
Gravadora: Rowe Productions

FAIXAS:

1. Boaconstrictor
2. Too Much Pain
3. Purest Intent
4. Free as a Bird
5. Brain Cleaner
6. I’m Not Your Commodity
7. The Flu Virus
8. Livin’ Like a Zombie
9.12 Men
10. Louder Than the Devil
11. E.D.

FORMAÇÃO:

Steve Rowe (Vocal/Baixo)
Mike Jelinic (Guitarra)
Mike Forsberg (Bateria)

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