Heaven Shall Burn é uma banda de metalcore/death metal melódico – considerada dentro do grupo do “metal extremo” – formada em 1996 na cidade de Erfurt, na Alemanha. Alguns músicos da banda se declararam “straight edge”. São considerados um dos principais nomes do metal moderno.
N.R.: o termo straight edge, traduzido do inglês, significa algo como “caminho reto”. Seria uma espécie de subcultura e/ou subgênero do hardcore punk, que surgiu nos anos 80, que defende a ideia de total e perene abstinência em relação a entorpecentes, incluindo tabaco e álcool, bem como, obviamente, as chamadas “drogas ilícitas”.
DISSECANDO O DISCO: The Loss Of Fury abre o disco, com muito peso em um riff matador! De cara, tive certeza que iria curtir esse disco! A ambientação que a música cria é uma mescla de agonia e raiva. Bring The War Home vem “colada” na antecessora, nem se percebe a transição das faixas. A receita de misturar agressividade com elementos modernos é bem aplicada até o momento. Desde o In Flames não ouvia algo tão f*** dentro do segmento (death melódico). Se bem que aqui, no Heaven Shall Burn, em alguns momentos, o vocal de Marcus Bischoff nos remete um pouco à linha do Black Metal. Mas, pode ser apenas uma impressão minha mesmo… Passage Of The Crane se inicia com uma melodia suave e gostosa, que logo é substituída por uma chuva de meteoros. Mais um momento, e a “dupla” de guitarras característica do estilo faz sua primeira aparição. A track é bem agressiva e pegada, empolgando o ouvinte a um mosh. Uma pena eu estar sentado na varanda de casa, com fones de ouvido acoplados ao meu note, sendo meu oponente mais próximo a ser golpeado a outra cadeira componente do conjunto. They Shall Not Pass de cara me conquistou, como sendo a “mais f***” do disco. Inevitavelmente, logo me veio à cabeça a cena de Gandalf gritando “You Shall Not Pass” a Balrog, pouco antes de cair no abraço das trevas profundas do abismo, para onde enviou a criatura antes de ser juntamente tragado. Para os não fãs de Lord of The Rings, então, retomemos à pancadaria que o Heaven Shall Burn tem prestado até o momento. As guitarras são precisas, e harmonizam perfeitamente com a cozinha. Impossível não ser tragado ao profundo abismo, onde descansa Balrog.
Downshifter tem um início meio sci-fi, criando um clima de mistério que antecede a tormenta. Com um belíssimo trabalho de baterias a track se diferencia pelo “gingado“, e pelo refrão “meloso“. Mas, nem assim você deve pensar em tirar o capacete, se não quiser sofrer alguns edemas. O solo (se assim podemos chamar) é intenso, e prende o ouvinte em uma atmosfera agradável. Prey To God é a primeira que percebi um vocal mais gutural, mesclado aos trechos característicos do Black Metal, que já havia mencionado. Portanto, temos uma seleta de vocais nesta faixa, o que a torna bem dinâmica. Apenas, a caráter, achei a track muito curta – pelo tanto que poderia ser ainda explorada. Agent Orange se trata de uma singela homenagem aos reis do Thrash alemão Sodom – aquele tipo de versão que consegue surpreender, e ser melhor que a original. My Heart Is My Compass é apenas uma faixa de transição, com apenas 1m10seg de duração, bem agradável por sinal.
Metade do disco ficou pra trás, e Save Me chega, na linha da antecessora carregando ainda o espírito Thrash de ser. Rápida, voraz e agressiva – claro, com a pitada característica da banda. Corium já retoma a base do death melódico, e trás bons momentos à memória. Destaque pro refrão pegajoso e para as linhas acentuadas de guitarra. Extermination Order é pesada, crua, portadora de um riff estupidamente cativante. É uma das faixas mais violentas do disco, e merece atenção. A River Of Crimson vem na linha das rápidas, entretanto, carregando uma atmosfera menos agressiva, e mais melodiosa. The Cry Of Mankind encerra o disco, e percebe-se que a banda “guardou o ouro” pro final. A faixa se inicia enigmática, criando uma atmosfera que aos poucos vai condensando a melodia dentro do ser do ouvinte. Com certeza, uma das melhores do disco, o que prestou aquele sentimento de que valeu a pena chegar até aqui.
OPINIÃO DO REDATOR: Heaven Shall Burn foi uma banda que tive pouco contato durante minha vida, mas, que daqui pra frente, após esta experiência, pretendo remediar tal situação. A banda merece o destaque que alcançou – fruto de muito trabalho e empenho. Particularmente, considero este disco perfeito para aqueles que desejam conhecer o som da banda – tem de tudo um pouco, e do melhor. NOTA 8,5
Faixas:
1. The Loss Of Fury
2. Bring The War Home
3. Passage Of The Crane
4. They Shall Not Pass
5. Downshifter
6. Prey To God
7. Agent Orange
8. My Heart Is My Compass
9. Save Me
10. Corium
11. Extermination Order
12. A River Of Crimson
13. The Cry Of Mankind
Heaven Shall Burn
Marcus Bischoff – vocals
Alexander Dietz – guitars, production
Maik Weichert – guitars, co-production
Eric Bischoff – bass
Christian Bass – drums