É sobremaneira prazeroso quando um álbum “easter egg” de uma grande banda é lançado e sua importância e qualidade não são de imediato percebidas. Mas o tempo, mestre de tudo coloca as coisas em seus devidos lugares. Okay, percebamos que no caso desta fase específica do Sabbath muitos dos fãs diriam: “amávamos Ozzy e Dio, chegamos a tolerar o Gillan, e o que esperar agora desse tal Tony Martin?”
Não se sinta culpado. Até mesmo o mestre Iommi e seu escudeiro principal na época, Cozy Powell, tiveram suas dúvidas, até ouvirem a voz e a capacidade de Tony Martin. Assim aconteceu e assim o mundo conheceu “Headless Cross”. Se a fórmula desse álbum o fez bem aceito e delimitou algo novo dentro do estilo “sabático”, por que não continuar? E desta forma, o mundo conheceu “Tyr”, o 15º registro do Black Sabbath em estúdio.
Com alguns de seus títulos remetendo à mitologia nórdica e trazendo a mesma pegada do álbum anterior com refrões espertos e os teclados inspirados de Geoff Nichols, “Tyr” pode não ser um clássico da banda, mas trouxe um novo fôlego à banda graças à performance exemplar de Tony Martin e suas boas composições, orquestradas mais uma vez por este gênio das seis cordas, Tommy Iommi, e o que convenhamos é um feito notável se considerarmos que falamos dos anos 90.
Destaque para as faixas que se sobressaem pela sua beleza e força, como “Anno Mundi” em sua introdução remetendo à “Children of The Sea”, com um inspirado refrão. “Heaven In Black”, com seu peso e groove e um dos melhores solos da carreira de Iommi; a rápida e urgente “The Law Maker” e a melhor faixa do trabalho, “Jerusalem”, com seu maravilhoso refrão e a performance mais que inspirada de Tony Martin.
Ainda se fazem necessárias citações às belas “The Sabbath Stones”, com suas belíssimas incursões acústicas, e “Feels Good To Me”, uma típica e bela balada do Sabbath.
Os ouvidos mais atentos perceberão em “Tyr” a essência e o compromisso de uma banda fazendo o mais genuíno e autêntico Metal, tentando trilhar seus novos caminhos levando ao público a relevância de seu trabalho. Relevância essa que, sim, existe em “Tyr”, e que faz com que careçamos de olhar este trabalho com ouvidos mais atentos, reconhecendo também a importância de Tony Martin para a história do Sabbath e do Metal, sobretudo.
Formação:
Tony Martin (vocal);
Tony Iommi (guitarra);
Neil Murray (baixo);
Cozy Powell (bateria).
Faixas:
01 – Anno Mundi
02 – The Law Maker
03 – Jerusalem
04 – The Sabbath Stones
05 – The Battle of Tyr
06 – Odin’s Court
07 – Valhalla
08 – Feels Good To Me
09 – Heaven In Black
