Em 1975, o Black Sabbath já era uma banda consagrada, graças à incrível sequência de cinco álbuns clássicos entre 1970 e 1973. Além disso, vinha de um trabalho que beirava a perfeição, “Sabbath Bloody Sabbath”, que além de todo peso habitual, trazia também interessantes influências de Progressivo ao som da banda.
“Sabotage” é uma continuação natural do trabalho anterior, apesar de um pouco mais simples. O peso, claro, se faz presente, afinal, falamos de um álbum do Black Sabbath, mas não abriram mão das influências apresentadas no trabalho anterior, traçando assim uma linha evolutiva de seu som. Se em sua estreia nos deparamos com um álbum de Blues pesado, no seguinte, “Paranoid”, é dado o pontapé inicial no Heavy Metal apresentado nos trabalhos seguintes. O passo seguinte e mais que natural foi a introdução de tais elementos Progressivos à sua música.
Aqui, Ozzy canta de forma mais intensa em diversos momentos, mas sem abrir mão de vocalizações mais melódicas. Já Iommi, bem, esse dispensa comentários, pois sua capacidade de forjar riffs que se tornam clássicos sempre foi fora do comum. Se em canções como “Hole In The Sky” e “Symptom Of The Universe” ele deixa seu lado mais pesado vir à tona, em outras como “Megalomania” e “The Writ”, o lado “progressista” fala mais alto. Já Butler e Ward estão simplesmente excepcionais, brilhando em todas as canções.
O resultado final disso tudo é um trabalho sólido e muito variado, onde o peso característico do Sabbath caminha lado a lado com uma diversidade de estruturas e andamentos, fazendo de “Sabotage” um álbum muito rico nesse sentido. Os destaques ficam por conta de “Hole In The Sky”, “Symptom Of The Universe”, “Megalomania”, a instrumental “Supertzar” e “The Writ”.
Sabotage marcou o fim de era de ouro da formação original do Black Sabbath. Após isso, os problemas de relacionamento e de abuso de drogas, principalmente por parte de Ozzy, se aprofundaram cada vez mais, o que causou uma saída temporária do vocalista após “Technical Ecstasy” e definitiva, quando foi chutado para fora após “Never Say Day”.
Um álbum simplesmente imprescindível na coleção de qualquer amante de boa música.
Faixas
01 – Hole In The Sky
02 – Don’t Start (Too Late)
03 – Symptom of The Universe
04 – Megalomania
05 – Thrill of It All
06 – Supertzar
07 – Am I Going Insane (Radio)
08 – The Writ