Cronologia Roadie Metal: Black Sabbath – Sabbath Bloody Sabbath (1973)

O quinto disco da carreira do Black Sabbath pode ser considerado o divisor de águas na carreira da banda. Isso porque foi o primeiro a ser elogiado pela crítica especializada – deve-se salientar que, em 1973, numa época onde não havia internet, nem celulares e tão pouco canais especializados, as pessoas recorriam às revistas e publicações musicais para comprarem e ficarem “antenadas” ao que era bom no Rock. E assim aconteceu com “Sabbath Bloody Sabbath”, que apoiado pela crítica aliada à força das composições, abocanhou o 4º lugar nas paradas britânicas, e o 11º lugar nas paradas americanas.

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O peso cru de seus outros trabalhos deu lugar às outras influências de seus membros que passavam da Música Folclórica ao Jazz e sobretudo ao Progressivo; não à toa o tecladista Rick Wakeman (Yes) foi chamado e imprimiu sua marca  em temas como “Spiral Architect” e “Who Are You?”.

Este disco, apesar do bem-sucedimento, escondia por trás os excessos de drogas e álcool dos integrantes da banda, que segundo Iommi, foram também responsáveis  pelo clima ainda mais pesado das letras e a temática do álbum. A viagem das drogas trazia o lado progressivo, e a depressão o lado mais arrastado e obscuro.

Mas tudo isso não arrefeceu a vontade própria da banda de enriquecer seu som. A começar, o álbum foi o que mais tempo levou sair do estúdio. Suas sessões foram feitas em um velho castelo no norte da Inglaterra (pedido da banda que buscava “a aura perfeita para compor”). Não à toa, sua evolução como músicos é claramente percebida em temas como “Sabbra Cadabra”, “Fluff” e “Looking For Today”, onde há inclusive o acréscimo de cravo e flauta.

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A faixa-título é toda genuinamente “sabbathiana”, direta, simples com Ozzy cantando em cima da melodia do riff principal; seguem-se nesta mesma linha “Killing Yourself To Live” e “National Acrobat”.

O artista responsável pela capa foi Drew Struzan, que retratou um homem em sua cama em meio a um pesadelo, ou uma visão sobre ser atacado por demônios em forma humana, e por sua própria cama, cujo estrado tem a cabeça de uma caveira e o número 666, a visão perfeita da música “Sabbathiana”!

Se o Sabbath já havia sacado que a aura de maldade e peso é o que mais caracterizava seu trabalho neste disco, ele a levou um passo a frente e a vestiu de técnica e maturidade musical, assim solidificando de vez o estilo que o iria consagrar de vez nos futuros trabalhos.
“Sabbath Bloody Sabbath” é o brilho no olhar de uma banda que descobriu sua pedra filosofal, na obscuridade de seus riffs, a malevolência suntuosa de sua melodia e a assombrosa qualidade individual de seus músicos, que olharam no caldeirão de suas almas e viram que ali estava sendo criado o Heavy Metal!

Faixas:
01 – Sabbath Bloody Sabbath
02 – A National Acrobat
03 – Fluff
04 – Sabbra Cadabra
05 – Killing Yourself To Live
06 – Who Are You?
07 – Looking For Today
08 – Spiral Architect

Ficha Técnica:

Integrantes:
Ozzy Osbourne (vocal, sintetizadores);
Tony Iommi (guitarra, piano, sintetizadores, órgão, flauta);
Geezer Butler (baixo, sintetizadores, mellotron);
Bill Ward (bateria, tímpano, bongos em “Sabbath Bloody Sabbath”).

Participação:
Rick Wakeman (teclados, sintetizadores, piano, moog nas faixas 4 e 6)

Produção:
Produzido por Black Sabbath
Produtor Técnico: Mike Butcher
Remasterizado por Ray Staff no Whitfield Street Studios
Fotografia adicional por Ross Halfin e Chris Walter

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