A Night at the Opera (1975) é o quarto álbum de estúdio da banda britânica de Rock chamada Queen, lançado em 21 de novembro de 1975 na Europa e em 2 de dezembro de 1975 nas Américas.

Como o próprio nome já diz, a banda acabou alterando sua sonoridade para este álbum. Dentre as mudanças estão o grande uso de piano e de outros instrumentos mais voltados pela música clássica e pouco ou nada explorados pela própria banda em trabalhos anteriores. Mesmo com as mudanças, a banda emplacou um de seus maiores hits de todos os tempos, a Bohemian Rhapsody.

Neste trabalho a banda ousou bastante, unindo a agressividade do Rock à leveza da música clássica, conseguindo achar o equilíbrio perfeito entre os extremos.

Porém apesar de bastante aclamado por possuir ótimas faixas, o disco também apresenta músicas que não agregam tanto ao trabalho da banda, funcionando mais para preencher o álbum do que para serem marcantes. Mas de qualquer forma, um disco que possui Love of my Life e Bohemian Rhapsody, apenas pelas duas faixas, já mostra sua grandeza.

Freddie Mercury sempre fora um músico extremamente criativo, porém limitava-se a proposta sonora da banda ao trabalhar em suas composições nos primeiros discos. Ao chegar neste quarto, junto da banda, decidiu ousar e explorar outras sonoridades que fugissem um pouco do Rock and Roll. Em uma entrevista à revista Rolling Stone, no ano seguinte ao lançamento da obra, o músico declarou que aqui nesta obra conseguira explorar ainda mais todo seu lado artístico e de compositor.

Mesmo com tudo isto, vejo o disco mais como uma obra ousada e inovadora do que como uma obra realmente boa. Digo isto ao falar do trabalho como um todo. Obviamente que há faixas consideradas grandes clássicos da obra, porém outras deixam muito a desejar e têm apenas o diferencial e a ousadia para oferecer, não uma qualidade ou característica realmente marcante.

Os trabalhos vocais inspirados em peças de ópera são muito bem trabalhados e realmente são o ponto forte do disco. Claro que as boas letras de Freddie junto aos arranjos de Brian May e dos demais ajudam muito para dar corpo ao trabalho, porém não há como não enxergar o exagero, a extravagância e toda a qualidade e ousadia musical do vocalista em cada parte da obra.

Os grandes destaques do disco são Love of my Life e Bohemian Rhapsody. A primeira é nada mais, nada menos do que uma das músicas de amor mais cantadas e relembradas em todos os tempos no mundo. Nesta música, Freddie abre seu coração e sua alma ao falar de um amor perdido.

Já em Bohemian Rhapsody a genialidade do músico chega ao ápice quando ele faz uma faixa longa, lutando contra tudo e todos que não acreditavam na obra e gravando com os poucos recursos tecnológicos da época. Ouso dizer que é a melhor faixa da carreira da banda.

Para entender a genialidade de Freddie, é necessário ouvir este trabalho. O músico ousou do início ao fim, criando algo realmente inovador e não esperado por qualquer um. Mesmo com toda a produção e gravadora indo contra a gravação da faixa Bohemian (por acharem pouco comercial, muito longa e com nuances muito diferentes), o vocalista bancou sua ideia e provou para eles e para o mundo que sabia compor algo para a eternidade, um trabalho com três partes diferentes (simulando três atos de uma ópera), sem refrão e que, mesmo assim, depois de décadas ainda é reconhecido no mundo todo.

Queen – A Night at the Opera
Lançamento: 21 de Novembro de 1975
Gravadora: EMI/Elektra

01 – Death on Two Legs
02 – Lazing on a Sunday Afternoon
03 – I’m in Love with My Car
04 – You’re My Best Friend
05 – 39
06 – Sweet Lady
07 – Seaside Rendezvous
08 – The Prophet’s Song
09 – Love of My Life
10 – Good Company
11 – Bohemian Rhapsody
12 – God Save the Queen

Freddie Mercury – vocais, piano e vocais de apoio
Brian May – guitarra, violão, ukelele, harpa e vocais de apoio
Roger Taylor – bateria, gongo, tímpano, pandeiro e vocais de apoio
John Deacon – baixo e piano