Há épocas em que alguns países ou centros urbanos geram um movimento musical bastante forte em que destacam-se algumas bandas das quais conhecemos hoje. Foi assim na Flórida, com a vertente do Death Metal, ocorreu na Noruega com o Black Metal e o mesmo movimento aconteceu em meados da década de 90 na Suécia com o Black Metal Melódico. E é destas terras que surgiu uma das melhores bandas do estilo e pouco adorada e reconhecida pelos headbangers brazukas.
Para se ter uma ideia de como este movimento foi importante no mundo do metal, bandas como Scar Symmetry, Hypocrisy, Tiamat, Arch Enemy, Soilwork, Meshuggah, Amon Amarth, Edge of Sanity, Opeth, Desultory, Cemetary, Avatar e The Haunted surgiram junto com o Dark Tranquility. Mas porque o DT não tem maior destaque e importância como algumas delas ?
Difícil entender. Em sua discografia a banda possui 11 álbuns e sempre manteve sua formação original, exceto no primeiro trabalho em que Anders Fridén (In-Flames) assumiu os vocais. Todos os trabalhos da banda, como verão aqui no Cronologia, são bons trabalhos, sempre dentro de um estilo bem definido, com boas melodias, composições e ótimos riffs. Bom, mas vamos falar do primeiro disco dos suecos: Skydancer.
Skydancer é um trabalho mais cru em relação aos outros discos do Dark Tranquility. E apesar da qualidade da gravação ser um pouco abafada, é um ótimo disco (foi feito uma regravação do disco posterior). Ela tem início com a clássica “Nightfall by the Shore of Time”, que destrincha toda a fúria que o Black Metal sueco tem a nos oferecer. Com uma pegada rápida e muito intensa foi uma ótima opção para abrir os trabalhos de Skydancer. É perceptível em algumas linhas de guitarra, inspirações nas vertentes do Heavy Metal tradicional, o que contribui bastante para tornar o Dark Tranquility um grupo diferenciado em relação a outras bandas do estilo.
“Crimson Winds” tem um belo e viciante riff que nos brinda também junto com algumas mudanças repentinas e quebras de ritmo. Na sequencia vem “A Bolt of Blazing Gold” já com uma pegada mais melódica e demonstrando a veia criativa que o Dark Tranquility tinha para oferecer aos novos ouvintes. A voz feminina de Anna-Kajsa Avehall aparece pela primeira vez, dando-lhe um toque sutil a canção.
Neste disco ainda temos “ In Tears Bereaved”, “Skywards”, “ Through Ebony Archways” e “Shadow Duet”. Aqui temos de destacar a pesadíssima “Skywards” e a ‘balada’ “Trhough Ebony Archways”. Mais duas faixas realmente muito boas. E para fechar “My Faeryland Forgotten” e mais uma faixa cadenciada: “Alone”.
O que diferencia bastante o Dark Tranquility das bandas citadas lá em cima é, além da capacidade criativa em suas composições, a facilidade para criarem boas melodias e músicas com intensa profundidade e que “quebram” o ritmo alucinante do Black Metal, trazendo sinfonias lindas em todas as suas obras. É sempre uma surpresa as audições dos seus discos. Vale a pena dar uma oportunidade para os suecos!
Formação:
Anders Fridén – vocal
Mikael Stanne – guitarra e vocais de apoio
Niklas Sundin – guitarra
Anders Jivarp – bateria
Martin Henriksson – baixo e guitarra acústica
Participação Especial:
Anna-Kajsa Avehall – vocais femininos
Faixas:
01. Nightfall by the Shore of Time
02. Crimson Winds
03. A Bolt of Blazing Gold
04. In Tears Bereaved
05. Skywards
06. Through Ebony Archways
07. Shadow Duet
08. My Faeryland Forgotten
09. Alone