Há 44 anos atrás, uma das maiores bandas de Rock de todos os tempos lançava seu primeiro álbum. Gravado em outubro de 1972, “Aerosmith” chegava para mostrar ao mundo que estava na hora daquela sacudida. E fortemente influenciado pelo Blues (cortesia do mestre Joe Perry e, porque não dizer, da voz marcante do vocalista Steven Tyler), o trabalho de estreia do quinteto de Boston fez exatamente isso: apresentou ao mundo uma banda que não via limites, seja em sua música, seja em suas atitudes, seja em seu “Rock n’ Roll way of life”. Em apenas oito faixas o Aerosmith mostrou que ali estava um grupo que serviria de influência para muitas bandas que viriam depois. Basta uma rápida checada no numero de bandas que foram influenciadas pelo grupo (Ratt, Guns N’ Roses, Cinderella, entre outros) que você entenderá sua importância.
Tendo assinado com a major Columbia em 1972, o grupo entrou em estúdio e em cerca de duas semanas gravou esse trabalho, que se não é o melhor álbum do grupo, está longe de estar entre os de menor expressão. Afinal, um disco que começa seu lado A com uma música como “Make It”, que já traz consigo aquela malícia característica que se tornou uma das marcas registradas do grupo, com uma levada totalmente Hard Rock não tem a mínima chance de ser ruim. E o que dizer de uma dupla de guitarristas composta pelo monstro Joe Perry e pelo excelente Brad Whitford, que mostram que nasceram para tocarem juntos? Basta ouvir a segunda faixa, “Somebody”, onde o entrosamento da dupla mostra que ela seria uma das mais influentes da história do Hard Rock. Enquanto que aqueles corais típicos no refrão se fazem presentes, como aconteceria durante toda a carreira da banda. Já a terceira faixa… Há algo a se dizer sobre “Dream On”? Um dos maiores clássicos da história do Rock, com uma interpretação fantástica de Tyler, que expôs sua forma bastante peculiar de cantar (e que foi se moldando ao longo dos anos), de uma maneira bem particular. Uma música obrigatória para todo fã, não apenas da banda ou de Hard Rock, mas de música! O Blues mostra sua cara em “One Way Street”, uma composição cheia de feeling e de uma pegada digna da região do Mississipi.
O lado B abre com outro clássico indiscutível do estilo: “Mama Kin”. Muitos acabaram por conhecer esta música quando ouviram o EP “Live?!*# Like A Suicide” lançado pelo Guns N’ Roses em 1986 e que integrou o álbum “GN’R Lies”, de 1988, mas a versão original é MUITO superior. Aqui, o destaque fica para a dupla Tom Hamilton e Joey Kramer, que se muitas vezes parece discreta, mostra competência com linhas bem estruturadas nas suas bases. “Write Me A Letter” também bebe na fonte do Blues, mas tem uma pegada cheia daquela malícia, já citada anteriormente. Enquanto isso, “Moving Out” é simples e tem uma levada que em certo ponto faz com que a guitarra de Perry se destaque, como aliás, em todo o trabalho. De certa forma, podemos dizer que já neste primeiro trabalho, o guitarrista se firmava como um dos maiores do estilo. O encerramento vem com “Walking The Dog”, faixa de Rufus Thomas que ganhou uma interpretação bem pessoal do grupo.
Produzido por Adrian Barber, o trabalho atingiu a 21ª posição nos charts da Billboard 200, e teve num primeiro momento dois singles: “Dream On” e “Mama Kin” (ambos lançados em 1973). Em 1976, “Dream On” foi relançada e acabou atingindo um número maior de pessoas, que não “percebido” o grupo quando de seu primeiro trabalho. Não podemos dizer que “Aerosmith” tenha sido um sucesso na época de seu lançamento. Pode ser que o mundo ainda não estava preparado para o grupo. Mas o que viria na sequência mostraria a todos que sim, eles estavam diante de uma das maiores, se não a maior banda de Rock de todos os tempos!
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Formação:
Steven Tyler (vocal);
Joe Perry (guitarra);
Brad Whitford (guitarra);
Tom Hamilton (baixo);
Joey Kramer (bateria).
Faixas:
01 – Make It
02 – Somebody
03 – Dream On
04 – One Way Street
05 – Mama Kin
06 – Write Me a Letter
07 – Moving Out
08 – Walking The Dog