O novo álbum da banda The Mary Jane intitulado “RELIVE” expressa o amor desses letãos pelo que se propõe fazer, ou seja, rock alternativo na veia. São quatorze faixas encabeçadas por “Casablanca”, uma canção lindíssima com clima especial gerado por bons acordes de baixo e guitarra. No controle disso está Janis Grants (baixo e vocal), Ernests Libietis (guitarra e vocal), Raivis Rubenis (guitarra solo) e Pauls Ozols (bateria) que em “Through the Doors” abusam do peso e melancolia. No entanto, “Let Me Out” traz um pouco mais de melodia entre a cadência da cozinha e os riffs das seis cordas.
O som desse quarteto alterna peso e leveza em doses densas, mas, ao mesmo tempo, soltas. É o que acontece em músicas como “Salvation”, a quarta faixa do repertório que enche nossos ouvidos com um pouco de tensão, mas logo depois inspira liberdade. Já em “Old” a atenção aponta mais para o groove, pois sua bateria se encarrega de comandar a parte complexa da obra. Não se pode esquecer da linha de baixo também bem aplicada. Na sequência, quem contribui para a versatilidade do álbum é a canção “Girl” e, nesta sim, o baixo tem mais destaque ao nortear toda a instrumental.
É inevitável ouvirmos qualquer música desse álbum e não nos lembrarmos da época boa do grunge, onde nomes como Soundgarden, Pearl Jam e Alice in Chains comandavam a festa. Hoje, somos gratos à The Mary Jane por manter viva essa essência com baladas como “No One”. Por conseguinte, outras canções como “International Cow Congress in Salzburg” trazem também algo peculiar dessa galera de Riga, como a produção supermoderna de Janis ‘Gonza’ Kalni. Na trinca terminada em “Gasoline” podemos observar nuances entre as três canções, talvez semelhanças ligadas à pegada conduzida por batidas simetricamente executadas. Boa técnica para deixar o som fluir.
O disco ainda apresenta a funkeada “Merkuzio” que, além do balanço, possui certa agressividade. Diferente de “Get Me (Out of Time)” que não dispensa o peso, mas é mais melódica assim como “By the Way”. Para fechar o álbum, The Mary Jane pôs duas versões de “Smash It”: uma de forma tradicional ao estilo rock’n’roll e outra mais brutal com riffs mais distorcidos. Para resumir “RELIVE”, estamos diante de uma obra que, embora atual, moderna e sofisticada com canções superautênticas, promove sentimento de nostalgia a uma geração mais antiga. Entretanto, é capaz de arregimentar um pessoal mais novo com todo o seu carisma.
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