Carach Angren: uma banda para qualquer pessoa amar o Black Metal!

Depois de assistir várias bandas num grande festival europeu, e nem sempre me interessando por todas, notei que haviam estilos que não me eram tão atraentes como o Black Metal e algumas de Hard Core. Embora podemos respeitar os melhores de cada estilo, cada pessoa tem seu olhar pessoal para amar ou odiar uma banda, ou um estilo.

Acima de tudo sempre vi uma banda de Metal como um conjunto admirável de artistas que podem ir além de suas músicas, além da riqueza de suas composições e a capacidade de seus instrumentistas. Penso que o artista quando pisa no palco, pode ser muito mais que um performático de estúdios de gravação, onde tudo que se faz é interpretar no máximo de perfeição e sofrer mixagens para adequar ao estilo que se pretende, ao perfil do produtor e finalmente o mercado fonográfico e as tendências de gravadoras. Com a diferença é que no palco as coisas ganham platéia, tem mais alma e vida.

O fato é que nem sempre se conhece tudo, e ainda bem que há sempre algo novo para se conhecer.  Durante minha análise das bandas – uma análise que ia para além do olhar de redatora, mas também o olhar de fã de Metal – deparei me com a inusitada e maravilhosa banda de Maastricht, na Holanda: Carach Angren (que significa Mandíbulas de Ferro), num dialeto que o Wikipédia diz ter sido criado por J.R.R. Tolkien.

Dificil mesmo era pronunciar o nome da banda. Difícil mesmo, até que o momento em que você descobre que se apaixonou por ela.

Era noite de verão e a apresentação ia começar. A expectativa era mediana, e eu estava realmente preparada para ver caras pintadas, guturais sombrios e pedais duplos como as retumbantes elevações do inferno, parecia tudo tão óbvio… Mas diante de mim surgiu algo muito maior…

Um palco montado com uma boneca coberta por um pano negro, e quatro músicos (vocalista, baterista, guitarrista e tecladista). A primeira impressão vinha logo à mente que seria algo como Black Metal Sinfônico, e sim; eu não os conhecia. No momento em que SEREGOR, um gênio das artes musicais e das artes plásticas surge, algo novo aconteceu em minha mente.

Era um verdadeiro espetáculo de horror, da forma mais atraente e desejável que alguém pode imaginar. Com canções terríveis sobre fantasmas, demônios, navios fantasmas e lendas de culturas élficas; o Carach Angren iniciou aquilo que seria um dos espetáculos mais inesquecíveis que vi, como apreciadora de bandas e shows de Metal.

Estaria eu gostando de Black Metal?

Não sei. Mas a partir desse momento, eu comecei a ver uma luz na escuridão completa dos apelos nervosos e mortais, regidos pelo homem franzino e belíssimo (pessoalmente falando: sim belíssimo!) que apareceu completamente pintado e com longos e impressionantes cabelos, que tinham um brilho de propaganda da L´Oréal.

Os teclados moviam-se num pedestal, enquanto ARDEK dedilhava as teclas sangrentas e aquilo parecia um ritual qualquer. Coreografias ensaiadas, ou não, começaram a surgir do frontman e o tecladista. O movimento era mesmo o de um filme de terror, onde o monstro, caveira ou vampiro era tão sedutor quanto o mocinho da história. Ou seria o vilão mais atraente?

A ideia do “vilão atraente” ou o anti herói, surgiu de forma latente e misteriosa. O som corria solto e os olhos das pessoas não pareciam piscar. A boneca que era apenas um adorno de palco é encontrada pelo vocalista, e o som terrível de penumbra nos prepara para alguma coisa ainda melhor:

A boneca foi despida.

De algum lugar surge um punhal, e seu pescoço (boneca) é cortado vertendo sangue que escorre em sua pele alva. Seregor com suas mãos e língua sugam aquela que devia ser uma geleia de morango diante do pescoço daquela infeliz. Engana-se quem pensa que aquele era um apelo “erótico”. Era mesmo hilário e o movimento não parava.

Seregor demonstrou também no palco máscaras diversas, feitas por ele, e com conceitos diferenciados. Em outros concertos da banda, dançarinas e músicos a tocar violinos recheavam o espetáculo. Mas o que é que se passa?

Os olhos da platéia brilham.

Ele surgem posteriormente com uma coroa demoníaca e um rosto de caveira. E instituições consagrada s como Dimmu Borgir e Cradle of Filth desaparecem da nossa mente e das nossas referências. Aquilo era Black Metal harmônico, sinfônico, teatral e altamente bem feito. Na música, na performance, na sua verdade… A exaltação máxima do horror que encanta!

Membros da antiga banda Vaultage, os sons pesados e orquestrais de Carach são bons, mas nada se compara ao seu frontman SEREGOR e encantamento de tornar o terrível, o temido, o diabólico em algo maravilhoso, para nunca mais se esquecer.

Confira a data do show do CARACH ANGREN no BRASIL

 

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