Em 21 de maio de 1996, o CANNIBAL CORPSE lançava o seu quinto full-lenght e hoje iremos escrever uma crônica homenageando este disco.
Trata-se de um disco bastante emblemático, pois Chris Barnes havia deixado o posto de vocalista da banda, durante as gravações do álbum, que originalmente se chamaria “Created to Kill“. Alegando que não gostaria mais de escrever e cantar letras do estilo “gore”, ele se despediu, porém, o tempo mostrou que ele seguiria fazendo a mesma coisa com sua banda, o SIX FEET UNDER. Bom para os fãs, que acabaram ganhando duas bandas das boas de Death Metal. E para o lugar de Barnes, a banda recrutou o vocalista George “Corpsegrinder” Fischer, que estava então no MONSTROSITY, e este regravou as partes vocais que Barnes havia gravado originalmente.
E George tinha um trabalho imenso, que era o de provar aos fãs old-school que ele era capaz de substituir o ex-vocalista ocupando o seu espaço. Bem, o tempo também mostrou que a empreitada deu certo, tanto é que, 23 anos após o lançamento deste, o frontman segue firme e forte na banda.
Assim sendo, a banda adentrou ao “Morrisound Recording” estúdio, em Tampa, Flórida, na companhia do eterno (ou quase isso) produtor Scott Burns. E o resultado foi excelente.
E a bolacha começa de forma “grosseira”, as três primeiras faixas são uma paulada no ouvido do fã. E que paulada das boas. “Devoured By Vermin“, do alto de seus pouco mais de 3 minutos dá o seu recado. Os caras chegaram e não estão para brincadeira. E George, com estilo bastante diferente de Barnes, estava (e ainda está nos dias de hoje) com todo o gás.
“Mummified in Barbed Wire” é uma das minhas favoritas do disco, ela é rápida, pesada e certeira. Também com pouquinho mais de 3 minutos, os caras mostraram que a escolha por George havia sido a melhor.
“Perverse Suffering” é aquela típica música do CANNIBAL CORPSE que tem partes rápidas alternadas com mudanças de andamento, que são igualmente brutais, com riffs animalescos e com direito aos apitos nas guitarras.
Em “Disfigured”, os caras tiram o pé do acelerador, mas não deixam a brutalidade de lado. Esta que é outra das minhas favoritas, não só deste disco, mas também de toda a carreira da banda. Impressionante o peso que a banda imprime nesta música e aqui eu destaco o baixista Alex Webster. Eu já falei em outras crônicas que respeito muito o trabalho de monstros como John Myung, Steve Harris, Billy Sheehan, Geddy Lee, porém, tocar Death Metal no baixo sem palheta, fazendo escalas que parecem desconexas com o estilo, porém, que se encaixam perfeitamente na música, isso transforma esse cara no maioral em minha opinião. O Detalhe é que esta letra foi escrita pelo então “rookie”, George “Corpsegrinder“.
“Bloodlands” aposta em um ritmo mais cadenciado, pesado e brutal como é natural… Pelo menos nas primeiras estrofes, porque após o baixo sinistro de Alex Webster tocar, o pau come solto e a música vira um hino do mosh.
“Puncture Wound Massacre” é curta e grossa, em menos de dois minutos temos um verdadeiro massacre sonoro (impossível não fazer o trocadilho com o título da música). É outras das faixas que eu destaco deste disco. Maravilhosa, pesada, rápida, crua, ríspida. Se não for assim, não é CANNIBAL CORPSE.
“Relentless Beating” é uma faixa instrumental com pouco mais de dois minutos, bem interessante, com riffs bem legais. Talvez coubesse ali uma letra e George “Corpsegrinder” vomitando as palavras de horror. Mas a banda optou por manter só o quatro instrumentistas tocando, o que não tira o seu brilho. Excelente música.
“Absolute Hatred” aposta numa levada mais cadenciada, com breves flertes em passagens mais rápidas. Aqui a dupla de guitarristas, Rob Barrett e Jack Owen se destacam, tanto nas bases bem sólidas, quanto nos solos, simplesmente arrebatadores.
“Eaten From Inside” tem com certeza os riffs mais legais e brutais deste disco. A faixa, que tem uma levada não tão rápida quanto normalmente o CANNIBAL CORPSE o é, mas também não tão arrastada se destaca pela já citada brutalidade. Excelente faixa.
O disco se aproxima do final e temos em “Orgasm Through Torture” outra das minhas faixas favoritas. Esta com riffs hipnotizantes, em que temos a fórmula de alternância dos andamentos: na maior parte da música, ela se dá um pouco mais arrastada, mas ai de vez em quando entra a quebradeira.
A última faixa, “Monolith” encerra do jeito que começou… Na base da violência e da velocidade. Isso é música para o ouvinte sair da roda dilacerado, como os personagens das letras da banda. Claro que tem aquela parte com andamento mais cadenciado no meio da faixa, que é para o cara recuperar o fôlego, mas depois a velocidade retoma seu espaço.
O disco foi lançado pela “Metal Blade Records” e este seria o último registro com o guitarrista Rob Barrett, que daria lugar a Pat O’Brien. E curiosamente, hoje, os guitarristas que foram responsáveis pela troca de posto, tocam juntos.
A turnê de divulgação deste álbum resultou na gravação do VHS (quem tem menos de 30 anos não faz ideia da dificuldade que era para nós mais velhos assistirmos aos vídeos em formato de fitas), chamado “Monolith of Death“, em que a banda apresentava o novo membro ao vivo.
A capa original, como sempre, fora censurada. E ai a banda fora obrigada a imprimir uma versão alternativa.

Incrível como o tempo passa e esse disco ainda seja querido por boa parte dos fãs (inclusive este que vos escreve, grande fã de CANNIBAL CORPSE que sou), e por isso essa homenagem se faz de forma mais do que justa. E desejamos longa vida aos reis do Death Metal.
Lineup:
George “Corpsegrinder” Fischer – Vocal
Jack Owen – Guitarra
Rob Barrett – Guitarra
Alex Webster – Baixo
Paul Mazurkiewicz – Bateria

Tracklisting:
01 – Devoured By Vermin
02 – Mummified by Barbed Wire
03 – Perverse Suffering
04 – Disfigured
05 – Bloodlands
06 – Puncture Wound Massacre
07 – Relentless Beating
08 – Absolute Hatred
09 – Eaten From Inside
10 – Orgasm Through Torture
11 – Monolith
